RESUMO: Este artigo apresenta uma demonstração da importância do gerenciamento de projetos de Infraestrutura de TI. São abordados conceitos a respeito de infraestrutura de TI, projetos, gerenciamento de projetos e relacionadas as áreas de conhecimento de gerenciamento de projetos aos projetos de infraestrutura de TI, mostrando a importância de utilização de projetos na infraestrutura de TI.
PALAVRAS CHAVES: projetos; gerenciamento de projetos; áreas de conhecimento de gerenciamento de projetos; infraestrutura de TI.
A Tecnologia da Informação (TI) pode ser definida como o conjunto de todas as atividades e soluções providas por recursos de computação que permitem o armazenar, acessar e utilizar as informações.
Segundo Ferrucio (2012), a TI aumenta o valor de ativos invisíveis (conhecimento, habilidades), possibilita a segmentação de mercado e a customização de produtos e democratiza a empresa, uma vez que mais informação flui entre os empregados.
A TI tem tido papel cada vez mais importante no mundo globalizado, de constantes mudanças e pouca previsibilidade. Ela é uma arma eficiente de gestão de informação e de apoio a decisões e seu uso adequado nas organizações permite mais agilidade na tomada de decisões estratégicas.
De acordo com Vieira (2007, p. 3), um dos objetivos da tecnologia da informação é dar suporte às operações das organizações, sejam elas privadas ou públicas, e na maioria dos setores.
A TI se envolve com praticamente todos os setores de uma empresa e tem bastante importância em áreas como finanças, planejamento, contabilidade, marketing, recursos humanos, entre outras. Ela é um recurso valioso e provoca repercussões tanto no nível estratégico da estrutura organizacional, quanto nos níveis operacional e administrativo.
Pode-se dizer que a TI se subdivide nos seguintes segmentos: desenvolvimento de sistemas, suporte e infraestrutura.
A área de desenvolvimento de sistemas tem a função de identificar e levantar necessidades de informatização; desenvolver sistemas de informações (definição, codificação e teste); adequar e manter os sistemas em produção, entre outras.
A área de suporte operacional tem basicamente o objetivo de realizar atividades de suporte técnico, efetuando a manutenção de equipamentos, softwares básicos e aplicativos e analisando e solucionando problemas apresentados pelo usuário relativos a serviços de TI em operação.
A área de infraestrutura é responsável por planejar a instalação de redes de transmissão de dados; analisar a utilização de redes de comunicação; planejar topologias de rede; adquirir, instalar e manuter softwares e equipamentos de telecomunicação; manter em funcionamento sistemas de segurança de acesso; instalar e manter a comunicação digital; configurar e administrar os servidores; definir e operacionalizar os sistemas de segurança; realizar o monitoramento, auditoria e manutenção da rede de computadores; realizar, validar, armazenar e restaurar backups; pesquisar e avaliar novas tecnologias, de forma a aprimorar os recursos tecnológicos utilizados; orientar na elaboração de projetos de cabeamentos lógico e elétrico, bem como realizar testes de conectividade em redes locais.
A infraestrutura, assim como as outras áreas de TI, evolui com muita velocidade. Por esse motivo, entre outros, para essa área é muito importante a utilização de gerenciamento de projetos para atingir seus objetivos, melhorando seus serviços de acordo com a atualidade do mercado.
Projeto, segundo o PMBOK (2008, p. 11), é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A sua natureza exclusiva indica um início e término definidos.
O gerenciamento de projetos pode ser considerado um importante meio para lidar com mudanças de serviços, de produtos e de processos nas organizações modernas.
O gerenciamento de projetos é aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas ás atividades do projeto a fim de atender seus requisitos (PMBOK, 2008, p. 12).
O gerenciamento de projetos diminui os riscos de um projeto, pois ocorre o monitoramento em todos os seus estágios. Em um projeto de infraestrutura de TI é muito importante esse monitoramento por causa das constantes mudanças e atualização de ferramentas.
Segundo Ferrucio (2012), o gerenciamento de projetos envolve o balanceamento entre escopo, tempo, custo e qualidade; stakeholders com diferentes necessidades e expectativas; requisitos identificados (necessidades) e requisitos não identificados (expectativas).
