“Enquanto as leis forem necessárias, os homens não estarão capacitados para a liberdade.” (Pitágoras)
Antes, Milton Friedma escreveu o livro “Capitalismo e Liberdade”, o autor, de forma humanística, dá exemplo sobre a autonomia privada sem limites:
A necessidade do governo nesta área surge porque a liberdade absoluta é impossível. Por mais atraente que possa o anarquismo parecer como filosofia, ele não é praticável num mundo de homens imperfeitos. As liberdades dos homens podem entrar em conflito e quando isso acontece a liberdade de uns deve ser limitada para preservar a de outros - como está ilustrado por uma frase de um juiz da Suprema Corte de Justiça: "Minha liberdade de mover meu punho deve ser limitada pela proximidade de seu queixo". (O governo como legislador e árbitro, Cap. II)
(...)
Outro fato notável — e contrário à concepção popular — é que o capitalismo leva a menos desigualdade do que os sistemas alternativos de organização, e que o desenvolvimento do capitalismo diminui sensivelmente a extensão da desigualdade. Comparações em termos de espaço e tempo confirmam tal afirmação. Há certamente menos desigualdade em sociedades capitalistas ocidentais, como os países escandinavos, a França, a Inglaterra e os Estados Unidos, do que num tipo de sociedade como a índia ou num país subdesenvolvido como o Egito. A comparação com países comunistas como a Rússia é mais difícil, devido ao número limitado de informações e a pouca confiança que podemos ter nelas. Mas, se a desigualdade pode ser medida por diferenças em níveis de vida entre os privilégios e outras classes, tal desigualdade pode muito bem ser considerada como drasticamente menor nos países capitalistas do que nos comunistas. Entre os países ocidentais somente, a desigualdade é tanto menor — no seu sentido mais significativo quanto mais capitalista o país; menor na Inglaterra do que na França, menor nos Estados Unidos do que na Inglaterra.
Milton Friedma é ridicularizado por alguns libertários. Vejam que não há consenso pleno entre eles. Quando Milton Friedma falou em "homens imperfeitos", o libertário expressou majestosamente seu conhecimento sobre a natureza humana. É necessário pensar em Momento Histórico para entender os pensadores e os filósofos. Na época, os EUA não tinham tatas desigualdades sociais como contemporaneamente. Richard Wilkinson e Kate Pickett no livro The Spirit Level, o qual enxertei alguns trechos em alguns dos meus artigos, demonstraram, por vastos documentos que os EUA estão no topo das desigualdades sociais. Para confirmar, temos o eleito presidente dos EUA, o magnata Donald Trump, que, em seus discursos, denunciou as desigualdades sociais e o empobrecimento dos trabalhadores norte-americanos. Trump condenou o Livre Mercado [Globalização].
O salário mínimo vem sendo criticado, principalmente pelos libertários. O salário mínimo representa uma "escravidão" ao trabalhador, já que fica circunstanciado pelo valor mensal que não garante a dignidade humana; representa aos empregadores uma barreira para se desenvolverem economicamente. Nesse último caso, o empregador tem que pagar adiantado, já que o empregado ainda gerará lucros para a empresa. Imagine que empregador abre uma loja. Já tem os tributos para pagar. Ao contratar empregado ainda terá que pagar no final do mês o salário mínimo exigido por lei. Ou seja, o dono da loja já tem dívidas [tributos e salário mínimo] e o empregado não: é só este receber no final do mês.
Porém, não é de desconhecimento de qualquer cidadão, em qualquer parte do orbe, conturbado e egoísta, terráqueo, que não há liberdade ao trabalhador. Por exemplo, Consumismo versus direitos humanos: O caso das castanhas de caju no RN e o trabalho escravo — notem que em 1926 houve a convenção internacional contra a escravidão, organizada pela Liga das Nações. Noventa e nove países assinaram-na. Contemporaneamente, a escravidão existe, e os escravos não são mais acorrentados, mas "livres" para negociar com os empregadores.
