RESUMO: Este artigo focaliza toda a consistência, que como Michel Foucault traz em sua obra, “A Ordem do Discurso”, que é tornar eficiente, ou plausível todo e qualquer discurso, para uma sociedade que necessita saber e ter mais cuidado ao se expressar seja qual for o ambiente a qual se encontre. Objetiva a ideia de mais ênfase nessa questão de como se fazer um bom e acertado discurso, considerandotodos os níveis de uma sociedade e ambientes, buscando igualar prioridades sem perder de vista esse assunto, até então muito falado, e muito analisando. Pois diante de varias diretrizes a sociedade já prever uma grande importância de que todos profissionais estejam preparadosprincipalmente na forma de se expressar fazendo uma analise completa antes de qualquer tipo de atitude a ser tomada ou “falada”. Assim esse trabalho tem como base principal essa incrível obra de Foucault, que é rica em todo esse procedimento.
PALAVRAS-CHAVE: discurso; eficiência; objetivo; atitude.
1. INTRODUÇÃO
A necessidade de se viver em sociedade, fez com que o homem desenvolvesse e aperfeiçoasse os meios de se relacionar. O surgimento de um discurso mais elaborado se dá devido a essa necessidade. Mas foi a partir da criação das normas e seus procedimentos, que o homem (mulher) não parou mais de desenvolver formas de planejar as formas de se expressar em sociedade, para transmitir seus conhecimentos e aproximar-se de outras culturas.
A decisão de dar início a um novo período de desenvolvimento, no qual o Estado desempenha um papel indutor importante, resgatou a devida ordem de se discursar, sobretudo a devida vida em sociedade, que se deve então se ter cautela no que se deve dizer (se expressar), pois a vida em sociedade é muito frágil e não se sabe de imediato a quem vai se ofender ou machucar sem antes uma analise.
A questão da “Ordem do Discurso” é muito ampla e deve ser entendida por parte. Sendo que o discurso é de grande parte uma obrigação a todo e qualquer cidadão ou acadêmico e é necessário profissionalismo para tal tarefa. Sendo o Planejamento de um Discurso de fundamental importância nas ações a serem seguidas por esses profissionais.
O profissional que se utiliza das técnicas e procedimentos vem a ser, um agente de extrema importância dentro de uma sociedade. Já que é preciso ações de apreciação sociais bem planejadas para um melhor entendimento em sociedade, a fim de sanar questões relevantes como o emprego de cada discurso, pois a forma de se expressar deve sim esta atrelada a toda e qualquer atitude que se venha ter.
2. O QUE VENHA SER DISCURSO?
O Discurso pode ser compreendido como a destreza de escolha consciente de ações que majorem as chances de obter um resultado característico de uma especificidade a que se queira passar. É uma atividade enérgica que se opõe ao improviso total, buscando orientar as decisões a partir das informações disponíveis.
Para Foucault:
Mas pode ser que essa instituição e esse desejo não sejam outra coisa senão duas réplicas opostas a uma mesma inquietação: inquietação diante do que é o discurso em sua realidade material de coisa pronunciada ou escrita; inquietação diante dessa existência transitória destinada a se apagar sem dúvida, mas segundo uma duração que não nos pertence; inquietação de sentir sob essa atividade, todavia cotidiana e cinzenta, poderes e perigos que mal se imagina; inquietação de supor lutas, vitórias, ferimentos, dominações, servidões, através de tantas palavras cujo uso há tanto tempo reduziu as asperidades. (2004, p.4)
Confirmando assim a importância do discurso bem elaborado diante de suas inquietações, a fim de transmitir o que se pensa a determinado assunto.
O Discurso acrescenta ao conceito, as características da esfera dos Direitos Sociais, tornando a atividade ainda mais complexa. Para realizá-la, é preciso conhecimento aprofundado sobre as razões do estágio de desenvolvimento de uma sociedade, as formas de operação da mesma e as circunstâncias e possibilidades de profissionais e de suas atuações. E assim seguisse a um Planejamento previsto que deverá conter todos os programas a serem realizados. Onde Vieira em seu texto define um planejamento como:
“[...], um processo contínuo e dinâmico, tendo o planejamento como uma decisão de planejar o movimento de reflexão-decisão-ação que o caracteriza vai se realizando de acordo com as seguintes aproximações.” (p.1). Assim o desafio é conhecer e interpretar os acontecimentos sociais para uma melhor democratização nas ações do profissional que quer transmitir suas ideias e seus anseios, diante a qualquer assunto.