1. INFRAESTRUTURA DE TI E PROJETOS
Segundo Peter Weil (apud NASCIMENTO, 2010) a infraestrutura de TI é a base da capacidade da tecnologia da informação, tida como serviços confiáveis compartilhados pela empresa e coordenados centralmente, geralmente pelo grupo de sistemas de informação.
A infraestrutura de TI é uma área muito crítica das organizações, pois ela é um fator determinante da qualidade dos serviços de TI prestados à organização, podendo também ajudar a alcançar vantagem competitiva e estratégica em uma empresa. Ela é um alicerce importante para a melhoria dos processos de negócio, redução de custos e ganho de novos mercados.
De acordo com Peter Weil (apud NASCIMENTO, 2010) o conjunto de serviços de infraestrutura fornece a capacidade humana e técnica que alavanca a capacidade do negócio necessária para o posicionamento competitivo da empresa.
A infraestrutura de TI consiste nas instalações físicas, serviços e gestão que dá suporte a todos os recursos de computação compartilhados na organização.
Segundo Nascimento (2010) os componentes da infraestrutura de TI são hardware, software, redes, equipe de TI e datacenter.
Esses recursos são integrados e relacionados e para haver o funcionamento adequado da infraestrutura de TI é necessária a operação, documentação, manutenção e gestão dos mesmos.
O hardware da infraestrutura de TI são os servidores, desktops, telefones, firewalls, cabeamento e os dispositivos de rede, entre outros.
Os dispositivos de rede são os repetidores, pontes, switches, hubs, roteadores e gateways (TANENBAUM, 2003, p. 347).
Os dispositivos de rede provêm a infraestrutura necessária para suportar as aplicações de comunicação de dados em uma organização.
Segundo Nascimento (2010) o, os softwares de rede são os sistemas operacionais, bancos de dados, sistemas web e ERP.
Redes de computadores são um conjunto de computadores autônomos interconectados por uma única tecnologia. (TANENBAUM, 2003, p. 2).
As redes de computadores surgiram da necessidade de troca de informações. Elas permitem o compartilhamento de recursos físicos e lógicos e uma preocupação atual é com a segurança dos dados que nela trafegam.
Os incidentes de segurança podem provocar um grande impacto na continuidade dos negócios o que exige que as organizações adotem um modelo mais eficiente para proteger as informações das ameaças digitais.
Segundo Tanenbaum (2003, p. 18), as redes podem ser locais (LAN), metropolitanas (MAN), geograficamente distribuídas (WAN), domésticas e sem fio.
Equipe de TI são as pessoas necessárias para exercerem os papéis e responsabilidades relativas a TI. São os analistas de suporte, técnicos de suporte, administradores de rede e analistas de sistemas, entre outros.
Essas pessoas têm que se manter em constante atualização, pois as mudanças nessa área ocorrem a todo momento e elas são responsáveis por dar suporte a elas.
Um exemplo são os usuários que estão levando seus próprios dispositivos para o ambiente de trabalho. A equipe de TI é responsável por essa nova demanda que a pouco tempo atrás não existia.
Segundo Pinheiro (2004),
“o datacenter é uma modalidade de serviço de valor agregado que oferece recursos de armazenamento e processamento de dados em larga escala para que organizações de qualquer porte ou mesmo profissionais liberais possam ter a seu alcance uma estrutura de grande capacidade e flexibilidade, alta segurança e igualmente capacitada do ponto de vista de hardware e software para processar e armazenar informações”.
Os datacenters são projetados para serem extremamente seguros e atender a rigorosos padrões internacionais pois processam grande quantidade de informação.
De acordo com Nascimento (2010) um projeto de datacenter inclui banco de baterias, servidores de alta disponibilidade, sistemas de combate a incêndio, grupo gerador de energia, racks climatizados, refrigeração redundante, sistema de detecção de incêndio, piso elevado e segurança predial.
O datacenter deve ser projetado de forma a garantir desempenho, segurança, confiabilidade e flexibilidade às aplicações empresariais e devem que possuir alta disponibilidade.
