A cada 11 minutos e 21 segundos uma vida é perdida no trânsito brasileiro. Essa é mais uma constatação do Instituto Avante Brasil que, com base em números já consolidados pelo Datasus (Ministério da Saúde)
até 2010, elaborou uma projeção que prevê quantas mortes poderão ocorrer no trânsito até 2060, caso a quantidade de mortes se mantenha nesse ritmo desastroso.
Somente no ano de 2010, o Brasil matou 42.844 pessoas no trânsito, o equivalente a 117 pessoas por dia. Nos últimos 31 anos (1980/2010 – dados já consolidados), o número de mortes no trânsito cresceu 115%, atingindo um crescimento médio de 2,81% no número absoluto de mortes ao ano. Só na última década (2001/2010), o crescimento foi 40,3%, ou seja, uma taxa média anual de 4,06%.
E utilizando-se dessa taxa média anual de crescimento no número de mortes no trânsito na última década (2001/2010), de 4,06%, que é mais próximo à atual realidade socioeconômica brasileira, o Instituto Avante Brasil fez sua projeção, estimando o total de mortes para os próximos anos, cálculo que realizou até o ano de 2060. Veja:
Dessa forma, foi viável também a criação de um Delitômetro, um cronômetro que começou a se mover baseado na estimativa mais atual, referente ao ano de 2012, que aponta a ocorrência de 46.395 mortes, o equivalente a 3.866 mortes por mês, 127 mortes por dia, 5 mortes por hora ou 1 morte a cada 11 minutos e 21 segundos (ou 681.591 milisegundos – escala usada pelo contador), tempo que o contador leva para se mover e acrescer mais uma morte. Acompanhe:
Diante de tais estimativas, que muito provavelmente se mostrarão corretas (ou ate otimistas), somando-se o número de mortes no trânsito ano a ano, desde 1980 até 2012 (número estimado), já teremos ultrapassado 1 milhão de mortes no trânsito no país (mais especificamente 1.024.999 mortes). E caso não sejam criadas medidas que contenham a constância ou até o aumento desse crescimento, até 2060 (quando morrerão 313.708 pessoas), terão morrido 7.872.905 pessoas no trânsito brasileiro.
Alcançamos, então, dados chocantes, que apontam como o Brasil anda na contramão em seu sistema viário, desprezando medidas de prevenção, educação e conscientização, mantendo uma fiscalização falha, descuidando de suas vias e estradas, e assumindo o risco de matar inutilmente milhares de habitantes anualmente.
*Colaborou: Mariana Cury Bunduky – Advogada, pós graduanda em Direito Penal e Processual Penal e Pesquisadora do Instituto Avante Brasil.
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