Continuando a ideia de Foucault do que seja Discurso, pode-se dizer que é antes de tudo uma grande analise de todo o ambiente aonde vai se expressar para determinado assunto. Com isso para ele, em uma ideia mais detalhada, diz:
Em uma sociedade como a nossa, conhecemos, é certo, procedimentos de exclusão. O mais evidente, o mais familiar também, é a interdição. Sabe-se bem que não se tem o direito de dizer tudo, que não se pode falar de tudo em qualquer circunstância, que qualquer um, enfim, não pode falar de qualquer coisa. Tabu do objeto, ritual da circunstância, direito privilegiado ou exclusivo elo sujeito que fala: temos aí o jogo de três tipos de interdições que se cruzam, se reforçam ou se compensam, formando uma grade complexa que não cessa de se modificar. Notaria apenas que, em nossos dias, as regiões onde a grade é mais cerrada, onde os buracos negros se multiplicam, são as regiões da sexualidade e as da política: como se o discurso, longe de ser esse elemento transparente ou neutro no qual a sexualidade se desarma e a política se pacifica, fosse um dos lugares onde elas exercem, de modo privilegiado, alguns de seus mais temíveis poderes. Por mais que o discurso seja aparentemente bem pouca coisa, as interdições que o atingem revelam logo, rapidamente, sua ligação com o desejo e com o poder. (2004, p.5).
Fazendo então a pensar, que o discurso nada mais é que uma autoanalise de escolhas e padrões de uma sociedade, a cerca de opiniões já acertadas e que se fazem valer para que assim haja um melhor convívio dentre todos que estão inseridos nela. Deixando a entender, que tudo deve ser dosado e pensado antes mesmo de falar.
3. IMPORTÂNCIA DO DISCURSO PARA TODO E QUALQUER PROFISSIONAL
Devido a grande necessidade de uma sociedade mais humana e igualitária a preocupação com a vida em sociedade se torna cada vez mais importante. Com isso faz valer a forma como os profissionais, (seja qual for a área) devam abordar toda e qualquer questão. Observando os critérios e atitudes de uma sociedade.
Como já dito anteriormente o planejamento de um discurso é de extrema importância e com isso acarretado vem também a importância dos profissionais seguirem certos procedimentosjá até sugerido por Foucault. Pois, “o discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo por que, pelo que se luta o poder do qual nos queremos apoderar.” (FOUCAULT, 2004, p.5).
Sem esse pensamento, fica difícil resolver estudos e defender teses que até então o próprio pesquisador não acredita, ou seja, se ele próprio não acredita como poderá fazer com que outros acreditem ou se engajem em sua causa, materializado através de três processos básicos. Um deles é compreender os fatos sociais, onde esse é um dos mais importantes.
Podemos compreender os fatos sociais:
[...] consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo e dotados de um poder coercivo em virtude do qual se lhe impõem. Por conseguinte, não podem confundir-se com os fenômenos orgânicos, visto que consistem em representações e em ações; nem com os fenômenos psíquicos, que não têm existência senão na consciência individual, e devido a ela. Constituem, pois, uma espécie nova e a eles se deve atribuir e reservar a qualificação de sociais. Esta lhes convém; pois é evidente que, não tendo o indivíduo por substrato, não podem ter outro senão a sociedade quer seja a sociedade política na sua totalidade quer um dos grupos parciais que engloba: confissões religiosas, escolas políticas, literárias, corporações profissionais, etc. [...] (DURKHEIM, 2008, p. 33).
E assim compreende-se “o fato social”, como um dos requisitos de aprofundamento de um discurso e sua importância para o profissional.
Onde com levantamento de dados dos fatos e da realidade, a qual se deseja pesquisar é de grande importância para esse profissional que em fase de planejamento estabelece metas e toma decisões importantes para a sociedade a qual se é estudada. Afim de que sua tese ou o que se queira defender atinja o maior numero de pessoas engajada da sua causa.
4. A BUSCA DA VERDADE TRABALHADA NO DISCURSO
Diante de um discurso pode assim dizer que há uma busca do que seja verdade ou não, pois para tanto é preciso que o público que se queira atingir, sinta verdade no discurso a ser transmitido. Essa verdade jamais será absoluta, mais em grandes momentos será a única, e com o tempo será modificada, até transformada ou descartada. Para Foucault esse desejo chega a ser natural a procura pela verdade dentro do discurso.