Segundo Pinheiro (2004), o gerenciamento é um dos principais serviços que um datacenter oferece na previsão de falhas. O gerenciamento pode ser básico (servidores monitorados continuamente) ou avançado (método eficaz na garantia de disponibilidade do site).
De acordo com Nascimento (2010), são tendências de infraestrutura de TI o Cloud Computing, SaaS, Green IT, Virtualização de hardware e Unified Communications.
Cloud Computing é o conceito simples de transferir para a “nuvem” (internet) os mesmos dados, serviços e aplicativos que atualmente estão parados nos computadores ou servidores de TI (DUARTE, 2010).
Algumas vantagens da utilização de Cloud Computing são a redução de custos pois elimina o superdimensionamento de recursos físicos; a preservação do meio ambiente pois reduz o consumo de energia do datacenter, por economizar energia e gastos com refrigeração e espaço físico e o ganho em performance.
1.1.3.2.SaaS
SaaS consiste em oferecer o software como serviço (DUARTE, 2010).
No modelo SaaS o fornecedor do software se responsabiliza pela a estrutura necessária para a disponibilização do sistema (servidores, conectividade, cuidados com segurança da informação) e o cliente utiliza o software via internet, pagando um valor pelo uso.
As principais vantagens do modelo SaaS são que ele permite que o cliente se foque no seu negócio e não precise se envolver com a criação de estrutura para o sistema e capacitação dos profissionais; possibilita uma abordagem gradual de implantação; torna possível o aumento ou redução de licenças de acordo com as necessidades do negócio e torna a implantação menos dependente da equipe de TI da empresa.
Atualmente, a tecnologia é um dos grandes responsáveis pelo consumo dos recursos naturais do planeta. Além da energia consumida durante o processo de produção, entram nesta conta também o desperdício de energia de aparelhos eletrônicos. Além de computadores, existem diversos produtos eletrônicos que consomem energia e que poderiam ser substituídos.
Segundo Nascimento (2010) Green IT é sustentabilidade e responsabilidade socioambiental e pode promover uma economia de até 40% nos custos.
O Green datacenter inclui virtualização, reengenharia do site, consolidação e uso de servidores que utilizam menos energia. Outra tecnologia green é a videoconferência que reduz bastante a necessidade de viagens e o volume das emissões de carbono das empresas.
Segundo Duarte (2010), virtualização é o processo que permite a execução de vários sistemas operacionais operando em um único servidor, através do compartilhamento de hardware. É a junção de ambientes operacionais físicos e virtualizados, através da transformação de hardware em software.
A vantagem da virtualização é principalmente econômica. Atualmente, com a iminente crise ambiental global e a crescente necessidade de diminuir o desperdício de recursos é necessário haver o surgimento de alternativas para otimizar o uso de tais recursos.
1.1.3.5.Unified Communications
De acordo com Nascimento (2010), Unified Communications é a integração de vários meios de comunicação em um único canal, permitindo a redução de custos com comunicação e melhoria na produtividade.
Projeto, segundo o PMBOK (2008, p. 11), é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A sua natureza exclusiva indica um início e término definido.
Muitas empresas estão adotando a estrutura de projetos no seu dia-a-dia. Desde a concepção de um novo software até a implantação de um novo de serviço de infraestrutura de TI, muitos empreendimentos de uma organização se enquadram na classe de projetos.
Segundo Prado (2001, p. 18), são características comuns aos projetos a alta incerteza, as possibilidades de mudanças durante o ciclo de vida do projeto e o aumento do conhecimento com o tempo.
Nos mais diversos setores, a abordagem de gerenciamento de projetos está obtendo maior utilização por permitir um melhor uso dos recursos para se atingir objetivos bem definidos pela organização.
Segundo Ferrucio (2010), projetos nascem de uma necessidade que pode ter várias fontes (interna, clientes, governo) e uma vez reconhecida, a necessidade deve ser articulada e seus requisitos funcionais e técnicos estabelecidos.
1.1.2. Gerenciamento de Projetos
O gerenciamento de projetos é aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas ás atividades do projeto a fim de atender seus requisitos (PMBOK, 2008, p. 12).
O gerenciamento de projetos tem relação direta com a garantia de execução das metas das organizações.
