A esperança de boa parcela dos brasileiros (também minha) é de que, um grande pacto pela educação de qualidade para todos (crianças, adolescentes e adultos), colocaria o Brasil no trilho certo. A experiência que eu vivi de democratizar o ensino jurídico em todo país reforçou minha convicção do quanto vale para as pessoas a informação de qualidade assim como o quanto existe de brasileiros capazes e habilidosos na criação de carreiras de sucesso. Somente seremos um país muito melhor, mais evoluído e mais competitivo, se fizermos esse pacto nacional pela educação em favor de todos. "A educação tem raízes amargas, mas seus frutos são doces" (Aristóteles). Escola pública e privada (esta para os que podem pagar), de qualidade, desde o jardim da infância até a universidade. Esse seria o primeiro pacto federativo para a reconstrução do Brasil, que já passou da hora que pensar em paz e não em guerra, na vida e não na morte, na prevenção e não apenas na repressão, na ética e não na corrupção, na conciliação pacificadora e não na violência.
A Coreia do Sul, como veremos nos próximos artigos, que se reconstruiu brilhantemente por meio da educação (sendo hoje o 12º país no IDH: Índice de Desenvolvimento Humano, ao lado de Japão, Alemanha, Dinamarca, Noruega, Nova Zelândia etc.), gastava, nos anos 60-90, mais ou menos 20% do seu orçamento nessa área. Além do dinheiro público (agora se fala em investir 10% do PIB na área de educação no Brasil; o dobro do que se gasta hoje: 5%), todos deveríamos contribuir financeiramente para isso, na medida da possibilidade de cada um. Aqui registro publicamente meu desejo de contribuir (o máximo possível), tanto intelectual como materialmente, para um projeto nacional educativo, incluindo-se o ensino telepresencial, de reconstrução do Brasil. É preciso que se encontrem dezenas de lideranças suprapartidárias (e não remuneradas), numa parceria Público-Privada, que possam assumir a responsabilidade do destino de um projeto dessa envergadura. Eu gostaria de contribuir bastante (mas não liderar) com esse projeto. Penso que o uso das redes sociais para o desenvolvimento da ideia pode ser um bom começo. A educação de todos seria o princípio da emancipação definitiva do Brasil (que não tem por que não ser uma grade nação rica, justa e próspera). "Um bom começo, já é a metade" (dizia Aristóteles).
A Coreia do Sul, país integrante dos chamados, nos anos 90, de "tigres asiáticos", pode servir de inspiração para a reconstrução do Brasil por meio da educação. Com uma população estimada de pouco mais de 50 milhões de habitantes, vivencia um sistema econômico e social com crescimento sustentável quase que inigualável. É hoje um dos maiores exportadores mundiais e um dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, Japão, Alemanha e Arábia Saudita. Lembrada na atualidade pelo alto nível de desenvolvimento tecnológico, deixou para trás uma imagem de país fabricante de produtos baratos e ruins para a condição de uma nação moderna, competitiva, pujante, evoluída, altamente civilizada e influente. Esse distinguido país, que antes tinha como base uma economia centralizada, amparada em exportações e responsável por uma mão de obra disciplinada e mal remunerada, mergulhou em um processo de reinvenção e viu seu Produto Interno Bruto (PIB) crescer mais de 1600% entre 1980 e 2012, o dobro do crescimento que aconteceu no Brasil, no mesmo período, de acordo com dados do Banco Mundial. Até 1980 os indicadores socioeconômicos da Coreia do Sul eram inferiores aos do Brasil (por exemplo, US$ 1.700 de renda per capita contra US$ 1900 do Brasil). Daí para frente ela cresceu disparadamente, muito mais que nosso país, em todas as áreas (em 2012, US$ 22 mil de renda per capita, contra US$ 11 mil do Brasil). Qual foi o grande desencadeador desse êxito retumbante? Muitos fatores contribuíram, mas, sobretudo, a educação (como veremos nos próximos artigos). "É possível fracassar de diversas maneiras, enquanto triunfar só é possível de uma maneira" (Aristóteles).
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