1. INTRODUÇÃO
Sabe-se que o Marketing tem sido uma estratégia que faz parte da grande maioria das empresas, que buscam satisfazer as necessidades de seus clientes. Atualmente, tanto organizações privadas como públicas, procuram estabelecer um diferencial e proporcionar ao seu público-alvo a satisfação de seus desejos, através de produtos e serviços de qualidade.
Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo, demonstrar de forma breve, como o marketing pode ser importante em uma área, como a jurídica, que por muitas vezes não percebe a relevância dessa ferramenta para o seu desenvolvimento e para a geração de uma melhor imagem institucional junto à população.
2. Conceitos de Marketing
O marketing tem sido conceituado por diversos autores, que acabam dando inúmeras definições ao termo.
De acordo com Kotler (1993, p.32), marketing é um processo social e administrativo, onde as pessoas obtêm o que necessitam e desejam, através da criação e da troca de produtos com outros indivíduos. Essa definição de marketing baseia-se em conceitos como, necessidades, desejos e demanda, produtos, satisfação, trocas e relacionamento.
Para Webster (1978, p.29), o conceito de marketing está relacionado ao propósito de criar um cliente satisfeito. Emergiu como filosofia definida de negócio, nos anos cinquenta, substituindo um enfoque que colocava as vendas como principal atividade do marketing . Hoje sabe-se que o marketing tem como função primordial, certificar-se de que todas as atividades relativas ao mercado, incluindo a pesquisa, o desenvolvimento, a produção, o serviço, a propaganda, entre outros, sejam orientadas de acordo com as necessidades e desejos do cliente.
Segundo Cobra (1992, p.29), marketing não é só uma forma de sentir o mercado, adaptando seus produtos ou serviços, mas está relacionado com o compromisso de buscar a melhoria da qualidade de vida das pessoas. As organizações acabam descobrindo a importância do Marketing e acabam o adotando como um caminho para o seu crescimento.
Pode-se perceber com esses conceitos, que o Marketing procura fazer com que os consumidores obtenham aquilo que eles desejam, satisfazendo assim as suas necessidades, e tem sido utilizado pelas organizações a fim de proporcionar um melhor produto ou serviço ao seu cliente.
Diante desse contexto, observa-se que todo tipo de serviço pode utilizar essa ferramenta a fim de obter a satisfação de seu público-alvo. Até mesmo áreas que não possuem muita tradição em atuar nesse meio, como a área jurídica, podem se beneficiar com o uso de estratégias mercadológicas.
3. O Marketing no Judiciário
De acordo com Dias (2010), os órgãos públicos buscam a cada dia uma melhor prestação de serviços e isso significa que a questão da qualidade no atendimento e na prestação de serviços não é assunto exclusivo da iniciativa privada, mas sim, uma preocupação também da administração pública.
O sistema judiciário brasileiro, por sua vez, vem sendo alvo de críticas dos mais variados setores da sociedade. Estudos promovidos por organismos internacionais, os quais apontam o desempenho da máquina judiciária como fator agravante do risco-Brasil, passando pelas constantes reportagens jornalísticas sobre o seu precário funcionamento, até a aferição negativa do próprio cidadão-usuário, mostram que não há dúvidas de que o Poder Judiciário ocupa uma posição desconfortável, frente a população (DIAS, 2010).
Carvalho (2010), também confirma esses fatos ao afirmar que alguns fatores acabam por reduzir o grau de legitimidade do Poder Judiciário junto à sociedade, o que gera falta de compreensão de suas peculiaridades, garantias e prerrogativas, que parecem injustificadas aos olhos da população. Além dessa situação de desconhecimento geral e de anseio por mudanças na estrutura do Poder, parte da imprensa tem feito um trabalho de deslegitimação da função jurisdicional, que provoca sensíveis danos à reputação, à autoridade e à honorabilidade dos órgãos judiciais.
Ainda segundo Carvalho (2010), quando as decisões judiciais caminham no sentido da “maioria”, geralmente não são divulgadas com a intensidade que a sociedade requer. Já as decisões judiciais que possam apresentar descompasso com os anseios sociais, gozam de ampla divulgação por parte da imprensa, sem que as justificativas sejam divulgadas com o mesmo destaque.