Segundo Prado (2001, p. 19) no gerenciamento de projetos são estabelecidas as metas, as tarefas a serem realizadas e seu sequenciamento, com base nos recursos necessários e disponíveis.
Gerenciar projetos de forma eficiente nessa era de grandes mudanças é um dos grandes desafios dos profissionais dos tempos modernos.
De acordo com Bruce (2008, p. 14), muitas pessoas confundem gerenciamento de projetos com planejamento de projetos. Embora o bom planejamento de um projeto seja parte vital necessária à gestão do projeto, será preciso considerá-la em escala mais ampla.
O gerenciamento de projetos permite o enfoque em prioridades, o acompanhamento do desempenho do projeto, a superação de dificuldades e a adaptação às mudanças.
Segundo Ferrucio (2010), o gerenciamento de projetos envolve o balanceamento entre escopo, tempo, custo e qualidade; stakeholders com diferentes necessidades e expectativas; requisitos identificados e requisitos não identificados.
Alguns dos benefícios da utilização do gerenciamento de projetos são o cumprimento de prazos e qualidade propiciando redução de custos, aumento de receitas, satisfação de clientes, entre outros benefícios.
Segundo D’Avila (2010),
“o gerenciamento de projetos existe para traçar, divulgar, monitorar e corrigir a rota dos projetos, tratando questões, riscos, incertezas, imprevistos, falhas e mudanças que surgem, sempre mantendo as partes interessadas informadas e gerenciando suas expectativas, de forma a garantir que cada projeto (uma tarefa ou empreitada a realizar) seja cumprido e atinja seu objetivo com sucesso’’.
1.1.3. Processos de gerenciamento de projetos
Segundo Ferrucio (2010), processos de gerenciamento de projetos são aqueles preocupados em escrever e organizar o trabalho do projeto.
De acordo com Vieira (2007, p. 154), os processos de gerência estão agrupados em cinco fases, da seguinte forma : iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento.
Os processos de iniciação auxiliam a autorização formal para iniciar um novo projeto ou uma fase do projeto.
Segundo o PMBOK (2008, p. 39), processos de iniciação são aqueles realizados para obter um novo projeto ou nova fase do projeto existente através da obtenção de autorização para iniciar o projeto ou fase.
Processos de planejamento são realizados para definir o escopo do projeto, refinar os objetivos e desenvolver o curso de ação e processos de execução são realizados para executar o trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto satisfazendo as especificações do mesmo (PMBOK, 2008, p.39).
Os processos de planejamento desenvolvem o plano de gerenciamento do projeto e os processos de execução são relacionados com o cumprimento dos planos do projeto.
De acordo com o PMBOK (2008, p.39), processos de monitoramento e controle são os processos necessários para acompanhar, revisar e regular o progresso e o desempenho do projeto, identificar todas as áreas nas quais serão necessárias mudanças no plano e iniciar as mudanças correspondentes.
Os processos de monitoramento e controle são relacionados com a medição e monitoramento do desempenho do projeto.
De acordo com o PMBOK (2008, p.39), processos de encerramento são os processos executados para finalizar todas as atividades de todos os processos, visando encerrar formalmente o projeto ou fase.
Os processos de encerramento se referem à aceitação formal do projeto (com verificação de escopo) ou fase para a sua finalização.
Os cinco grupos de processos possuem certa correspondência com o PDCA (Plan - Do - Check – Act).
O PMBOK (2008, p. 42), ainda caracteriza os grupos de processos que iniciam (Iniciação) e finalizam (Encerramento) um projeto, por eles serem finitos.
Os processos do PDCA ocorrem em ciclos e tendem a uma espiral. Os resultados das ações de iniciação são utilizados como entrada para as ações a serem tomadas durante o planejamento (VERAS, 2010).
2. O GERENCIAMENTO DE PROJETOS E A INFRAESTRUTURA DE TI
Segundo Vieira (2007, p. 133), as nove áreas do conhecimento de gerenciamento de projetos são as seguintes: gerenciamento de integração, gerenciamento de escopo, gerenciamento de tempo, gerenciamento de custos, gerenciamento de qualidade, gerenciamento de recursos humanos, gerenciamento de comunicação, gerenciamento de riscos e gerenciamento de aquisições.
