O Levítico, um dos mais belos livros da Bíblia, nos dá notícia de um velho costume hebraico – o de celebrar o Ano Jubilar, a cada cinco décadas.
Hoje não apenas se celebra o Jubileu de Ouro, como também outros jubileus: Prata, Rubi, Brilhante, Diamante.
Festejam-se Jubileus de Casamento, de Formatura e outros jubileus.
Há dias passados minha turma da Faculdade de Direito do Espírito Santo comemorou 50 anos da colação de grau.
Do que é que temos saudade quando comemoramos 50 anos de formatura? Saudade dos professores, do ambiente da faculdade, dos colegas, daquele tempo e das coisas daquele tempo, sem dúvida. Mas acho que a saudade mais forte é a saudade de nós mesmos, da juventude que ficou para trás.
As comemorações anteriores, dos 25 e dos 40 anos, foram lideradas pelo colega Newton Valadão. Com o falecimento do Newton, assumiu neste ano o comando da festa nosso colega João Dalmácio Castello Miguel.
Eu ingressei na Faculdade de Direito quando tinha 16 anos. Era o caçula da turma. Naquela quadra de minha existência, quem tinha 25 anos, ou mais, era adulto. Embora fosse colega de todos, eu me sentia tratado mais ou menos como menino, por parte dos mais velhos, o que afinal era compreensível. Quando agora celebramos o Jubileu, não dá a minima diferença se temos 75, 80 ou 85 anos. Pertencemos todos ao mesmo barco dos idosos. A primeira vez que tive a nítida sensação de que envelhecera aconteceu quando uma mocinha, na espera por atendimento numa repartição, me cedeu sua cadeira para que eu me sentasse.
O Paraninfo de nossa turma foi o Professor Kosciusko Barbosa Leão. Brindou a turma com um discurso rico de ensinamentos oportunos. Desejou que seus afilhados nunca se corrompessem no exercício das profissões jurídicas e que colocassem sempre os valores do espírito acima dos ilusórios bens materiais. Ofereceu a cada afilhado uma cópia impressa do discurso, devidamente autografada.
Na comemoração destes 50 anos, nenhum dos professores permanece entre nós. O ultimo que partiu foi o Dr. José Santos Neves.
Também muitos dos colegas já se foram. Homenageio a todos através da lembrança de Demistóclides Baptista, o nosso Batistinha, líder sindical e líder politico, cassado em 1964 em razão de suas idéias nobres e puras.
Ao jantar que nos congregou, para celebrar a data, além de minha pessoa e do João Dalmácio Castello Miguel já citado, estiveram presentes: Chicralla Chicre Kezen, Délio Quintas, Élson Cardoso Bessa, Ewerly Grandi Ribeiro, Geraldo Correia da Silva, Gláucio Sutil Simões, Guido Pinheiro Cortes, Humberto de Freitas Cosate, José Eduardo Grandi Ribeiro, José Luiz Moreira Cacciari, Lauro Rodrigues, Leon Couriel, Leusa de Souza Rossoni, Luiz Antonio de Souza Basílio, Milton Monjardim Filho, Rosemary Cacciari Vervloet, Romualdo Cola e Walter Portes.
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