RESUMO: Objetivo deste artigo é analisar da ética sob a visão do filosofo Aristóteles em sua obra Ética a Nicômica. Sabermos qual era o pensamento naqueles dias e quais os reflexos disso nos dias de hoje. O papel da ética nos dias atuais e como podemos melhorar para vivemos numa sociedade mais justa e pacifica.
Palavras-chave:Aristóteles; Ética; Nicômica.
ABSTRACT:This article aims to analyze the ethical under the philosopher Aristotle in his vision of the Ethics Nicômica work. Knowing what was thought in those days and what the consequences of that today. The role of ethics in today and how we can improve to live in a more just and peaceful society.
Keywords:Aristotle; ethics; Nicômica.
A Ética a Nicômaco é considerada a melhor obra de Aristóteles, sendo escrita de uma forma mais amadurecida e quando se firmou como filosofo. Esta obra traz uma visão do homem e suas relações consigo e com o próximo para uma melhor convivência social em busca da felicidade e vida plena para todos.
Esse trabalho visa estudar a obra desse grande autor, no intuito de tentar aplicar seus ensinamentos nos dias atuais, principalmente, no que tange a atuação do magistrado junto aos seus jurisdicionados, para que essa relação paute-se pelos princípios éticos e morais, e que juntos possam desenvolver os valores de toda uma sociedade que busca a felicidade plena
A vida é uma eterna busca pela felicidade, mas para muito isso pode variar de acordo com seus desejos, crenças e valores. Cada pessoa nasce com aptidões próprias que podem leva-la a conseguir retirar o máximo de si próprio para ser feliz. Ocorre que algumas vezes a própria vida nos traz para outros caminhos que voluntariamente ou involuntariamente aceitamos em segui-lo.
Para isso devemos desenvolver nossas habilidades. Criarmos valores próprios, mas não absolutos, devendo levar em conta outras maneiras e estilos de vida pra só assim chegarmos ao nosso conceito de felicidade.
Um bom exemplo disso seria um bom juiz. Para aquele que estuda e se dedica, não basta a leitura de leis, para aplica-las ele tem que levar em conta outros fatores ligados ao caso concreto para só assim fazer a verdadeira justiça. O bom juiz ele se forma ao longo do seu exercício de vida de trabalho, e ele poderá conseguir chegar ao seu máximo e ser feliz no que faz.
Porém a maioria dos homens não pensam assim e escolhem ter uma vida contemplativa, sem muita ação para poder mudar e serem pessoas melhores e mais felizes. Outros escolhem ter uma vida politicamente mais ativa, elegendo alguns valores como bens supremos, seja honra ou qualquer outro bem q ele eleja como virtude para ser feliz. Alguns tantos, elegem escolhe riquezas e poderes, sem saber se de fato isso os faz felizes.
Para isso é preciso elegermos quais os bens são passiveis de ser valorados de forma que nos tragam a real felicidade. Esquecermos um pouco a quantidade e passamos a valorar a qualidade das coisas. Porém, isso vai variar de pessoa para pessoa de acordo com as suas prioridades e crenças.
A felicidade não está só nisso, está também nas pessoas e na maneiras em que as enxergamos e as valoramos na nossa vida. Ninguém é feliz sozinho e como seus próprios valores. Temos que ter a mente e o coração abertos para podermos ver a vida além de nos. Dessa forma vamos nos aproximando da felicidade plena.
Temos que aceitar a felicidade de forma simples. Um carpinteiro pode ser tão feliz quanto um médico, porque ele se realiza no que faz. Para quem de fato interessa, o seu estilo de vida é sinônimo de qualidade de vida e não ligada somente ao ter.
O homem é feito de virtudes, seja ela de uma forma que desenvolva sua inteligência ou de forma que crie a sua moral. A primeira pode ser construída pelo estudo ou qualquer método que o faça crescer intelectualmente. Por sua vez, a segunda é feita por suas vivencias e reações ao longo da vida.