2.1.1. Gerenciamento de integração
Segundo PMBOK (2008, p. 321), o gerenciamento de integração do projeto inclui os processos e as atividades necessárias para identificar, definir, combinar, unificar e coordenar os vários processos e atividades de gerenciamento de projetos.
O gerenciamento de integração pode ser considerado o núcleo do gerenciamento de projetos e é composto dos processos corriqueiros com os quais o gerente conta para garantir que todas as partes do projeto funcionem juntas.
O gerenciamento de integração engloba os processos necessários para garantir que os vários elementos do projeto estão propriamente coordenados (FERRUCIO, 2012).
A infraestrutura de TI está sempre em constante mudança e os projetos são sempre incertos. Para coordenar essas incertezas é necessário o gerenciamento de projetos e o gerente de projetos.
Segundo Bruce (2008, p. 25), o gerente de projetos é responsável pela consecução dos objetivos do projeto e pelo comando da equipe e ele deve produzir o plano detalhado do projeto, motivar a equipe, comunicar a execução do projeto e monitorar os indicadores do projeto.
O gerente de projetos tem grande importância no gerenciamento de integração dos projetos de infraestrutura de TI pois devido à especificidade dessa área a comunicação tem que ser o mais clara possível. Seu papel é importante também porque alguém precisa que ter a visão geral do projeto, para que não seja somente valorizada a parte técnica do mesmo.
Segundo Vieira (2007, p. 135), muitas pessoas consideram o gerenciamento de integração a chave para o sucesso do projeto e no campo da TI. Um bom gerenciamento de integração de projetos é um fator crítico para a satisfação de todos os envolvidos.
2.1.2. Gerenciamento de escopo
Segundo PMBOK (2008, p. 6), o gerenciamento de escopo do projeto engloba os processos necessários para garantir que o projeto inclua todo o trabalho necessário, e somente o trabalho necessário, para ser completado com sucesso.
O gerenciamento de escopo em projetos de infraestrutura de TI é muito importante pois as tecnologias evoluem muito em pouco tempo e devem ser definidas no escopo levando em conta as mudanças que poderão ser previstas e podem ocorrer até o final do projeto.
De acordo com Ferrucio (2012) o gerenciamento de escopo em projetos inclui Scope Planning, Scope Definition, CreateWBS, Scope Verification e Scope Control.
Quanto mais tarde for incluída uma mudança em um projeto, maior é o custo para implementá-la. Por isso é muito importante que seja gasto tempo com a definição do escopo para que não sejam necessárias mudanças posteriores.
Segundo Ferrucio (2012), o gerenciamento de tempo de um projeto engloba os processos necessários para garantir que o projeto termine dentro do prazo previsto.
O cronograma é uma ferramenta importante para o controle da utilização do tempo. Um projeto bem sucedido precisa de um bom cronograma.
Segundo Bruce (2008, p. 52), para uma utilização eficiente do tempo, as atividades de um projeto têm que ser ordenadas em uma seqüência lógica, deve ser estimada a duração de cada uma e delineado o cronograma.
Gerentes de projeto de infraestrutura de TI precisam se preocupar muito com a entrega de projetos dentro do prazo por causa do risco desses projetos caírem em desuso.
Segundo Vieira (2007, p. 138), entregar um projeto de TI no prazo é o principal desejo do cliente que o contrata, porque o ciclo de vida de um projeto desse tipo é muito curto e ele pode se tornar obsoleto em poucos meses ou anos.
2.1.4. Gerenciamento de custos
Segundo Ferrucio (2012), o gerenciamento de custos engloba os processos necessários para garantir que o projeto termine dentro do orçamento aprovado.
O controle dos custos durante a execução de um projeto de infraestrutura de TI é sem sombra de dúvida uma atividade altamente crítica para o sucesso do projeto.
De acordo com o PMBOK (2008, p. 7), são processos do gerenciamento de custos: estimar custos, determinar o orçamento e controlar custos.
