1.Introdução.
Na perspectiva transcendente, podemos fazer uso do pensamento metafísico, para refletirmos acerca dos mistérios do jardim da existência, sem focarmos exclusivamente nas diferenças supostamente existentes entre as mais diversas espécies de flores.
Não precisamos adotar uma visão separatista e extremada do mundo ao nosso redor, pois os extremos podem vir a se encontrar em alguma dimensão que, neste momento, escape aos nossos pobres sentidos.
Ademais, todas as verdades humanas, podem não passar de relatividades ou meias-verdades.
Nessa perspectiva, quem poderia lançar a primeira pedra da certeza de que os paradoxos não possam ser reconciliados? Será que o pensamento científico e o pensamento religioso deveriam seguir suas jornadas completamente insulados?
No “tao” das reflexões, pelo qual se almeja descortinar o véu que encobre a verdade , a qual serpenteia sutilmente entre a realidade e sonho, a sabedoria ancestral nos sugere que harmonizemos, no âmbito do aroma da refinada percepção, a fragrância das rosas do pensamento científico e religioso.
2.O corpo, a mente e o Espírito.
Depois de Deus a humanidade é uma das idéias mais belas que poderia existir.
Em verdade, faz todo o sentido quando os livros sagrados afirmam que Deus nos teria feito à sua imagem e semelhança.
Nós temos um corpo físico, uma mente para pensar, para sonhar e uma alma que é o reflexo do Espírito de Deus em nós.
Deus de forma similar, também possui um corpo físico.
A criação inteira, universos físicos, astrais, mentais, todos repletos de sistemas solares, arquipélagos celestes, luas, planetas, estrelas, cometas, vias lácteas e nebulosas atômicas...o que abrange os corpos físicos, astrais e mentais de todos os seres.
A mente de Deus é pura onisciência, um centro em toda parte, uma circunferência em parte alguma.
Da percepção sensitiva dos seres mais rudimentares até os pensamentos refinados das criaturas mais evoluídas, tudo flui e reflui em sua consciência.
Deus também possui um Espírito, onde reside a causa e a fonte de todas as almas individuais que transitam pelos três mundos em um ir e vir infinito.
Assim, enquanto causa, auto causante, Deus, o verdadeiro ser, é; enquanto a humanidade, na qualidade de efeito, apenas existe.
3.Sonho ou realidade.
Ao homem, hipoteticamente, é facultado perceber 03 (três) níveis de consciência: o sonho, o estado de vigília e a supra consciência ou o estado de unidade com Deus ou iluminação.
Quando sonhamos, normalmente estamos deitados em nosso leito.
Com os olhos fechados, não obstante, vislumbramos cenários, pessoas, sentimos emoções, gostos, sensações, tramas, criamos um mundo inteiro todo nosso.
No estado onírico estamos normalmente completamente alheios e inconscientes de sua real natureza e não percebemos que o sonho não é real.
Aliás durante o processo do sonho, o mundo onírico nos parece completamente real, inclusive também parece real para aqueles personagens que são sonhados por nós.
Mas ao despertarmos do sonho, seus cenários, tramas e personagens são todos dissolvidos em um abrir de olhos.
Os personagens com os quais sonhamos terão que aguardar ,pacientemente, até que nós iniciemos outro ciclo de sonhos.
Para nós o estado de vigília parece ser a verdadeira realidade.
“A maioria das pessoas está tão absorta na contemplação do mundo exterior que nem se dá conta do que se passa em seu interior” (Nikola Tesla).
Mas quando alguém próximo a nós morre, logo nos vem aquela sensação de que o mundo de vigília não deva ser tão real o quanto acreditamos que seja.
Como é possível que uma pessoa tenha passado toda uma vida em nossa companhia e, de repente, simplesmente, não mais exista?
E quando pensamos que isso também irá nos ocorrer, ou seja, que um dia seremos despejados de nossos corpos pela morte, passamos a questionar a verdadeira natureza do estado de vigília.
Então, lá dentro de nós, a voz da intuição divina que reside em nosso interior, ou nosso mestre interno, nos sugere que o estado de vigília possa não ser tão real o quanto cremos.
“Não vem o Reino de Deus com visível aparência. Nem haverá anúncios: Ei-lo aqui! Ou: Lá está. Pois o Reino de Deus já está dentro de vós!” ( Lucas 17:20-21).
