A vitória de Trump é um recado direto para as esquerdas do mundo de que sim, caducaram sem prover nada próximo de suas bases essenciais, que se perderam absolutamente por desvios autocráticos criando seus sistemas próprios de exclusão, as ideias divergentes passaram à ser eliminadas e "non gratas", não mais percebidas como parcela fundamental de um Estado Democrático de Direito, o direito à oposição, núcleo fundamental de qualquer democracia, em não poucos Estados da esquerda esse direito passou a ser punido.
Nunca é demais lembrar que, o direito de oposição deve ser exercido nos termos constitucionais, e não pela força bruta e delirante de algumas direitas que nos são peculiares.
Nos EUA venceu um misógino, xenófobo e em muitas de suas ações antidemocrático (não no sentido de ser republicano, mas contrário ao princípio Democrático que tanto os EUA se orgulham de se autoproclamarem os maiores defensores).
Essa vitória, porém, pode retirar um Estado como o Brasil dominado pela esquerda da sua zona de conforto, pois vejamos:
Temos uma esquerda assistencialista, que não forma cidadão prósperos, não oferta educação, saúde, segurança com dignidade - nos termos da CRFB/88, mas retira parcela dos tributos que cada cidadão paga com efeito de confisco e simplesmente distribuir em planos assistencialistas (as esmolas governamentais). Os problemas sociais longe de resolvidos parecem agravados.
As esquerda da América Latina muito semelhantes por suas pobrezas idearias e de fato absolutamente ineficazes se apodrecem sem que soluções minimamente inteligente surjam para lhes ofertar plausibilidade governamental, apenas o auto protecionismo. É sempre uma diminuta elite de privilegiados, uma classe média cada vez mais pobre e usurpada (a que mais paga o preço dos verdadeiros desgovernos) e a pobreza esmolada que procura na indignidade sobreviver via distribuição de tributos.
O Brasil em especial vive um momento claro de empoderamento sistêmico de poder. Em especial o Executivo e a cúpula do nosso Judiciário, o STF, trabalham de mãos dadas. O Supremo, que pela forma de escolha de seus ministros tem organicamente um viés político muito forte, hoje é essencialmente político-ideológico. Quando combate atitudes antidemocráticas sim, é um Supremo que tutela os valores constitucionais, mas quando persegue pleitos da oposição apenas por serem da oposição ou quando anula completamente decisões referendadas por todas as instâncias do Judiciário taxando-as de parciais tão apenas por condenar desvios do poder sistematizado, tão apenas por aprisionar criminosos de colarinho branco da situação, ele se torna absolutamente antidemocrático, elitista e deixa de tutelar os princípios constitucionais para proteger o sistema desviado de poder posto. O Supremo também através da força calou o direito de oposição e finalizou calando todo o Judiciário hierarquicamente inferior que teve coragem de condenar os ordenadores do pico da pirâmide da elite política desviada de suas finalidades públicas.
O Brasil é visto hoje por muitas das maiores soberanias mundiais como um país encaixotado por um sistema ideológico de poder repleto de privilégios e que mantém no direito ao voto seu praticamente único argumento democrático visível. Tem demonstrado um viés arrebatador ideológico imposicionista, um fundo autocrático muito aparente, com cada vez mais se normalizando a censura em detrimento da pluralidade, das liberdades de expressão oposicionistas, limando o que não se mostra nos termos políticos e ideológicos planificado pelo sistema de poder, acordado.
Se pudermos um dia retornar com os debates democráticos livres de censura ideológico-partidárias, se a liberdade de expressão -que de fato não é absoluta - só for restringida se utilizada para prática de crimes, apologias aos regimes de força, e não simplesmente para desacreditar que outras possibilidades existem para além das contratadas pelo sistema de poder, poderemos sim avançar. Assim a cultura do ódio poderá ser arrefecida, e assim os extremismos que hoje preponderam vistos como devem ser, ignorantes, ditatoriais e sem possibilidades dialógicas sociais saudáveis, excludentes. Por ora, se um lado da força tem o poder o outro deve se manter calado, e isso não é democracia. Infelizmente tudo referendado por quem deveria tutelar a Constituição de 1988, o Supremo Tribunal Federal.
Brasil é um país considerado importante na estrutura geopolítica mundial, e sim, por esse fato, a eleição trumpista poderá causar certo desconforto ao domínio unilateral que se estabeleceu pelas forças de poder no Brasil. Quem sabe um Supremo menos Deus e mais humano nos faça prosperar como Nação. Hoje estamos aprisionados por onze pares de mãos com forças divinas.
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