O gerente de projeto deve deixar claro à alta direção de uma empresa que os gastos com infraestrutura de TI são um investimento, pois a TI agrega valor ao negócio e não é apenas um centro de custos.
A infraestrutura de TI, assim como a TI, existe para agregar valor e cumprir importante papel na realização das metas estratégicas da organização.
Segundo Vieira (2007, p. 139), falhas nas estimativas, variações e surpresas de custos podem ser evitadas e minimizadas em projetos de TI se forem utilizados os processos de gerenciamento de custos, conforme estruturados no PMBOK.
2.1.5. Gerenciamento de qualidade
De acordo com Ferrucio (2012), o gerenciamento de qualidade engloba os processos necessários para garantir que o projeto satisfaça as necessidades para o qual foi empreendido. Inclui a gerência de qualidade do projeto e do produto do projeto.
São aspectos da qualidade de um projeto de infraestrutura de TI e de outras áreas a satisfação do cliente, a prevenção ao invés de inspecionar e corrigir, a responsabilidade do gerente de projetos em fornecer os recursos necessários para o sucesso do projeto e a melhoria contínua.
A qualidade dos projetos de TI está diretamente ligada ao bom entendimento dos requisitos do usuário e à definição do escopo do projeto (VIEIRA, 2007, p. 139).
Para projetos de infraestrutura de TI a entrega no prazo previsto é um indicador de qualidade, já que por sua complexidade e peculiariedade essa é uma meta ás vezes difícil de ser alcançada.
2.1.6. Gerenciamento de recursos humanos
Segundo Ferrucio (2012), o gerenciamento de recursos humanos engloba os processos necessários para garantir o uso mais efetivo das pessoas envolvidas no projeto. Inclui todos os stakeholders do projeto.
Os stakeholders de um projeto são todas as pessoas que de alguma forma podem influenciar no sucesso de um projeto.
De acordo com Rezende (2003, p. 88), a gestão de pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que simboliza a importância do fator humano.
As pessoas envolvidas em um projeto devem interagir desde o início do mesmo para que se estabeleça uma relação de confiança e compromisso entre elas.
Segundo Raj (2006, p. 60), as características a serem consideradas na designação de pessoas para um projeto são a disponibilidade, capacidade, experiência, interesses e custo.
Em projetos de infraestrutura de TI um fator que deve ser levado em conta é que profissionais altamente qualificados são difíceis de ser mantidos em uma empresa, devido à concorrência acirrada no mercado.
De acordo com Vieira (2007, p.143), para competirem nesse mercado dinâmico de tecnologia da informação, em que novas tecnologias surgem diariamente, as organizações devem provisionar verbas anuais e promover programas de treinamento e incentivos para seus funcionários.
O gerente de projetos tem um papel crucial no gerenciamento de recursos humanos. Ele deve exercer a capacidade a sua capacidade de liderança, motivando e coordenando a equipe, realizando reuniões eficazes e se comunicando claramente com todos os participantes do projeto.
De acordo com Bruce (2008, p. 63), os membros de uma equipe precisam da liderança do gerente de projetos. Eles assumirão sua responsabilidade na medida em que o gerente de projetos lhes passar entusiasmo e confiança.
Para o gerenciamento de uma equipe de projeto também é muito importante que o gerente do projeto tenha um comportamento ético e profissional. A postura do gerente de projetos é fator determinante para o sucesso de um projeto.
2.1.7. Gerenciamento de comunicação
O gerenciamento de comunicação de um projeto engloba os processos necessários para garantir a correta geração, distribuição, armazenamento, coleta e disposição final das informações relativas ao projeto (FERRUCIO, 2012).
A importância do gerenciamento de comunicação de um projeto ainda é mais importante na infraestrutura de TI, pois pode ser difícil para uma pessoa que não é desta área entender alguns termos e conceitos específicos.
De acordo com Vieira (2007, p. 149) quando profissionais de tecnologia da informação precisam conversar com profissionais de outras áreas, alguns problemas podem acontecer devido ao vocabulário globalizado e jargões técnicos.
Por exemplo, tendências de infraestrutura de TI como Cloud Computing e SaaS são relativamente novas e projetos relacionados a elas precisam de entendimento de todas as partes envolvidas para que fiquem claros os objetivos e vantagens dos mesmos.