“Dir-se-ia, além disso, que os homens buscam a honra para convencerem-se a si mesmos de que são bons. Como quer que seja, é pelos indivíduos de grande sabedoria prática que procuram ser honrados, e entre os que os conhecem e, ainda mais, em razão da sua virtude. Está claro, pois, que para eles, ao menos, a virtude émais excelente. Poder-se-ia mesmo supor que a virtude, e não a honra, é a finalidade da vida política. Mas também ela parece ser de certo modo incompleta, porque pode acontecer que seja virtuoso quem está dormindo, quem leva uma vida inteira de inatividade, e, mais ainda, é ela compatível com os maiores sofrimentos e infortúnios. Ora, salvo quem queira sustentar a tese a todo custo, ninguém jamais considerará feliz um homem que vive de tal maneira.” (Vallandro; Bornheim, 1991, p. 9-10)
As experiências que passamos, seja elas boas ou ruins, são quem irão desenvolver nossas virtudes. Passamos por momentos de medo, onde só assim somos capazes de criar a coragem necessária para supera-lo.
Devemos sempre buscar os comportamentos mais prudentes e sensatos para nossos atos. O excesso por um lado é prejudicial pois podemos cometer erros desnecessários e pagarmos um preço caro demais. Por outro lado, o descaso ou a deficiência do nosso comportamento, pode causar a ausência de ação para resolvermos problemas de ordem individual ou coletiva.
O ideal para tudo isso, é um comportamento meio-termo, onde por um lado é preciso conter o excesso e por outro dar ação para o descaso, porém é preciso buscarmos isso dentro de nós para só assim podermos viver melhor.
Para isso é preciso pesarmos as dores e os prazeres da vida. É claro que os prazeres são melhores e aqui é onde está o perigo dos excessos. As paixões nos leva aos dois, tanto a prazeres, como dores, mas com isso nos tornamos mais fortes e temperantes para sabermos controlar nossas vontades em experiências futuras.
Não podemos consideram que um homem vai ser bom, nem mau por suas paixões, mas sim tentar formar nosso juízo de valor por virtudes, seu equilíbrio em resolver das maneira mais equilibrada suas relações, pois de um jeito ou de outro o homem é bom e de outro mau.
É difícil colocar isso em pratica, já que o meio-termo nem sempre é suficiente para resolver a relação, devendo assim, sermos as vezes agir com mais excesso e outras com mais descaso para chegar a solução correta e prudente.
A virtude moral é baseado no meio-termo e este é o equilíbrio entre o excesso e a deficiência. Temos que tentar todos os dias buscar isso, para só assim não irmos aos extremos nas nossas relações particulares nem coletivas.
Para isso é difícil controlar e saber como e até que ponto o homem é livre para agir sem sofrer qualquer repreensão. A comportamento vai variar de acordo com o sentido de cada um e de quem vai perceber essa maneira de agir.
Com relação aos nosso atos, temos sempre que pesar se são voluntários ou involuntários. Na maioria das vezes esses atos podem ser envolvidos de paixões que podem comprometer de certa forma a real intenção do agente.
Os atos voluntários, são mais fáceis de serem reprimidos, pois o a gente tem consciência do q faz e pode ser responsabilizado por ele. Já os atos involuntários, são difíceis de sofre sanção, pois a falta de consciência impede a responsabilidade de quem comete, já que a ignorância é patente.
A escolha e o desejo estão diretamente ligados aos comportamentos voluntários. Ocorre que alguns vezes nossos comportamentos mesmo q voluntários, são reflexos de obrigatoriedades, já que as leis e alguns padrões sociais nos exigem determinados comportamentos.
Aqui surge a deliberação ou escolha de podermos fazermos ou não algumas coisas. Essas escolhas são as que podem ser feitas e estão ao nosso alcance dentro das possibilidades de cada um, pois sempre estamos na busca do nosso bem estar.
Esse comportamento ou escolhas são atos voluntários, com a finalidade de chegarmos no que desejamos. Esse caminho pode ser bom ou ruim e a depender do que escolhermos vamos responder por isso, baseado nos princípios e ações que valoramos.