A liberdade plena, sem qualquer regulamentação e punição por parte do Estado quanto às leis trabalhistas, não gera escravidão? A filosofia libertária é boa, quando a humanidade também for. E a humanidade não é totalmente formada por anjos. Outro exemplo está no artigo Crise econômica e crimes contra a Ordem Tributária: Estado social comprometido. As pesquisas de Richard Wilkinson e Kate Pickett mostram que quanto mais desigual uma sociedade, mais desumana é. A desigualdade está na maneira em que cada integrante de uma cultura se enxerga pelas filosofias às nãos permitem "nós" e sim "nós deste grupo".
O Livre Mercado, pela natureza humana, é ótimo para quem está segurando a manivela do moedor [Máquina Antropofágica], mas para quem vai ser moído é péssimo. Por exemplo, Fordismo, taylorismo e toyotismo. Em síntese, Charlie Chaplin demonstrou um novo tipo de escravidão aos trabalhadores nos filme Tempos Modernos. O ser humano não era mais um ser livre, mas uma extensão da máquina, da produção em larga escala. A dignidade humana nada valia. Advogados trabalhistas conhecem muito bem como são tratados os trabalhadores em geral. Assédio moral e sexual, o trabalho sem equipamentos de proteção individual, a imposição do operador de telemarketing de segurar a urina na bexiga pelo tempo máximo que puder e, pior, a contagem de tempo para ir ao banheiro. Em outros casos, sem qualquer "coerção", o trabalhador que mais trabalha é recompensando seja pela continuidade no emprego ou gratificação, qualquer que seja. Na procura e exigência de "melhores trabalhadores", nesta seletividade, por exemplo, caminhoneiros consomem drogas [lícitas ou não] para se manterem acordados. Os acidentes de trânsito não mentem sobre o "funcionário do mês".
E quanto à liberdade de negociar, na procura e demanda? Milton Friedman defendia o controle do Estado sobre a economia, por conhecer o âmago humano. Adam Smith dizia que a “mão invisível” coordenaria as escolhas individuais e que os indivíduos tornar-se-iam em "seres éticos”. Uma filosofia moral de Smith muito utópica. Smith também dizia que a competição ou concorrência forçariam os preços dos produtos para baixo até seus níveis" naturais "— custo de produção. Na prática, o lado sombrio.
Adam Smith possui duas obras literárias ditas dualistas: Teoria dos sentimentos morais e Riqueza das nações. Na primeira, a motivação humana é a empatia; na segunda, a motivação é apatia. Por isso que falo que leituras sem contextos históricos desencadeiam interpretações equivocadas. Para Smith, o homem possui virtude em si; mas também egoísmo. Cada qual procurará, egoisticamente, buscar o melhor meio para sobreviver. Desse egoísmo, a economia se desenvolve, contudo o Estado deve agir para que nenhum interesse impeça que demais seres humanos se realizem.
PROCURA, DEMANDA, FELICIDADE DE UNS E TRISTEZA DE OUTROS
Em tempos de crises, ou mesmo sem crises, os preços dos produtos e dos serviços aumentam, assustadoramente. Em Minas Gerais, no desastre de Mariana, os moradores agonizantes com a tragédia ainda tiveram que agonizar mais ainda com os preços absurdos dos galões de água mineral cobrados pelos lojistas de outras cidades. Da noite para o dia, centenas de empreendedores surgiram para venderem galões de água com preços superfaturados.
Quem não conhece o mercado em si pode até aceitar. Por exemplo, vendedores, dos mais variados produtos, sabem muito bem que as empresas limitam a entrada de certos produtos em alguns bairros. Não se trata da violência, mas de condicionar os consumidores a comprar somente produtos que as empresas querem. Por exemplo, em alguns bairros certos refrigerantes não ingressam. Em certos bairros só refringentes de marcas A e B. Vendedor da marca C tenta vender para os comerciantes e lojistas deste bairro, mas estes não aceitam. Se algum comerciante comprar o produto da marca C, por ser mais barata, por exemplo, as empresas, por intermédio de seus empregados vendedores, os quais não querem perder clientela, já que ganham por comissão, começaram a" boicotar "o comerciante que se atreveu a comprar a marca C: demora na entrega, ou" novas políticas "de entrega como limite de fornecimento — a justificativa é de que a quantidade pedida não compensaria os gastos com o transporte. Pergunto: o fornecedor do produto C, principalmente de estrutura pequena, conseguirá competir com os grandes fornecedores?