De acordo com o PMBOK (2008, p. 204), são processos do gerenciamento de comunicação a identificação das partes interessadas, o planejamento das comunicações, a distribuição das informações, o gerenciamento das expectativas das partes interessadas e o reporte do desempenho.
2.1.8. Gerenciamento de riscos
Segundo o PMBOK (2008, p. 226), os objetivos do gerenciamento de riscos de um projeto são aumentar a probabilidade e o impacto dos eventos positivos e reduzir a probabilidade e o impacto dos eventos negativos no projeto.
As tecnologias avançam fazendo que com que os padrões de infraestrutura de TI utilizados rapidamente precisem ser alterados para manter a competitividade.
Segundo Vieira (2007, p. 147), são riscos comuns a projetos de tecnologia da informação o risco de mercado (viabilidade do projeto); risco financeiro (recursos financeiros dispendidos) e risco de tecnologia (a tecnologia pode ser tornar obsoleta antes do projeto ser concluído).
As novas tecnologias a serem utilizadas devem ser testadas completamente antes de se iniciar um projeto para utilização das mesmas, minimizando assim os riscos da sua implantação.
Segundo Bruce (2008, p. 68), até nos projetos mais bem planejados alguma coisa sempre dá errado. Fatos inesperados podem ameaçar um objetivo importante. É necessário identificar os que são cruciais e avaliar seu significado para o sucesso do projeto.
2.1.9. Gerenciamento de aquisições
O gerenciamento de aquisições engloba os processos necessários para compra de produtos e serviços de fora da organização executora do projeto (FERRUCIO, 2012).
Um fator muito em alta na infraestrutura de TI é a terceirização. Ela tem aumentado bastante, mas cuidados devem que ser tomados em relação à segurança das informações, escolha de fornecedores capacitados e para que não ocorra perda de controle sobre a operação causada pela houver comunicação eficaz entre as partes.
A segurança da informação é muito importante em infraestrutura de TI pois incidentes deste tipo podem comprometer toda a operação de uma empresa. O crime organizado explora as vulnerabilidades deste ambiente para tirar proveito financeiro.
O gerenciamento de aquisições de um projeto abrange os processos de gerenciamento de contratos e controle de mudanças que são necessários para desenvolver e administrar contratos ou pedidos de compra emitidos por membros autorizados da equipe do projeto. (PMBOK, 2008, p. 259)
Cloud Computing e SaaS são exemplos de terceirização em infraestrutura de TI.
Em relação às aquisições de equipamentos e contratação de serviços, as empresas devem se conscientizar de que proteger e configurar adequadamente a rede é fundamental e estar com os aplicativos de negócio adequados também é importante.
A aquisição e disponibilização de componentes da infraestrutura tecnológica devem ser bem planejadas assim como o dimensionamento da capacidade de tais componentes em relação à necessidade de negócio.
A alta direção de uma empresa deve ser compreender que os investimento em infraestrutura de TI são feitos para melhorar o negócio e não propriamente a TI.
2.2. A IMPORTÂNCIA DA UTILIZACAO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS EM INFRAESTRUTURA DE TI
Segundo Vieira (2007, p. 395), projetos de infraestrutura geralmente são divididos em escolha e aquisição do produto; escolha e contratação de uma consultoria; implantação e suporte pós-implantação.
Qualquer mudança em infraestrutura de TI é muito crítica, pois pode causar a indisponibilidade dos serviços de rede de toda uma organização, se mal planejada. Por esse motivo, elas devem ser tomadas com embasamento e devem ser controladas em todas as suas fases, evitando assim situações desfavoráveis.
As organizações dependem muito da área de infraestrutura de TI pois ela é a responsável por tornar disponível a infraestrutura tecnológica necessária para a análise e divulgação de informações e também pelo armazenamento do conhecimento produzido pelos integrantes da organização
A infraestrutura de TI possui alta complexidade e o gerenciamento de projetos é muito importante para auxiliar no enfoque em prioridades, acompanhamento de desempenho, superação de dificuldades e adaptação às mudanças.