Aqui voltamos a falar de meio-termo, onde a coragem é vista como tal, se comparamos com o medo e a confiança. É normal que o homem sintas esses extremos. Porém quando temos medo, somos ausentes em nosso deveres. Por outro lado, quando somos confiantes, chegamos ao excesso de agir que pode não ser bom no final.
Existem vários tipos de coragem, como a do soldado, a experiência, a paixão, o pensamento otimista, mas nenhuma deles é completa e absoluta. Devemos usar cada tipo de acordo com cada momento, é aí teremos resultados prazerosos ou dolorosos.
A bravura é sem dúvida um ato de força e vontade daquele que busca se superar como ser humano, devendo assim enfrenta-la de frete e sem temer qualquer consequência negativa para sua vida.
A temperança pode ser elencada também como forma de meio-termo para os atos voluntários. Essa medida justa é exatamente o que dá equilíbrio as relações humanas. Um homem prudente agi com mais calma e pensa melhor sobre seus comportamentos e os futuros reflexos desde, seja na sua esfera particular ou social.
Isso é o que nos diferencia dos animais. Estes agem por instinto é sem qualquer temperança, gerando assim atos pelos quais não podem ser responsabilizados já que são involuntários. O homem é o único ser capaz de deter essa virtude.
O outro lado da moeda é a intemperança , onde o homem agi involuntariamente e deve responder por seus atos, aproximando-se dos animais e podendo causa danos sérios para sua vida e a sociedade. Ela também pode ser usada para as crianças e pessoas que não tem consciência de seus atos.
“A temperança e a coragem, pois, são destruídas pelo excesso e pela falta, e preservadas pela mediania. Mas não só as causas e fontes de sua geração e crescimento são as mesmas que as de seu perecimento, como também é a mesma esfera de sua atualização. Isto também é verdadeiro das coisas mais evidentes aos sentidos, como a força, por exemplo: ela é produzida pela ingestão de grande quantidade de alimento e por um exercício intenso, e quem mais está em condições de fazer isso é o homem forte. O mesmo ocorre com as virtudes: tornamo-nos temperantes abstendo-nos de prazeres, e é depois de nos tornarmos tais que somos mais capazes dessa abstenção. E igualmente no que toca à coragem, pois é habituando-nos a desprezar e arrostar coisas terríveis que nos tornamos bravos, e depois de nos tornarmos tais, somos mais capazes de lhes fazer frente.” (Vallandro; Bornheim, 1991, p. 32)
A liberalidade elencada também como uma virtude é mais um meio-termo de equilíbrio. Através dela o homem pode conseguir seus objetos e prazeres na vida. Uma dessas forma é pelo dinheiro. Esse pode proporcionar prazeres incríveis. Porém, o excesso causado pela avareza pode tomar a pessoa pródigo e chegar ao excesso de seus gasto, causando danos para ele e os que dependem dele.
Por outro lado existe o homem magnificante, ou seja, é aquele que dá sentido prático e honrado para o dinheiro, gastando esse de forma consciente e prazerosa para que não chegue a nenhum excesso. É um gasto não só para si, mas também social.
O homem com essa magnitude não se realiza com coisas pequenas, mas sim com coisas grandes. Ele não perde tempo com miudezas nem com coisas que não o tragam prazer e grandezas. Ele sempre foca no macro e sabe usar o dinheiro de forma consciente para isso.
O justo orgulho ou respeito próprio como preferir, eleva a honra do homem no sentido de fazer desde uma grande pessoa. Aquele que pensa pequeno e atua como humilde, tira de si mesmo o q merece.
Existe ainda o anônimo que é conhecido como e meio-termo entre a ambição e a desambição. Para esse homem o peso da honra é maior que tudo que possa desejar e luta para preservar da melhor maneira possível.
A calma também faz parte desequilíbrio para chegarmos ao meio-termo. As pessoas que estão contaminadas por alguma raiva, oídio ou rancor, não conseguem agir de forma conscientes porque estão focando em coisas menores.