No Brasil, a jornada de trabalho dos" preguiçosos "empregados — é necessário dizer que o termo se refere aos párias, assim considerados pelos" superiores "— compromete à economia. Jornada de trabalho. Alguns brasileiros adoram falar" No Japão os trabalhadores trabalham muito mais, e ninguém [trabalhadores] reclamam ". Por isso que eu amo a internet, o verdadeiro segmento humano que garante a liberdade de expressão e desmistifica doutrinações. No site da BBC Brasil: Como suicídio de funcionária exausta levou à renúncia do presidente de gigante japonesa.
"O caso veio à tona nesta semana, depois da decisão do Ministério do Trabalho japonês de processar a empresa pela morte dela.
O governo chegou a fazer uma investigação e uma varredura na Dentsu para obter informações sobre as práticas de trabalho. Foi determinado que a empresa descumpriu as leis trabalhistas e, portanto, tem responsabilidade legal pela morte da jovem.
Na última quarta-feira, a empresa admitiu que cerca de 100 trabalhadores ainda faziam cerca de 80 horas extras por mês.
Exausta
As mortes por excesso de trabalho são um problema tão grande no Japão que já existe até um termo para descrevê-las: ‘karoshi’. "
Na" modernidade líquida "ninguém vale nada, a não ser até que esteja sendo eficiente para servir alguém. E o consumismo contemporâneo tem demonstrado isto. A pessoa vale algo até o momento que esteja produzindo para o consumo de outras pessoas. O trabalho análogo ao escravo existe, e quem é consumista não se preocupará como é produzido o celular, a televisão, o tênis. Apenas quer consumir." Pelo menos trabalha, e não está roubando ", dirão. Contudo, os consumidores desumanizados apenas pensam em si, jamais nas condições dos trabalhadores." Roubam ", através da apatia, as forças vitais de quem é escravizado com o título de" trabalhador ". Digamos que esse escravizado esteja recebendo salário mínimo — trabalho análogo ao escravo não é ganhar pouco. Pode-se dizer que há dignidade? Se o salário não permite ter vida digna — padrão médio de vida, como ter residência segura; televisão, geladeira, fogão, máquina de lavar roupa etc. —, não há liberdade [natural] a quem recebe.
Se não há serviços públicos para certos grupamentos humanos, em dadas localidades (utilitarismos" superior "), ou são precários, e se a sociedade civil, como bem frisou Milton Friedma —" Considerará a caridade privada destinada a ajudar os menos afortunados como um exemplo do uso apropriado da liberdade "(Liberalismo e igualitarismo; Capítulo do livro Capitalismo e Liberdade) —, não participa para criar mecanismos de ascensão social, o trabalho escravo persiste. A plena liberdade (mobilidade social) permite que a economia se desenvolva.
Não é possível que todos sejam empregadores. Sempre haverá empregados. Todavia, a possibilidade de mudar, de empregado para empregador, é uma premissa da liberdade (autonomia privada). Se os mecanismos (utilitarismos) não permitem a mobilidade, não há pleno direito natural.
OIT, para alguns, uma intervenção do tipo Marxista.