Será que de fato, nossas mentes e sentidos são instrumentos eficazes e que com base neles poderíamos confiar para compreender, em sua inteireza, todos os mistérios que abrangem os fenômenos ligados à vida, à matéria, ao tempo e ao espaço?
“Nada é sucessivo em si, mas tudo é sucessivo em mim, a pseudo-sucessividade está nos meus sentimentos, não na realidade, esta é totalmente simultânea, independentemente de tempo (sucessividade duracional) e de espaço (sucessividade dimensional)”. (Kant).
E a maioria de nós, infelizmente, decide se contentar com aquilo que apenas leu ou ouviu sobre o mistério da vida. Entretanto, somente a experiência direta traz a verdadeira compreensão.
“Não é o que você lê que pode trazer a libertação, mas o que você faz com o que lê”. (Yogananda).
4. A mente e o absoluto.
Você já parou para pensar que o nosso cérebro é um cego trancafiado numa caverna escura e feita de ossos? Já percebeu que os instrumentos dos nossos sentidos são limitados e que, através dos nervos, enviam para o cérebro apenas um reduzido percentual da realidade? E por derradeiro, já pensou que o nosso intelecto vai realizar classificações, associações e análises com base em dados totalmente incompletos sobre a realidade?
“Há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar” (William Shakespeare).
Nossa esperança reside no potencial que a sabedoria possui de fortalecer nosso poder de concentração, autodomínio e força de vontade, a fim de nos encorajar a transcender as ilusões do mundo físico, pois o único propósito de nossas vidas é descobrir Deus.
A personalidade de Albert Einstein, o gênio irreverente que idealizava o espaço e o tempo como dados relativos, tinha perfeita compreensão desses mistérios que envolvem nossa existência.
“Penso 99 vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio e eis que a verdade me é revelada...O mecanismo do descobrimento não é lógico e intelectual. É uma iluminação subitânea, quase um êxtase. Em seguida, é certo, a inteligência analisa e a experiência confirma a intuição... A mente avança até o ponto onde pode chegar; mas depois passa para uma dimensão superior, sem saber como lá chegou. Todas as grandes descobertas realizaram esse salto... Talvez algum dia a solidão venha a ser adequadamente reconhecida e apreciada como mestra da personalidade. Há muito que os orientais o sabem. O indivíduo que teve a experiência da solidão não se torna vítima fácil da sugestão das massas...Não existe nenhuma caminho lógico para o descobrimento das leis elementares- o único caminho é o da intuição” (Albert Einstein).
Quando os cientistas perguntavam para Einstein como ele pretendia provar as suas teses, o gênio respondia que a prova experimental dependia de uma técnica muito moderna, ainda não existente, mas que a certeza não dependia de provas, porque o Universo era um sistema lógico de absoluta precisão, onde Deus não é maldoso, apenas muito sutil.
Einstein queria explicar que o cientista de sua época seguia o caminho externo em busca da verdade absoluta, mas negligenciava a existência de um caminho interno e intuitivo, que tinha a capacidade de atingir o absoluto unificando o caminhante (cientista), o caminho (objeto de estudo) e o caminhar (ciência).
“A imaginação é mais importante que o conhecimento” (Einstein).
A mais célebre equação científica do século 20 que foi desenvolvida por Albert Einstein, nos sugeria que a matéria é energia congelada e que a energia é luz condensada de forma que todos os elementos da tabela periódica seriam lucigênicos, ou seja, conversíveis em luz.
“Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5:14).
Assim, o absoluto ou a verdade seria o que chamamos de Deus-Pai que habita no templo imperturbável além da criação.
Se comparássemos a tentativa da mente humana em tentar compreender o eterno, seria o mesmo que um copinho descartável de café tentar conter todo o conteúdo do oceano.
Por essa razão, a verdade não pode ser pensada, falada ou escrita.
“Aquele que conhece a verdade dela não fala, aquele que fala da verdade, não a conhece” ( Lao Tsé).
O absoluto é como se fosse a casa paterna da parábola do filho pródigo, um porto seguro para onde as almas precisam retornar a fim de ancorarem-se na onisciência divina que brilha sempre existente, sempre consciente, sempre renovada e bem-aventurada.
Uma dimensão de amor e verdade absolutos, sem nascimentos, nem mortes e tampouco necessidade de renascimentos.