A jactância ou seja aquela buscas pela verdade ou falsidade sobre as coisas pode variar de acordo com cada homem e o objetivo que ele visa usar essas informações. O homem verdadeiro é aquele ético em seus comportamentos sócias, já por sua vez o homem mentiroso não tem escrúpulos e usa a mentira da maneira quem bem lhe convém.
Escutar também é uma virtude. Saber ouvir mais que falar, deve ser um exercício diário na vida. Aqui existem os excesso e as deficiências para se chegar ao meio-termo. Fazer brincadeiras pode ser um excesso, mas se calar e não dizer nada cria a deficiência e apatia.
Saber o que falar e na hora certa de falar pode fazer do homem uma pessoas agradável e simpática aos olhos e ouvidos de quem presencia.
A vergonha não pode ser considera uma virtude, pois ela está diretamente ligada a deficiência no comportamento humano. Porém, não podemos julgar nem dizer que uma pessoa é mau só porque ela é tímida. É preciso estimular o homem a falar e ter atitudes para chegarmos ao meio-termo.
A justiça é uma virtude. Ela pode ser vista não só pela aplicação das leis, mas também pelas relações que não existe qualquer regulamentação. A justiça é buscar o bem social e de todos para assim construir uma sociedade pacifica e harmônica. Por outro lado existe a injustiça que é a não respeito às leis e as normas de conduta.
Ela é efetivada pelo homem probo e honesto que cumpre seus deveres sociais e éticos. A justiça também tem um enfoque particular, conhecida como autotutela, porem esta não é mais aceita nos dias atuais.
O Homem que não cumpre com esses deveres é improbo e deve sofre as censuras corretas para que não volte a cometer os mesmos erros.
O comportamento justo envolve o uso da proporção quando em alguns casos é existe como escolher o mais correto, pois se der só para um vai faltar para o outro. Usando de bom senso e proporcionalidade é possível chegar ao meio-termo que é dito como ideal.
A transação é considerada uma forma de justiça igualitário, onde exige uma aproximação das partes para que interagindo da maneira correta, ambas abram mão de alguma coisa em prol do bem comum de todos. Aqui não existe uma decisão propriamente dita de um terceiro, já que são as partes que decidem.
A reciprocidade por sua vez, não é considerado como uma justiça corretiva, pois algumas vezes chega a cometer excessos que podem ser injustos, mesmo q a intenção seja outra.
A figura do magistrado é importante para aplicação da justiça. Este tem parte do poder do Estado para solucionar os conflitos e aplicar a lei ao caso concreto. As vezes o injusto aos olhos de quem não faz parte da justiça, está errado, mas de faro para aplicar o direito de forma correta, é preciso ter imparcialidade e não se deixar levar por fatores externos.
A justiça pode ser vista de forma legal e natural. A primeira consiste na forma de justiça elaborada de acordo com o tempo e o espaço que foi elaborada, variando de lugar para lugar. A segunda é aquela universal, que é vista da mesma forma em qualquer tempo e lugar.
Temos a equidade como forma de justiça. Consiste em tornar justa algo que não existe regulamentação no caso concreto. Alguns ordenamentos trazem o uso da equidade condicionada em certas situações previstas em lei, enquanto outros tem a equidade como um direito universal que pode ser utilizada sempre que for necessário.
Tenhamos por exemplo o caso de elaboração de uma lei. Ela muitas vezes é legal porque respeitou todo procedimento legislativo, porém não é legitima, pois foi elaborada para privilegiar determinadas parcelas ou grupos sociais.
A equidade vem para fazer justamente essa igualdade. Aproximar aqueles esquecidos no momento da elaboração da lei e que estes possam ser também sujeitos de direito.