CONVENÇÃO Nº 131 Convenção sobre fixação de salários mínimos, com referência especial aos países em desenvolvimento
CONSIDERANDO a conveniência atual de adotar um novo instrumento, complementar a essas convenções, que assegure uma proteção aos assalariados contra os salários excessivamente baixos e que, embora de aplicação geral, leve em conta especialmente as necessidades dos países em desenvolvimento;
O que é salário baixo? Darei ideia. Comparando os subsídios com o piso salarial nacional, ou regionais, dos trabalhadores não agentes; digo que há distorção sobre isonomia à dignidade humana dos trabalhadores não agentes. Tributo, o mal que escraviza. Não posso dizer que escraviza, quando são aplicados para os devidos fins (finalidade). Por exemplo, por mais que se fala que os países Escandinavos cobram altíssimos tributos, a qualidade de vida é muito superior aos vários países não escandinavos. The Spirit Level mostra que países com tributos baixos apresentam serviços públicos péssimos. Finalidade. No Brasil, qual a finalidade dos tributos? E em quais locais vão parar os tributos. Lava Jato responde; e responde também a matéria do Gazeta do Povo sobre os supersalários dos juízes e os jornalistas os quais foram processados 37 vezes pelos juízes.
O ESTADO. SEU PODER PARA GERAR DESIGUALDADES
Na obra A Teoria das Formas de Governo, de Norberto Bobbio — fanáticos aqui reclamaram —, Marx não defendia um Estado intervencionista, mas a extinção do Estado. Para Marx, o Estado é nada mais do que um grupo de pessoas que tomam o poder para si. Bobbio descreve:
"Em poucas palavras, os dois elementos principais da concepção negativa do Estado em Marx são: a) consideração do Estado como pura e simples superestrutura que reflete o estado das relações sociais determinadas pela base econômica; b) a identificação do Estado como aparelho de que se serve a classe dominante para manter seu domínio, motivo pelo qual o fim do Estado não é um fim nobre, como a justiça, a liberdade ou o bem-estar, mas pura e simplesmente o interesse específico de uma parte da sociedade; não é o bem comum, mas o bem da classe dominante, o bem particular de quem governa - o que, como vimos, fez com que se considerasse sempre o Estado que o manifesta como uma forma corrompida.
(...)
Numa concepção negativa do Estado, este é sempre mau — qualquer que seja a forma de governo. O que importa para Marx e para Engels (como para Lenin) é a relação real de domínio, entre classe dominante e classe dominada, qualquer que seja a forma institucional de que se revista. "
Quando se houve" Marx queria destruir o Capitalismo através da revolta do proletariado ", os menos avisados esquecem de que na época [História], a classe dominante era a burguesia. Aos proletariados, os retalhos. Na Revolução Russa de 1917, os czares detinham boa parte do luxo da nação, enquanto os camponeses e trabalhadores viviam na total miséria. Algo parecido com a Revolução Francesa — já fiz comparações entre as duas Revoluções, importantes, para os direitos humanos. Democracia escraviza? Sim, a Grécia Antiga permitia. Sócrates justificava, filosoficamente.
Continuando no livro escrito por Bobbio:
" Marx enumerara alguns aspectos do breve governo da Comuna que lhe parecem uma inovação radical com respeito às formas de governo precedentes: 1) a supressão do exército permanente, substituído pelo povo em armas; 2) eleições por sufrágio universal dos conselheiros municipais, permanentemente responsáveis e demissíveis, e a transformação da Comuna em local de trabalho conjunto executivo e legislativo; 3) retirada das atribuições políticas da polícia, com sua transformação em instrumento responsável da Comuna; 4) o mesmo com relação à administração pública, com a redução drástica dosestipêndios (ao nível dos salários recebidos pelos operários); 5) dissolução e desapropriação de todas as igrejas, como entidades proprietárias; 6) acesso gratuito do povo a todas as instituições de ensino; 7) eletividade dos magistrados e juízes, que passam a ser responsáveis e demissíveis como todos os outros funcionários públicos.
(...)