De acordo com Vieira (2007, p. 395), alguns dos benefícios do gerenciamento de projetos de infraestrutura de TI são garantir a disponibilidade de aplicações críticas; possibilitar o monitoramento de recursos; permitir o planejamento prévio de mudanças no ambiente; permitir antecipar e prever problemas na rede, entre outros.
CONCLUSÃO
O gerenciamento de projetos permite o enfoque em prioridades, o acompanhamento do desempenho do projeto, a superação de dificuldades e a adaptação às mudanças.
Entender o processo de gerenciamento de projetos tem se tornado vital para organizações pois o dinamismo e o senso de urgência atual fazem com que muitos dos seus empreendimentos se enquadrem na classe de projetos.
O intuito deste trabalho é demonstrar a importância do gerenciamento de projetos na infraestrutura de TI, pois muitas organizações e empresas ainda não têm consciência da real importância e benefícios que advêm de um melhor planejamento e padronização de suas atividades.
O gerenciamento de projetos na infraestrutura de TI ainda não é um assunto muito abordado. O tema é bastante dinâmico, pois a infraestrutura de TI é constantemente atualizada e rapidamente surgem novas tecnologias.
BRUCE, Andy; LANGDON, Ken. Você sabe gerenciar projetos? : cumpra seus prazos finais e atinja suas metas; tradução de Cristina Cupertino; Editora Senac São Paulo, 2008, 120 p.
DUARTE, Eduardo. Aplicando conceitos de: Cloud Computing e Virtualização, 2010. Disponível em < http://www.yeslinux.com.br/?p=796>. Acesso em: 03 jun. 2012.
NASCIMENTO, Paulo. Gestão de infraestrutura. Disponível em: http://www.slideshare.net/paulonascimento/aula-1-gesto-de-infraestrutura. Acesso em: 04 mai. 2012.
PINHEIRO, José Maurício. O que é um Data Center. Disponível em: http://www.projetoderedes.com.br/artigos/artigo_datacenter.php. Acesso em: 03 mai. 2012.
PMI - Project Management Institute. Guia do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos (PMBOK). 4ª ed. Newton Square Pennsylvania, 2008.
PRADO, Darci. Planejamento e controle de projetos. 4. ed., Belo Horizonte: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 2001, 236 p.
RAJ, Paulo Pavarini; BAUMOTTE, Ana Cláudia Trintenaro; FONSECA, Doris Pereira D’Alincourt; SILVA, Lauro Henrique de Carvalho Monteiro. Gerenciamento de pessoas em projetos. 1. ed., São Paulo: FGV, 2006, 185 p.
REZENDE, Denis Alcides. Planejamento de sistemas de informação e informática: Guia prático para planejar a tecnologia da informação integrada ao planejamento estratégico das organizações. 1. ed., Belo Horizonte: Editora Atlas, 2003, 236 p.
TANENBAUM, Andrew S.. Redes de computadores. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2003, 945 p.
VERAS, Manoel. PDCA e Ciclo de Vida de Projetos, 2010. Disponível em <http://gestaodeprojetos10.blogspot.com.br/2010/02/pdca-e-ciclo-de-vida-de-projetos.html>. Acesso em: 15 mar. 2012.
VIEIRA, Marconi Fábio. Gerenciamento de projetos de tecnologia da informação. 2. ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2007, 485 p.
Analista do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, graduada em Tecnologia em Processamento de Dados pelo Centro Universitário de Ciências Gerenciais - UNA, pós-graduada em Gestão de Segurança da Informação pela Universidade FUMEC, em Gerenciamento de Projetos pelas Faculdades Integradas de Jacarepaguá e em Gestão Estratégica da Tecnologia da Informação pela Universidade Estácio de Sá.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: MATTOS, Janaína Coutinho. Gerenciamento de projetos de infraestrutura de TI Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 21 jul 2015, 05:00. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/44864/gerenciamento-de-projetos-de-infraestrutura-de-ti. Acesso em: 23 dez 2024.
Por: Juliana Melissa Lucas Vilela e Melo
Por: Marco Aurelio Nascimento Amado
Por: Mario Raposo da Silva
Por: Rafaela dos Reis Baldissera
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