“O assunto que se segue é a eqüidade e o eqüitativo(τ??πιει??ς) e respectivasrelações com a justiça e o justo. Porquanto essas coisas não parecem serabsolutamente idênticas nem diferir genericamente entre si; e, embora louvemospor vezes o eqüitativo e o homem eqüitativo (e até aplicamos esse termo comoexpressão laudatória a exemplo de outras virtudes, significando por ςπιει??στεpovque uma coisa é melhor), em outras ocasiões, pensando bem, nos parece estranhoque o eqüitativo, embora não se identifique com o justo, seja digno de louvor; porque,se o justo e o eqüitativo são diferentes, um deles não é bom; e, se são ambosbons, têm de ser a mesma coisa.” (Vallandro; Bornheim, 1991, p. 119)
E quando o homem pratica uma injustiça contra ele mesmo? Estaria de fato agindo errado? Sabemos que o homem é livre e que tem autonomia sobre seus próprios atos. De fato ele tem, em parte, autonomia para consigo, mas em outras tantas, o próprio Estado proíbe de alguns comportamentos que possam ser ruins.
Sendo assim, podemos afirmar que essa autonomia não é por completo, devendo ele respeitar certas normas de conduta, mesmo agindo contra si próprio.
Saindo do campo da justiça e voltando para as virtudes, vamos falar agora sobre a capacidade intelectual.
Sabemos que o homem é um ser em constante crescimento, e para isso, pode desenvolver suas habilidades de várias formas, como por exemplo o estudo. O processo de aprendizagem deve ser constante para desenvolver o intelecto.
O homem que estuda e se desenvolve tem melhores condições de escolhas na vida, pois torna-se capaz de tomar decisões com maior sabedoria.
Existe a sabedoria pratica e a sabedoria intelectual ou filosófica. A primeira é desenvolvida atrases de experiências vivias pelo homem ao longo da vida. A segunda é como esse homem se desenvolve pelo estudo, acumulando conhecimentos.
Sendo assim, ele pode desenvolver suas capacidades de agir e produzir. A capacidade de agir é aqui de estudar, ter pensamentos criar teorias sobre determinadas matérias. A de produzir é justamente a de colocar na pratica a criação dessas ideias.
A sabedoria pratica é o pensamento de uma boa qualidade de vida e não de apenas alguns momentos. É o pensamento que pode ser feito de maneira para o longa de toda uma vida e não só para parte dela.
Depende do homem, saber e limitar o quanto deseja desenvolver essas sabedoria, pois ele pode muito bem decidir não fazer nada e ficar sem saber o que poderia ter acontecido. É tudo uma questão de escolha. Para isso ele precisa de outras virtudes como a temperança para poder se desenvolver melhor.
Uma não está dissociada da outra. Tanto a sabedoria pratica como a intelectual deve ser desenvolvidas juntas para só assim chegarmos ao máximo na elaboração de cada coisa.
Existe um outro lado do homem chamado discernimento. É quando o homem passa a ter consciência da sua condição humana de forma que possa facilitar suas decisões pessoais e para com os outros.
Isso faz parte do seu crescimento pessoal e das coisas boas e ruins que aprende ao longo da vida. São conhecidos como juízes humanos, pois tem um cunho equitativo para com suas escolhas e comportamentos.
O homem deve ter sabedoria pratica para poder viver de forma ética e civilizada na sociedade. Deixar um pouco de lado o caráter exclusivamente moral e pensar no coletivo. Para que esta se desenvolva de forma correta, é preciso que ele viva de forma sadia e respeitando as leis.
A sabedoria pratica tem relação direta com a habilidade. Quando nascemos somos despidos de qualquer tipo de sabedoria ou experiências de vida. Com o passar dos anos estas começam a ser vividas e vamos nos desenvolvendo melhor.
As qualidades e defeitos que temos são reflexos de nossas sabedoria pratica. Precisamos do outros para poder vivermos. Não é possível uma boa formação de sabedoria pratica sozinho.
As relações humanas precisam ser vividas de forma plena, desde que respeitadas as leis e normas de conduta. Um homem que vive sozinho não é capaz de se desenvolver de forma completa e equilibrada.
A arte é também uma das virtudes intelectuais. Esta consiste na capacidade de produzir alguma coisa. Ela pode ser desenvolvida de acordo com o tempo e os espaço que cada cidadão vive. O foco dela é a produção e não agir, variando com a natureza e o interessa das necessidades.
Vamos falar agora sobre a continência e a incontinência do homem.