Certamente, se nos situamos no nível de uma proposição, no interior de um discurso, a separação entre o verdadeiro e o falso não é nem arbitrária, nem modificável, nem institucional, nem violenta. Mas se nos situamos em outra escala, se levantamos a questão de saber qual foi, qual é constantemente, através de nossos discursos, essa vontade de verdade que atravessou tantos séculos de nossa história, ou qual é, em sua forma muito geral, o tipo de separação que rege nossa vontade de saber, então é talvez algo como um sistema de exclusão (sistema histórico, institucionalmente constrangedor) que vemos desenhar-se. (FOUCAULT, 2004, p.6).
Assim ele nos diz que isso não é algo novo e que só vem se modificando a medida que o tempo passa sendo que a evolução é uma constante e isso jamais será descartado.
Essa experiência vivida em tempos remotos a depender de quem se apoderava do discurso, poderia soar como verdade absoluta, o que nas palavras de Foucault em sua obra diz:
Porque, ainda nos poetas gregos do século VI, o discurso verdadeiro – no sentido forte e valorizado do termo –, o discurso verdadeiro pelo qual se tinha respeito e terror, aquele ao qual era preciso submeter-se, porque ele reinava, era o discurso pronunciado por quem de direito e conforme o ritual requerido; era o discurso que pronunciava a justiça e atribuía a cada qual sua parte; era o discurso que, profetizando o futuro, não somente anunciava o que ia se passar, mas contribuía para a sua realização, suscitava a adesão dos homens e se tramava assim com o destino. (2004, p.7).
Fazendo-se então a pensar na força de um discurso e a verdade que ele pode transmitir. Essa verdade tão intensa, que pode fazer grandes modificações em vários senários.
E assim essa “vontade de verdade”, traduz o porquê da apreciação social antes de se aprofundar em um discurso. Chega-se então na premissa do que se realmente seja o discurso se não a “liberdade de poder e a liberdade verdadeira”, descrito assim por Foucault. “O discurso verdadeiro, que a necessidade de sua forma liberta do desejo e libera do poder, não pode reconhecer a vontade de verdade que o atravessa; e a vontade de verdade, essa que se impõe a nós há bastante tempo, é tal que a verdade que ela quer não pode deixar de mascará-la.” (2004, p.8).
Com isso há essa hipótese de que todas as pessoas que produzem seus discursos são controladas, com um grande objetivo de retirar os poderes e os perigos, a fim de conter acontecimentos aleatórios em uma produção.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Contudo, assim como os profissionais de extrema responsabilidade e importância para uma sociedade (que queira a resolução de diversos problemas sociais), o planejamento de um discurso é indispensável como instrumento de trabalho do mesmo.
A fim de facilitar e qualificar o trabalho desse profissional, que de certa forma antecipa mudanças que podem ocorrer em uma sociedade que esta em constante crescimento social e econômico, facilitando o seu desenvolvimento cultural continuamente.
Um discurso bem elaborado continuará sendo uma “arma” de grande força para quem deseja alcançar grandes objetivos, com suas especificidades já pré-estabelecidas para assim não haver uma má interpretação do discurso.
É preciso não só ver esses profissionais, mas é necessário olhar para eles e sentir junto com eles as necessidades continua do planejamento do discurso.
A sociedade deve ser observada através de outra perspectiva. Olhar voltado para além das culturas, para o lado de fora de cadaproblema, por trás de cada fato ocorrido.Afinal, existe sim uma dependência grande desses profissionais preocupados com o que vão transmitir ou vão defender, e é o uso de suas ferramentas assim como o planejamento do discurso é de fundamental importância para a sociedade.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Nilton de Aquino. [et al] Planejamento Governamental para Municípios. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
DURKHEIM, David Émile. As regras do método sociológico. 3. Ed. Tradução Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2008.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso.Tradução: Graciano Barbachan. Publicação Original: 1970. Livro em PDF disponível em www.sabotagem.revolt.org. Digitalização em 2004.
Bacharelando do Curso de Direito da Faculdade Ages, Paripiranga - Ba. Trabalha na Prefeitura de Nova Soure - Ba.<br>
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: SILVA, Jean Carlos da. A essência de "A Ordem do Discurso" Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 17 mar 2015, 04:15. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/43558/a-essencia-de-quot-a-ordem-do-discurso-quot. Acesso em: 23 dez 2024.
Por: EDUARDO MEDEIROS DO PACO
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Por: Marcos Antonio Duarte Silva
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Por: LETICIA REGINA ANÉZIO
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