Entende-se com essas afirmações que o Poder Judiciário necessita de um planejamento de marketing voltado para a comunicação com seu público-alvo, a fim de mostrar o resultado do trabalho que tem sido feito, a sua importância para a sociedade, e tentar readquirir credibilidade perante a população.
Vale ressaltar, que não se trata apenas de divulgar o que está sendo feito, mas planejar e criar estratégias que permitam que seu cliente se mostre satisfeito. Eluf (2003), aponta para isso ao afirmar que, na verdade, será preciso ir além da assessoria de imprensa, buscando-se uma estratégia de marketing que consiga mostrar à população o que realmente acontece nos meandros da Justiça.
4. Marketing jurídico
Além dos órgãos Públicos do Poder judiciário, outros serviços, como os escritórios de advocacia, também carecem de estratégias de marketing para alavancar o seu crescimento e se destacar perante a comunidade.
Há algum tempo, como resultado da globalização e do aumento do número de escritórios de advocacia, a prestação dos serviços jurídicos e os critérios de contratação dos escritórios sofreram importantes mudanças. A tradição do escritório, o nome e os títulos acadêmicos dos sócios passaram a dividir espaço com critérios empresariais de contratação, tais como atendimento personalizado, formas flexíveis de contratação, conhecimento sobre o negócio desenvolvido pela empresa, utilização de recursos tecnológicos e postura ética na prestação dos serviços (SILVEIRA, 2004).
Diante desse cenário, surge o marketing jurídico segundo Silveira (2004) pode ser entendido como o conjunto de estudos, análises, planejamento, estratégias e ações desenvolvidas pelos escritórios de advocacia para encontrar e manter clientes e desenvolver relacionamentos lucrativos com eles.
O desafio do escritório passa a ser então, se antecipar, e antes de ser procurado, apresentar ao interessado uma solução jurídica para suas necessidades e interesses; conseguir responder e atender às necessidades ou aos interesses do cidadão de forma a encantá-lo; criar situações que possam interessar ao cliente e que geram oportunidades lucrativas (SILVEIRA, 2004).
Observa-se que o marketing assume papel importante também nos escritórios de advocacia, auxiliando na captação de clientes e gerando crescimento e desenvolvimento para esses escritórios, que acabam por sofrer, muitas vezes, com concorrências acirradas.
Por fim, pode-se dizer que de acordo com Silveira (2004), utilizar o marketing jurídico torna-se uma excelente fórmula para o crescimento das receitas dos escritórios, desde que seja visto como um sistema e não como procedimentos isolados. A ética deve delimitar todas as condutas do escritório, pois apenas assim o crescimento pelo marketing jurídico será sustentável.
5. Conclusão
Diante do que fora exposto, conclui-se que o marketing, quando bem utilizado e de forma planejada, torna-se um trunfo para qualquer organização que deseja satisfazer sua clientela e, por consequência, atingir seus objetivos de crescimento. Na área jurídica não é diferente, e os escritórios de advocacia já perceberam que o uso dessa ferramenta traz resultados relevantes, e passaram a utilizá-la a fim de se destacar no mercado. Infelizmente o Poder Judiciário ainda carece de estratégias que modifiquem para melhor, a sua imagem perante a população e diversos setores da sociedade.
7. Bibliografia
CARVALHO, Luiz Gustavo Grandinetti Castanho de. A politização do Judiciário e marketing institucional. Disponível em [on-line]. Acessado em out. de 2010.
COBRA, Marcos. Administração de Marketing. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1992.
DIAS, Rivelino. Programa de Treinamento de integração aos servidores: uma proposta ao judiciário catarinense. Disponível em [on-line]. Acessado em nov. De 2010.
ELUF, Luiza Nagib. Justiça Brasileira precisa de estratégia de marketing. Disponível em [on-line]. Acessado em out. De 2010.
KOTLER, Philip. Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1993.
SILVEIRA, Ricardo Freitas. Introdução ao Marketing jurídico. Disponível em [on-line]. Acessado em out. de 2010.
WEBSTER, Frederick Elmer. Aspectos sociais do Marketing. São Paulo: Atlas, 1978.
Graduada em Administração pela Universidade Federal de Sergipe. Técnica do Ministério Público de Sergipe.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: TAVARES, Erika Valeria Cabral. A importância do marketing na área jurídica Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 05 nov 2010, 08:05. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/22074/a-importancia-do-marketing-na-area-juridica. Acesso em: 23 dez 2024.
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