“A Terra é um exílio; não estamos em nossa própria casa. Num instante você pode ser solicitado a deixar esse mundo e cancelar todos os seus compromissos...Deus...sabe que nos mandou a este lugar horrível. Em seu coração, Ele sofre com nossos sofrimentos. Ele quer que voltemos para casa. E aos que fazem o esforço de conhecê-lo, Ele responde: Por pura compaixão, Eu, o Morador Divino, neles acendo a luz radiante da sabedoria que expulsa as trevas nascidas da ignorância” (Bhagavad Gita X:11).
Encontrar Deus nesse nirvana seria um refrigério para as incertezas, angústias, inquietações e dilemas humanos.
Uma oportunidade imperdível de indagar ao próprio Deus a razão de tudo isso?
E a resposta de Deus seria algo simples e extremamente óbvio.
O homem foi feito à minha imagem e semelhança, logo, se o homem tem a capacidade de sonhar, essa dádiva foi herdada de mim.
Sim. Deus também sonha.
5. Os ciclos oníricos.
Quando o Espírito ingressa em um ciclo de sonhos, seu infinito poder manifesta mundos físicos, astrais e mentais, entretanto com uma essência completamente onírica.
A arrebatadora força onírica de Deus faz com que as almas individuais que estão conectadas com sua consciência, passem a viver nesses mundos oníricos projetados pela mente de Deus, totalmente identificadas com os corpos e as mentes dos seres humanos.
Os corpos e mentes da humanidade também fazem parte do sonho de Deus, mas, sendo a alma, o reflexo de Deus no homem, ela é a única verdade nisso tudo que, juntamente com o Espírito de Deus, pode desfrutar dessa adorável experiência e sobreviver quando Deus resolve encerrar seu ciclo de sonho.
Durante o despertar consciente de Deus, tudo desvanece, tudo é dissolvido, exceto Deus e suas filhas: as almas.
A grande diferença do sonho de Deus, para o sonho do homem é que Deus sonha esses mundos sem perder a consciência de que eles não passam de uma projeção de sua mente divina.
Deus age em semelhança ao hipotético homem que, ao ingressar num ciclo de sonhos, tivesse a capacidade de, durante todo o processo onírico, manter acesa a consciência de que não fora uma experiência real.
Entretanto, a alma presente no homem tem a capacidade de realizar algo muito mais importante.
A alma, através da devoção, do discernimento, da prática das boas obras e principalmente pela prática sincera da meditação, pode despertar em pleno estado de vigília, justamente onde a mente do homem acredita residir a verdadeira realidade.
Os homens cujas almas despertam no estado de vigília, derrotam o verdadeiro inimigo, ou seja, a ignorância em pleno reino do adversário feito de ilusão, mente, desejo, emoções e matéria.
Esses amados e admiráveis filhos de Deus, que despertaram do sonho da matéria e descobriram que Deus é mais tentador do que quaisquer tentações do mundo material, têm recebido pela história os títulos de Santos, Profetas, Avatares, Mestres, Iluminados ou gênios.
O homem quando sonha, pode realizar coisas incríveis como voar, respirar debaixo do oceano, caminhar sobre nuvens e outras maravilhas.
De forma semelhante ocorre com a alma de um Santo, quando desperta no mundo de vigília, onde a grande maioria dos homens está dormindo.
“Aquilo que é noite para todas as criaturas, é vigília para o homem de autodomínio. E o que é vigília para o homem comum, isso é noite para o sábio de percepção divina” ( Bhagavad Gita II:69).
Tomando consciência de que pode sonhar junto com o Criador de uma forma consciente, que é um com Deus, o iluminado descobre que também pode usar sua consciência para participar e realizar boas ações nesse sonho onírico material.
“ Dai-me um ponto fixo no universo e eu deslocarei o mundo dos seus eixos” ( Arquimedes).
Adquire a capacidade de realizar coisas fantásticas tais como caminhar sobre as águas, multiplicar pães, curar doentes e inclusive, mover uma montanha gigantesca feita de amor e vibrações oníricas de Deus.
Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas (João 14:12).
Aquilo que o homem chama de milagres, trata-se da compreensão profunda das leis com as quais Deus rege seus mundos que possuem textura aparentemente física, mas cuja essência está radicada em pensamentos e vibrações da mente divina.
“ A natureza toda é irreal. O sobrenatural é a única substância real... Quando se conhece o Espírito e quando conhecemos a nós mesmos como Espírito, não há diferença entre a terra firme e o mar, nem entre Terra e o céu-tudo é Deus. A dissolução de tudo no Espírito é um estado que ninguém pode descrever” (Paramahansa Yogananda).