Como é cediço, o homem vive cercado por sentimento. Paixões que podem influenciar de forma voluntario ou involuntária no seu comportamento. Para isso, é preciso que o homem saiba conter esses comportamentos afim de evitar o cometimento de algum excesso.
A continência é uma dessas forma de virtude e controle de comportamento. É por ela que o homem consegue respeitar seus limites na busca por prazeres seja corporal ou material. A incontinência por sua vez, é a quebra do equilíbrio, onde o homem se rende a esses prazeres, cometendo excesso no seu comportamento e devendo sofre a censura correta.
A fortaleza faz parte da continência e é desenvolvida ao longo da vida. O homem não nasce pronto, mas vai se formando com temperança e paciência.
Os homens incontinentes, são tidos como brutos e arrogantes, na medida em que não conseguem controlar suas emoções. São movidos pelo impulso e na maioria das vezes agem involuntariamente impulsionados por paixões e prazeres.
A educação é um dos fatores que influenciam no crescimento, seja ela de forma familiar ou intelectual. O caráter é formado na infância a partir dos exemplos que vemos dos mais velhos e isso, pode influenciar na formação de um adulto incontinente.
O caráter é uma qualidade que varia de pessoa para pessoa. Nossa formação é feita pelas nossas experiências vividas. O conceito de justo e injusto para quem tem ou não tem caráter é variável, já que para aqueles que tem uma formação onde os excessos são a rega, não se sentem moralmente merecedores de qualquer forma de censura.
Passamos a analisar agora a amizade. Esta pode ser vista de várias maneiras a depender do que ponto tomamos como referencial. O certo é que o homem não pode viver sozinho e precisa de amigos ao longo da vida, não so para crescer como pessoa, mas para dividir momentos.
A amizade pode surgir pelo amor, seja ele entre homem e mulher, pais e filhos, ou por outros interesses não estejam ligados a qualquer tipo de sentimento, como o interesse financeiro e social que alguns tem.
O mais como é ver a amizade surgir de interesses comuns, seja por afinidade com gostos musicais, esportes, lazer, etc. Porem ela pode surgir por motivos de necessidade, onde pessoas nunca se viram, por determinando dificuldades se aproximam e seguem juntas até o fim da vida.
A amizade entre pais e filhos é um pouco diferente, pois existe um elo de sangue e parentesco muito grande, além de todo vinculo amoroso e familiar, mas nem por isso podemos deixar de aceitar como amigos.
“Mas existe outra espécie de amizade, a saber, a que envolve uma desigualdade entre as partes, como a de pai para filho e, em geral, de mais velho para mais jovem, a de marido para mulher e, em geral, de governante para súdito. E essas amizades diferem também umas das outras, pois a que existe entre pais e filhos não é a mesma que entre governantes e súditos, nem a amizade de pai para filho é a mesma que a de filho para pai, como a de marido para mulher não é a mesma que a de mulher para marido. Com efeito, a virtude e a função de cada uma dessas pessoas são diferentes, e por isso também diferem as suas razões para amar; e outra consequência do mesmo fato é que amor e amizade diferem igualmente um do outro.” (Vallandro; Bornheim, 1991, p. 180)
A amizade entre os jovens já é um pouco mais frívola e as vezes passageiras. Estes se aproximam por interesses de festas ou lazer, porem podem ser feitas amizades que durem ao longo de toda vida.
Existe também a inimizade, onde pessoas que em algum tempo foram bem próximas e chegaram a dividir momentos de alegria e dor, tornam-se distantes e se afastam, seja por brigas ou por circunstância da vida que os distanciam.
A amizade é vista também como uma forma de prazer. A partir dela é possível dividir os momentos especiais de nossas vidas. Apesar e tantos outros serem tristes, mas a verdadeira amizade prevalece a isso.
Não podemos deixar de falar da influência do dinheiro sobre a ela. Existem amizades onde o verdadeiro sentido do que é bom, é na verdade sinônimo de dinheiros e posição social. Pessoas que se aproximam de nós para usufruir de prazeres corporais ou matérias, e quando tudo isso passa ou diminuem as amizades se acabam como por, como se nunca tivéssemos tido qualquer vínculo.
