Salta aos olhos a ingerência da segurança pública nas mãos do Poder Executivo e seus demandos, tudo graças à velha política e seus caprichos. Autonomia e independência para uma Polícia Judiciária eficaz é matéria pra ontem, pauta urgente. Vamos aos fatos que corroboram para essa afirmativa. Atualmente, a violência é o principal item que puxa para baixo o desempenho do Brasil em qualidade de vida, de acordo com dados do relatório Índice de Progresso Social (IPS) divulgado em 2015. Entre os 132 países analisados pelo documento, o Brasil aparece como na 122ª posição no ranking de segurança pessoal. Ou seja, considerando o final do ranking como o de país mais inseguro, o Brasil aparece em 11º lugar. Pasmem.
A lista ém encabeçada pelo Iraque, considerado o país mais inseguro do mundo. Em seguida aparecem Nigéria, Venezuela, República Centro-Africana, África do Sul, Chade, República Dominicana, Honduras, México, Sudão e Brasil. Ou seja, até países que recentemente foram alvos de manifestações violentas como Egito, Líbano, Ucrânia e Iêmen têm índice de segurança pessoal maior que o Brasil.
O IPS é elaborado pela da organização sem fins lucrativos Social Progress Imperative e seus dados estão divididos em três grupos: necessidades humanas básicas, fundamentos de bem estar e oportunidades. Cada um tem quatro indicadores de qualidade. No índice geral de qualidade de vida somos o 46º país.
Na América do Sul, o Brasil aparece como menos inseguro apenas que a Venezuela. Depois vêm Colômbia, Equador, Peru, Paraguai, Argentina, Bolívia, Chile e Uruguai, este, o com a maior pontuação em termos de segurança (72,01 pontos). O Brasil é ainda um dos 24 países com maior média de mortes violentas, com mais de 20 homicídios por 100 mil habitantes.
Já entre as mortes no trânsito, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país ficou na 29ª posição, com 22,5 mortes a cada 100 mil habitantes. O instituto de pesquisas também perguntou à população se a cidade onde eles moram era boa para imigrantes de outros países, e 69% dos respondentes brasileiros concordaram. No ranking mundial, o Brasil ficou na 37ª posição entre os países mais intolerantes a imigrantes. Também foi feita a mesma pergunta em relação à aceitação de gays e lésbicas. Nesse caso, 62% dos brasileiros afirmaram que os brasileiros toleram.
Numa apuração mais detalhada, vale a ressalva sobre o número de habitantes e as comparações, senão, vejamos, a Islândia tem 320 mil habitantes ; Suécia 8,5 milhoes; Suíça:7,9 milhoes ; Brasil: 204 milhões. Há que se refletir o caráter de injustiça em algumas comparações, pois comparar países pequenos, com baixa densidade, ao Brasil, é por vezes leviano. De fato, temos populacao extremamente heterogênea, já o Japão é bem mais populoso, mas extremamente homogêneo.
A história também tem o seu valor e interfere nesses índices. Ocorre que nestes países com pouca criminalidade não haviam escravos. Não foram explorados como colônias. Não foram "colonizados" por portugueses e espanhóis. Fato. Países da América do Sul ainda são prejudicados pelo plantio e tráfico de drogas, esta a verdadeira causa da maioria das mortes e de tanta corrupção em todos os poderes e repito, todas instituições. Histórias distintas, exigem soluções distintas, reflexão fácil para um patriota que ainda acredita em seu povo. É horrível assistir a agonia de uma esperança.
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