As coisas nem sempre são o que parecem aos sentidos.
“Tudo é Deus. Parece incrível que a criação não passe de um filme criado pela luz de Deus, mas é verdade. Todos vocês estão sentados aqui, no sonho, e são parte dele” (Paramahansa Yogananda).
E como as almas estão todas conectadas com o Espírito de Deus, as almas despertas passam a desfrutar da consciência de que não há verdade nem no mundo onírico dos homens, nem no estado de vigília dos homens, estejam esses homens revestidos por corpos físicos, astrais ou mentais.
Sede sóbrios; vigiai, porque o adversário anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar ( 1 Pedro 5:8).
Uma santa alma desperta em pleno mundo físico atinge um grau de consciência infinitamente mais elevado, do que qualquer alma que habite em mundos mais sutis, desde que, em todas as suas jornadas por entre os mundos, essas almas buscadoras nunca tenham passado pela experiência do despertar em samadhi que a meditação ioguica nos proporciona.
Quando Deus resolve encerrar seu ciclo de sonho sua justiça se faz considerando as almas que se esforçaram para despertar do sonho cósmico e obtiveram êxito, daquelas que por todo o ciclo sonharam inconscientes enquanto subiam e desciam, incessantemente, por entre os mundos oníricos de Deus.
As almas não despertas, aguardarão a chegada de outro ciclo de sonhos e quando ele vier, sua força arrebatadora e irresistível as conduzirá novamente ao estado de sonho inconsciente, onde poderão renovar as infinitas oportunidades para buscar o verdadeiro despertar.
As almas despertas gozarão da comunhão eterna com o Espírito de Deus.
Quando mais um ciclo de sonho cósmico chegar, não serão afligidas por suas ilusões pois sonharão juntamente com Deus, mas de uma forma totalmente consciente.
“A quem vencer, eu o farei coluna do templo do meu deus, donde não mais sairá (Apocalipse 3:12).
6. O Direito reflete a essência do homem.
Sendo o homem efeito de uma causa eterna, nada mais lógico que tudo aquilo que a humanidade cria traga consigo o reflexo dessa divina relação.
E aqui, em específico, refiro-me ao Direito.
Os cientistas jurídicos costumam produzir obras volumosas abordando exaustivamente temas polêmicos como a aparente dicotomia entre Direito e Justiça.
Na tribuna das academias, representantes de escolas como o Positivismo Jurídico e o Jusnaturalismo, por exemplo, se digladiam pela conquista do “santo grall ” da verdade.
Ocorre que as trevas ilusoras e limitantes do mundo material não nos permitem perceber que uma teoria é semelhante à uma construção.
A parte mais importante de uma obra é a sua fundação, porque é sobre esta que será colocada a pedra fundamental e os demais blocos que comporão o edifício em sua totalidade.
A fundação numa teoria jurídica não deveria ser feita por elementos componentes do pensamento jurídico em si.
A fundação de uma teoria jurídica deveria ser supedaneada com elementos compostos de dados sobre a correta compreensão da verdadeira essência do homem.
Pois o homem é o criador e o Direito é sua criatura.
O Direito não possui existência própria.
O Direito foi feito por causa do homem e não o homem por causa do Direito.
O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado ( Marcos 2:27).
Assim, se a fundação do nosso pensamento jurídico for construída com base em um equívoco acerca da verdadeira essência do homem, o edifício final das realizações humanas também estaria contaminado pelos mesmos erros.
Por exemplo, se partirmos do pressuposto de que o homem seja uma mera associação de matéria e de mente, os institutos jurídicos criados também traduziriam essa crença.
Seria um Direito que valorizaria a individualidade, as formas, os ritos externos, a superficialidade da personalidade, a propriedade, a posse, o poder e os interesses pessoais ou coletivos.
Seria um Direito que deveria se acautelar com inúmeros mecanismos, objetivos e subjetivos, de coação e proteção, porque no mundo jurídico de uma massa desejosa por matéria e fruição, não se saberia em qual esquina iria eclodir nova ofensa ou ameaça de ofensa à vida das pessoas ou aos seus bens.
“Se pudéssemos abandonar nossas artimanhas a abafar o desejo constante de enriquecer, não mais haveria ladrões nem malfeitores. Devemos ser simples, desataviados, naturais, reduzindo os desejos juntamente com o egoísmo...Quando não valorizamos os artigos difíceis de obter estamos impedindo que sejam roubados. Quando o ouro e o jade enchem um salão, seus donos não poderão manter a segurança” ( Lao Tsè).