Parece-me que os temas principais da ‘melhor’ forma de governo, segundo Marx, podem ser assim resumidos: a) supressão dos chamados "corpos separados", como o exército e a polícia; b) transformação da administração pública, da "burocracia" (contra a qual Marx escreveu ferozmente, desde a sua juventude), em corpos de agentes responsáveis e demissíveis, a serviço do poder popular, c) extensão do princípio da eletividade, e portanto da representação, sempre revogável, a outras funções públicas, como a de juiz; d) eliminação da proibição do mandato imperativo (um instituto clássico das primeiras constituições liberais), que seria imposto a todos os eleitos - isto é: a obrigação de os representantes seguirem as instruções dos seus eleitores, sob pena de revogação do mandato; e) amplo processo de descentralização, de modo a reduzir ao mínimo o poder central do Estado. "
História e momentos históricos. Retornemos ao filósofo Adam Smith. Em sua obra A riqueza das nações, o fundamento de sua filosofia era a liberdade econômica aos particulares. Ou seja, o Estado não pode ser tão intervencionista, burocrático. Comparem com o que foi transcrito do livro de Bobbio sobre Marx e seu pensamento sobre o Estado. Repito: História e momentos históricos.
ALGUMAS TRANSCRIÇÕES
Definição de Rothbard sobre" O que o estado não é "[Capítulo I]:
"O Estado é quase universalmente considerado uma instituição de serviço social. Alguns teóricos veneram o Estado como sendo a apoteose da sociedade; outros o consideram uma organização afável, embora muitas vezes ineficiente, que tem o intuito de alcançar objetivos sociais. Porém quase todos o consideram um meio necessário para se atingir os objetivos da humanidade, um meio a ser usa do contra o 'setor privado' e que frequentemente ganha essa disputa pelos recursos. Com o advento da democracia, a identificação do Estado com a sociedade foi redobrada ao ponto de ser comum ouvir a vocalização de sentimentos que violam quase todos os princípios da razão e do senso comum, tais como: 'nós somos o governo' ou 'nós somos o estado'.
O termo coletivo útil 'nós' permite lançar uma camuflagem ideológica sobre a realidade da vida política. Se ‘nós somos o Estado’, então qualquer coisa que o Estado faça a um indivíduo é não somente justo e não tirânico como também ‘voluntário’ da parte do respectivo indivíduo. Se o Estado incorre numa dívida pública que tem de ser paga através da cobrança de impostos sobre um grupo para benefício de outro, a realidade deste fardo é obscurecida pela afirmação de que ‘devemos a nós mesmos’ (ou ‘a nossa dívida tem de ser paga’); se o Estado recruta um homem, ou o põe na prisão por opinião dissidente, então ele está ‘fazendo isso a si mesmo’ — e, como tal, não ocorreu nada de lamentável.
Nesta mesma linha de raciocínio, os judeus assassinados pelo governo nazista não foram mortos; pelo contrário, devem ter ‘cometido suicídio’, uma vez que eles eram o governo (que foi eleito democraticamente) e, como tal, qualquer coisa que o governo lhes tenha feito foi voluntário da sua parte. Não seria necessário insistir mais neste ponto; no entanto, a esmagadora maioria das pessoas aceita esta ideia enganosa em maior ou menor grau. "
OBAMANOMICS:
"Sim, a política do governo em todos os principais problemas que enfrentamos é orientada por lobistas poderosos que dão dinheiro a seus representantes eleitos, para estabelecerem a ordem do dia para discussão e são conhecidos por chegarem a ponto de escrever a linguagem final nos projetos de lei aprovados pelo Congresso. Em cada caso, os lobistas fazem com que o problema continue não resolvido ou, por meio de sua interferência, impedem o sistema democrático de alcançar uma resolução aceitável para todos. Se os objetivos das grandes empresas e dos cidadãos estivessem perfeitamente alinhados, não haveria necessidade de lobistas corporativos. O fato de existir o lobby corporativo significa que seu propósito específico é perverter e corromper o processo democrático. E por essa razão que eles não devem mais estar presentes.