O homem bom é aquele que procura fazer o bem para si mesmo. Esse é um dos fatores que também ligam os homens a fazerem elos de amizades. Ele quando sente amor de verdade por um amigo, deseja que aquele passe ater as mesmas coisas q ele.
Na pratica isso, é difícil, pois nos dias atuais onde vimemos num mundo onde o ter vale mais que o ser, a amizade fica um pouco em segundo plano frente aos interesses individuais de cada um
A visão egoísta e centrada, quando não acaba com as amizades põem as pessoas em situações de escolhes e terminam escolhendo o individual frente ao coletivo. São raros os exemplos de pessoas que se sacrificam ou deixam de ter alguma coisa para que um amigo possa ter antes.
O ideal para isso é que o homem passasse a ver o outro como parte de si e não como um concorrente ou coisa do tipo, sem que sentisse ameaçado para poder ter uma vida mais fraterna e solidaria.
O maior e melhor exemplo disso é o amor de uma mãe para com seu filho. Esse amor é incondicional e par alguns chega a ser considerado até divino, pois não existe qualquer forma de medo, ódio, rancor, ou sentimentos ruins e negativos. Esse amor é pleno e porque não dizer infinito, já que a mãe é capaz de sacrificar a mesmo a sua vida para salvar a de seu filho quando em algum momento de risco.
O bem estar e uma vida boa pode ter por base viver de modo solidário e verdadeiro. Um homem que passa pela vida sem fazer amigos, dedicando-se apenas interesses e negócios, sem sentir o amor fraternal, não viveu e nem terá o que contar para seus filhos e netos, pois teve uma vida em branco.
É preciso que o homem saia de se mesmo e se abra para o mundo e as oportunidade que existem. Viver isolado e sem amigos não faz bem para ninguém.
A busca da vida ideal é de todos nos. O homem nasce e a partir dos seus primeiros anos de vida passa a formar uma consciência sobre o que é bom e o que é ruim. É evidente que existem fatores que podem contribuir para isso, como educação, família, e religião.
Ao passo que os anos passam o homem, passa a ver que tudo isso se resume a uma só palavra: felicidade.
A felicidade não está apenas no ter, mas principalmente no ser. É preciso cuidar não só do corpo, mas também da mente, para termos uma vida plena e saudável.
Vemos todos os dias pessoas se sacrificando, perdendo noites e mais noites de sono em busca de uma felicidade que se resume a juntar dinheiro e ter poder. É claro que essas coisas podem te dar uma melhor condição de vida, mas será que tudo isso não é reflexo do que jeito de vida que temos? Será que uma vida com menos não seria mais bem vivida?
O corpo muitas vezes é quem sofre. Vemos pessoas com a saúde física e mental abalada por causa de estresses e tomando diariamente remédios para sobreviverem e gozarem do que juntaram, mas e se não tiver tempo para isso? Se não houver saúde para tanto que foi adquirido?
É preciso termos uma consciência social. Não vivemos sozinhos e para aqueles que tem tanto, podem dividir com quem não tem ou pouco tem. Existem trabalhos sociais e voluntários que só carentes não só de recursos financeiros, mas de pessoas que possam se dedicar em dar amor ao próximo.
A vida deve ser contemplada e para isso deve ser vivida e não sobrevivida. A autossuficiência é uma coisa ruim e não aproxima as pessoas da realidade humana. É preciso saímos de nos mesmo para encontramos outras formas de felicidade com os outros, em lugares e momentos diferentes.
Podemos fazer o bem, sem querer ser reconhecidos por isso. Uma ação moral de nos mesmo nos policiando a cada dia para buscarmos o que realmente faz sentido e é bom deve ser algo constante no nosso dia a dia.
Todos nós temos virtudes e podemos sempre melhora-las para nossa vida e para aquelas que estão ao nosso redor.
Existem aqueles que acreditam que a felicidade não está somente no plano terreno. A religiosidade é algo além de nós e pode ser vivida aqui, deixando o homem a condição humana e sendo feliz pela fé.