Infelizmente, nosso modelo jurídico valoriza a matéria, cujas bases a física quântica já demonstrou que está radicada em uma realidade não material e misteriosa.
A própria mecânica quântica está alicerçada em dois princípios básicos: a incerteza e a probabilidade.
Aquilo que as nossas leis tanto almejam tutelar e que nós mesmos elegemos como algo tão indispensável à nossa felicidade constitui apenas 4 % do universo.
Vinte e três por cento (23%) do universo é constituído de matéria escura e 73% é constituído de energia escura.
E a energia e a matéria escura constituem a nova fronteira de desafios para a ciência moderna.
Você já parou para pensar que ninguém nunca visualizou a estrutura daquilo que chamamos de átomo.
Apenas nos baseamos em um modelo hipotético que até hoje se harmonizou com nossas teorias universais.
Mas e se chegarmos a um momento em que nos depararmos com uma situação de nos faça perceber que nossa tradicional teoria atômica estava somente parcialmente correta?
E se nos depararmos com a mesma situação constrangedora com a qual os corifeus da ciência e os pontífices do governo da União Soviética do tempo de Lenine, se depararam diante das poéticas, científicas e divinas afirmações de Albert Einstein.
O pensamento soviético havia declarado que o átomo não poderia ser dividido, por ser a base da matéria.
Mas uma brilhante mente judaica de cabeleira desgrenhada, barba por fazer, sapatos sem meias, todo envolto em um vasto manto sagrado cinzento, com olhar de longínqua esfinge em pleno deserto, cujo corpo vivia na Terra, mas cuja mente habitava nas mais remotas plagas do cosmos e no centro invisível dos átomos afirmou justamente o contrário.
Einstein afirmou que o modelo de átomo, aparentemente alicerçado em bases materiais, em verdade, estava equivocado.
Segundo o esse gênio da humanidade a matéria estava ancorada numa essência completamente metafísica, revolucionando, destarte, a compreensão indivisível existente até então sobre a questão.
E sendo a matéria um sonho metafísico, como poderiam os regimes políticos materialistas e históricos sustentar suas doutrinas de culto ao poder, ao Estado e à matéria?
Quando o homem materialista fala, Deus cala. Mas quando Deus resolve falar através de um de seus anjos, o homem materialista é obrigado a mergulhar no mais absoluto silêncio em humilde reconhecimento de seu estado atual de ignorância.
400 (quatrocentos) anos antes de Cristo, o matemático Demócrito já nos remetia a idéia de um átomo indimensional, puramente qualitativo, que é o verdadeiro alicerce do Cosmos.
Retornando à temática do Direito, tomemos como paradigma a teoria jurídica da aparência a fim de demostrarmos a qustão do real e do irreal aplicável à lógica jurídica.
A teoria jurídica da aparência, objetiva garantir efeitos jurídicos concretos a situações que só existiam em aparência, em tutela daqueles que, de boa-fé, confiaram na existência delas.
A lógica da Teoria da Aparência implica, necessariamente, na existência de duas realidades: uma exterior e outra interior.
A realidade exterior compreende a manifestação de um fato, de uma realidade visível e imediatamente apreendida. É o fenômeno manifestante ou aparente.
A realidade interior é manifestada pelo fenômeno manifestante apenas mediatamente.
A ideia de teoria da aparência , aplicável ao Direito do Consumidor, no âmbito de uma relação jurídica de consumo, se dá quando, por exemplo, ao negociar com o consumidor, o empresário ou seus prepostos, geram uma dissociação entre aquilo que se exterioriza e a realidade que se oculta do consumidor.
Na aparência de direito ocorre a predominância da segurança jurídica e a proteção da hipossuficiência do consumidor, por isso, os terceiros de boa-fé, com base na aparência, podem ter em conta a exteriorização e ignorar a realidade oculta.
Ex.: O administrador agindo em excesso de poderes, vende um produto para terceiro que é um consumidor, em condições não previstas no contrato social. A empresa deve cumprir a obrigação. O terceiro com relação à empresa é um consumidor, neste caso trata-se de uma relação de consumo e se aplica a teoria da aparência.
DEUS é a fonte ou fenômeno que manifesta duas realidades.