Quase todos os grandes problemas nos Estados Unidos podem ser retraçados à ação de um representante do governo local ou federal que está sendo indevidamente influenciado pelos lobistas para ser tendencioso. Consumo de cigarro nos Estados Unidos: lobby do tabaco; violência imprópria e sexo nos filmes e na televisão: lobby de Hollywood; propriedade corporativa de nossa mídia de notícias: lobby da mídia; preços altos dos remédios: lobby farmacêutico; jogo: lobby dos cassinos; preços em colapso das moradias lobby imobiliário e lobby hipotecário; instituições financeiras sendo resgatadas: lobby de Wall Street. "
JUSTIÇA. O QUE É FAZER A COISA CERTA, DE MICHAEL J. SANDEL
Os benefícios do câncer de pulmão
A Philip Morris, uma companhia de tabaco, tem ampla atuação na República Tcheca, onde o tabagismo continua popular e socialmente aceitável. Preocupado com os crescentes custos dos cuidados médicos em consequência do fumo, o governo tcheco pensou, recentemente, em aumentar a taxação sobre o cigarro. Na esperança de conter o aumento dos impostos, a Philip Morris encomendou uma análise do custo-benefício dos efeitos do tabagismo no orçamento do país. O estudo descobriu que o governo efetivamente lucra mais do que perde com o consumo de cigarros pela população. O motivo: embora os fumantes, em vida, imponham altos custos médicos ao orçamento, eles morrem cedo e, assim, poupam o governo de consideráveis somas em tratamentos de saúde, pensões e abrigo para os idosos. De acordo com o estudo, uma vez levados em conta os “efeitos positivos” do tabagismo — incluindo a receita com os impostos e a economia com a morte prematura dos fumantes —, o lucro líquido para o tesouro é de 147 milhões de dólares por ano."
O QUE O DINHEIRO NÃO COMPRA. OS LIMITES MORAIS DO MERCADO, DE DE MICHAEL J. SANDEL
"Em 2010, Eugene ‘Gino’ DiSimone, candidato independente a governador de Nevada, propôs uma maneira original de levantar dinheiro para o orçamento do Estado: permitir que as pessoas pagassem US$ 25 por dia para ultrapassar o limite oficial de velocidade e dirigir a 140 quilômetros por hora em determinadas estradas. Quem quisesse contar com a opção de ultrapassar o limite apenas de vez em quando poderia adquirir um equipamento especial com transmissão por satélite e discar para a própria conta pelo celular sempre que precisasse chegar mais depressa a algum lugar. Os US$ 25 seriam cobrados no cartão de crédito e o interessado poderia disparar no seu carro ao longo das 24 horas seguintes sem ser incomodado. Se um policial constatasse pelo radar o excesso de velocidade, o equipamento por satélite o advertiria sobre a opção do cliente e não haveria multa. DiSimone estimava que sua proposta permitiria arrecadar pelo menos US$ 1,3 bilhão por ano para o Estado sem aumentar impostos. Apesar da tentadora perspectiva para o orçamento oficial, a Patrulha Rodoviária de Nevada considerou Que o projeto poria em risco a segurança pública e o candidato amargou uma derrota.
ATÉ A ÚLTIMA GOTA
Em 1980 foi lançado o filme/documentário 'Até a última gota' dirigido por Sérgio Rezende, sobre o comércio de sangue nos países do terceiro mundo. Inspirado na morte do operário Jucenil Navarro de Souza; que desempregado vendia sangue para comprar comida para a família e que morreu na porta de um supermercado logo após ter vendido sangue a uma casa de saúde em Caxias, no Rio de Janeiro. O filme conta com o depoimento da esposa de Jucenil, além de vendedores, compradores e autoridades e pessoas que lutam contra esta prática e recebeu diversos prêmios como o Prêmio de qualidade do Conecine, entre os 12 melhores filmes de 1980; e o prêmio especial do Júri no Festival de Gramado.
A doação remunerada foi também tema de versos de Chico Buarque de Holanda – que ao contar as aventuras de um típico malandro carioca, em “Vai Trabalhar, Vagabundo”, canta:" Passa o domingo no mangue, segunda-feira vazia, ganha no banco de sangue pra mais um dia ".