A Ética a Nicômaco de Aristóteles me fez ter a consciência que o comportamento humano deve ser primado de vários comportamentos, não só do homem com ele mesmo, mas também com os outros para uma melhor convivência social e feliz.
Pode perceber que existem dois mundos, ou seja o do estudo ou ciência e o mundo da pratica ou vivencias e experiências humanas. Qualquer desses comportamentos deve ser analisado sob o ponde de vista ético.
Existem o lado das virtudes como as morais por exemplo a coragem, temperança, a liberdade, a maginificência, o ânimo, a calma e outras elencadas ao longo do trabalho aqui desenvolvido, como também as virtudes intelectuais, como o conhecimento, a sabedoria, e a arte, que todas só são adquiridas ao longo da vida e das experiências que vivemos.
O nosso comportamento moral influencia diretamente nas nossas responsabilidades. Uma ação consciente e voluntaria é passível de uma censura reprovável. Enquanto um comportamento inconsciente e irresponsável, não existe moralidade que o reprove, já que o homem não tinha noção do que estava fazendo.
A busca pelo ideal de felicidade ficou evidente do decorrer de toda obra. Ela não está em cada um de nós, mas só isso não é suficiente para atingirmos o seu ideal de plenitude. Temos que sair, buscarmos na vida e nas pessoas essa felicidade. Os prazeres e as dores da vida devem ser visto de maneiras possamos encontrar o meio-termo para uma vida equilibrada e com valores honestos.
O valor e o quanto faz bem a amizade verdadeira. Que a verdadeira riqueza humana não está no ter, mas no ser e para isso temos que viver. O desejar bem para si deve ser para o outro da mesma forma. O amor que envolve as relações humanas deve ser pleno, seja nos bons ou maus momentos.
As ações humanas estão voltadas para a felicidade. O homem vede agir sempre de forma justa e boa, respeitando os direitos dos outros para preservar a paz social.
Tudo na vida deve existir o meio-termo para assim na cometermos injustiças. A vida deve ser encarada como plenitude, sabermos que os excessos e as deficiências não são bons porque nos impede de chegarmos ao melhor de nós e que para isso devemos nos esforçar diariamente na busca dessa medida equilibrada, desenvolvendo nossas virtudes como paciência, prudência e consciência.
Fazendo um paralelo nos dias de hoje com a visão do magistrado, podemos ter uma visão ética de maior especificidade.
A partir do momento que o magistrado como agente político transformador tem o poder legitimo do estado para regular as relações sociais, é dever desse começar dando o exemplo.
O juiz dos dias de hoje deve respeitar o seu código de ética não deixar este como letra morta. Tem que chegar no horário e cumprir suas metas. Tratar as partes com urbanidade e respeito é um dever mínimo que cabe a cada servidor.
A prudência e a paciência deve fazer parte do dia a dia do juiz. Nas suas decisões o magistrado deve levar em conta ao proferir suas decisões o caso em concreto. Não é possívelnos dias de hoje a aplicação fria da lei. Deve o magistrado sair desse silogismo e aplicar a razoabilidade nas suas decisões.
OS PENSADORES, ARISTOTELES, Ética a Nicômaco, Poética. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim,Ed. Nova Cultural, 4 edição, São Paulo, 1991.
Advogado, ensino superior completo, bacharel em direito. Candidato do Curso de Formação Inicial de Ingresso a Carreira da Magistratura - Escola Superior da Magistratura do Estado Maranhão - ESMAM - Tribunal de Justiça do Maranhão.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: ANDRADE, Alexandre Magno Nascimento de. Aristóteles: ética a nicômaco Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 23 jul 2015, 05:45. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/44874/aristoteles-etica-a-nicomaco. Acesso em: 23 dez 2024.
Por: EDUARDO MEDEIROS DO PACO
Por: EDUARDO MEDEIROS DO PACO
Por: Marcos Antonio Duarte Silva
Por: Marcos Antonio Duarte Silva
Por: LETICIA REGINA ANÉZIO
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