A realidade exterior é o mundo material. O mundo na natureza é imediatamente visível pelos sentidos humanos.
A realidade interior é o mundo do Espírito. A realidade interior é mediatamente percebida pelos homens que pela vida refinam a consciência e passam a fazer uso das potencialidades intuitivas de suas almas e buscam conhecer a verdade por trás da aparência.
Assim como o consumidor poderá receber os efeitos reais da realidade imediata em detrimento da realidade mediata.
O homem que tem ânimo, confiança e boa-fé, também poderá receber os efeitos da verdade.
A diferença é que na teoria jurídica, as realidades estão dissociadas e no mundo de Deus todas as realidades estão conectadas e unidas através do seu amor e sua divina consciência.
Outrossim, Deus não sugere a aparente dualidade que rege nossa existência com a finalidade de tirar proveito da humanidade, pelo contrário, sua intenção é enriquecê-la através da experiência e do desenvolvimento da consciência.
Como dizia Einstein: Deus é sutil, mas não é maldoso.
Retornando ao tema da necessidade de nos aprofundarmos no Direito, primeiro, o homem deveria refletir que a mente simboliza a senhora do seu corpo e que a sua alma deve ser a senhora de sua mente.
Um corpo sem mestre é como uma criança mal educada e caprichosa.
Assim, como uma mente sem senhor, é como um samuray sem mestre, que trilhará pela estrada da vida demonstrando desnecessariamente o brilho da espada do discernimento, acumulando erros, sofrimentos e adversários.
A alma é a melhor amiga da mente condicionada, mas pode ser também considerada uma inimiga pela mente ainda não condicionada ( Bhagavad Gita).
Em seguida, deveria o homem refletir que as coisas que ele cria, inclusive o Direito, também refletem a lógica da realidade trina através da qual Deus manifestou sua criação: alma, mente e corpo.
O corpo físico do Direito seria representado pelo conjunto das leis.
A mente do Direito seria simbolizada pela lógica jurídica de argumentações e de hermenêutica.
Por fim, a alma do Direito seria a sabedoria ou a intuição impressa por Deus no coração de todas as almas, que tem o poder de lhe guiar com mais eficiência pela estrada da verdade e da justiça, do que a frieza e a aridez dos códigos.
7-Conclusões.
Na esteira do pensamento de Paramahansa Yogananda, concluímos que a grande questão é que a maioria das pessoas não teve nenhuma experiência do Espírito do Universo, o qual está oculto atrás do véu da matéria.
Em face disso não têm um padrão para comparar as percepções dos sentidos agradáveis e empolgantes, com a misteriosa, desconhecida e inefável bem-aventurança da alma do cosmos.
Crença e experiência são bem diferentes.
Uma crença nasce do que você ouviu, leu ou aceitou como fato, mas a experiência é algo que você realmente percebeu.
A experiência também pode acontecer de forma superficial ou de forma profunda.
A experiência superficial é o caminho externo pelo qual seguem a maioria dos cientistas que empregam seus sentidos limitados no âmbito dos métodos científicos, fragmentando o caminhante (cientista), o caminho (objeto de estudo) e o caminhar ( ciência) em busca da verdade.
A experiência profunda é o caminho interno, silencioso, concentrado, devocional, pelo qual trilharam Einstein, Nikola Tesla e os Santos de todas as religiões, os quais empregaram o potencial que a intuição da alma possui para unificar o caminhante, o caminho e o caminhar no processo exitoso para encontrar Deus, sua Justiça e sua verdade.
Dentro dessa perspectiva o verdadeiro Direito é construído com base em sólidos princípios metafísicos que protejam a humanidade, permanentemente do tríplice sofrimento: ilusão, infelicidade e ignorância.
Mestre em Direito Constitucional e Delegado de Polícia Civil pelo Estado do Piauí.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: OLIVEIRA, Flávio Cristiano Costa. Seria o mundo apenas um sonho de deus? Realidade ou sonho? A essência da verdade e do direito perante o tribunal da consciência. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 15 jul 2020, 04:25. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/54892/seria-o-mundo-apenas-um-sonho-de-deus-realidade-ou-sonho-a-essncia-da-verdade-e-do-direito-perante-o-tribunal-da-conscincia. Acesso em: 23 dez 2024.
Por: EDUARDO MEDEIROS DO PACO
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Por: Marcos Antonio Duarte Silva
Por: Marcos Antonio Duarte Silva
Por: LETICIA REGINA ANÉZIO
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