Assim, em meados da década de 70 e início da de 80, o Governo Federal começou a implantar o Programa Nacional do Sangue e Hemoderivados (Pró-Sangue), estimulando a criação de hemocentros estaduais. Em novembro de 1977 foi inaugurado o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE), primeiro hemocentro do Brasil, construído com recursos dos Governos Estadual e Federal, e do Governo Francês. A este se seguiram outros nas principais cidades do País, tendo como diretrizes a doação voluntária não remunerada de sangue e medidas para segurança de doadores e receptores. (http://seu-sangue.blogspot.com.br/2012/06/capitulo-2-doacao-de-sangue-no-brasil.html)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para quem morreu, o não suportar das ladainhas de "melhor "ou" pior ". Vejo o Estado Islâmico como síntese planetária contemporânea. São fanáticos? E os fanáticos de outras religiões que pregam Guerra Santa dentro dos países democráticos? Nos países democráticos os nobres cidadãos dizem que os muçulmanos jihadistas representam o mal do mundo. Não podemos esquecer de que durante a Guerra Fria, os EUA fez uma lavagem cerebral de que a União Soviética (comunismo) pregava o ateísmo, ou seja, era contra Deus. Por que o ateísmo causa horrores aos religiosos? Porque sem religião e seus dogmas, não há o porquê defender do casamento monogâmico — pensar que na Idade Média a Igreja Católica proibiu o casamento poligâmico aos reis para que, quando estes não tivessem herdeiros, a própria Igreja ficasse com as terras; e a Igreja foi uma das maiorias latifundiárias da Idade Média —, por exemplo. Por outro lado, existem bons ensinamentos humanísticos pelas religiões, como solidariedade; mas não pode ser uma solidariedade utilitarista. Os jihadistas são machistas? E o que dizer dos cidadãos de muitos países democráticos? São também os jihadistas escravocratas? E o trabalho análogo ao escravo nos países democráticos? Destroem o meio ambiente? E as transnacionais de países democráticos que poluem sem muitos receios principalmente em países cujos ambientalistas são calados pelos próprios Estados?
2017, um novo ano. Depende do que seja" novo ", pois comportamentos desumanos (machismo, escravidão, racismo etc.) estão vivíssimos. Assim como existe o Lado Negro do Comunismo também existe o Lado negro do Capitalismo — interessante que é fácil encontra na internet o livro (PDF) sobre comunismo, mas sobre o capitalismo é dificílimo. Liberdade de expressão na internet?
Procurem por" o lado negro ". Encontrei: do catolicismo; do protestantismo; etc. Ou seja, cada qual (utilitarista) defende o seu" ângulo superior de vida ". Infelizmente, a educação, o saber sem barreiras, ainda é um sonho brasileiro. Não podemos esquecer de que o saber foi censurado por 21 anos (Anos de Chumbo) para permitir a democracia tupiniquim. Democracia que lembrava a democracia da Grécia Antiga: direitos, civis e políticos, totais para alguns.
FIAT LUX!
Leituras recomendadas:
Comparando como os salários mudaram em diferentes regiões do mundo — OIT.
Jornalista, professor, produtor, articulista, palestrante, colunista. Articulista nos sites: Academia Brasileira de Direito (ABDIR), ABJ (Associação Brasileira dos Jornalistas), Âmbito Jurídico, Conteúdo Jurídico, Editora JC, Fenai/Faibra (Federação Nacional da Imprensa), Investidura - Portal Jurídico, JusBrasil, JusNavigandi, JurisWay, Observatório da Imprensa.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: PEREIRA, Sérgio Henrique da Silva. Generalizar conceitos sem enxergar realidades culturais é perigoso Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 12 jan 2017, 04:15. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/48612/generalizar-conceitos-sem-enxergar-realidades-culturais-e-perigoso. Acesso em: 23 dez 2024.
Por: Juliana Melissa Lucas Vilela e Melo
Por: Isnar Amaral
Por: LEONARDO RODRIGUES ARRUDA COELHO
Por: REBECCA DA SILVA PELLEGRINO PAZ
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