O homem, que de forma geral, sempre foi um predador por excelência, e que ao longo dos séculos tem exaurido e explorado de forma errônea e perversa, os recursos naturais da terra, hoje o faz de forma bem mais célere, haja vista que já alcançamos,( e já ultrapassamos) a estonteante cifra de 7 bilhões de habitantes, e a humanidade continua, com raras exceções, sem saber a forma adequada de descartar o lixo que produz, poluindo cada vez mais o meio ambiente. Cabeças pensantes, mentes mais elevadas, (infelizmente minoria,) têm tentado coibir as ações devastadoras, usando como mecanismo para tanto, a elaboração de variados diplomas jurídicos, e de novos paradigmas com vistas à preservação da natureza. Como poderosa arma coadjuvante, temos a tecnologia atual, que nunca foi tão avançada; o homem com os conhecimentos que hoje possue, já poderia transformar muitos elementos que agridem o meio ambiente em agentes benéficos ao mesmo; por exemplo, é possível transformar o famigerado lixo plástico em um produto que substitui com vantagem a madeira, e, em assim sendo, impedir que mais árvores sejam derrubadas; o lixo orgânico, a fração mais poluente dos dejetos, pode ser transformado em adubo ou energia; o entulho produzido pela construção civil, que constitui a maior parcela da quantidade do lixo de uma comunidade, se devidamente reciclado, pode ser totalmente reaproveitado, produzindo assim, benefícios ao meio ambiente e economia; as garrafas Pet’s que tanto entulham os rios, podem ser reutilizadas na construção de casas, na fabricação de roupas, na confecção de artesanato, etc... grande parte da energia elétrica que consumimos, poderia ser gerada pelos ventos (eólica), pelo mar(marítima) ou pelo sol(solar); experiências em pequena escala das três modalidades citadas, já existem e são perfeitamente viáveis.
Várias ações, infelizmente isoladas, comprovam a viabilidade de tais medidas de forma relativamente fácil; exemplo de práticas dessa natureza, pode ser encontrada em Curitiba, a prefeitura utiliza um espaço na mídia televisiva para ensinar e convocar os habitantes da cidade a terem um comportamento mais adequado e praticarem ações com vistas a beneficiar a natureza, por exemplo plantando árvores, cultivando hortas caseiras, reciclando e descartando corretamente frações do lixo doméstico, economizando água, etc, etc... tudo isso suscita a interrogação: por que não se faz? Por que governantes e a sociedade de forma geral, não se mobilizam e tomam iniciativas sistemáticas com vistas a minorarem danos causados ao meio ambiente, se resta comprovado que onde elas foram implantadas surtiram efeitos benéficos? Sabe-se que há muito jogo econômico por trás de tudo, há que se fazer licitações, contratos milionários para qualquer ação do governo; e enquanto isso o meio ambiente cada vez mais se degrada.
Diante disso, um evento da magnitude da Conferência “Rio + 20”, que o Brasil sediará, na cidade do Rio de Janeiro no próximo mês de junho, é uma ocasião imperdível, única para rever o que de fato foi viabilizado, implementado dos compromissos firmados na ECO92, (infelizmente quase nada) e melhorar muitas condições no que tange ao meio ambiente; não se pode permitir a continuidade do que vem ocorrendo, qual seja, um evento de tamanha importância, sendo suplantado por outro: a Copa do Mundo que ocorrerá em 2014, também no Brasil, e que já ocupa todos os espaços na mídia falada e escrita; tal fato, é deveras preocupante pois evidencia o alheamento, o descaso quase total da sociedade em relação à questão ambiental, que é condição “sine qua non” a sobrevivência da raça humana na face da terra. Também inadmissível que de tal Conferência reste somente trocas de gentilezas diplomáticas, promessas surreais e elaboração de documentos belíssimos devido ao teor, que diga-se de passagem já existe – “RASCUNHO ZERO” - pois em que pese a perfeição da redação, se não colocado em prática de nada adiantará; o que se busca e almeja, o que de fato se necessita, são resultados concretos, palpáveis que de fato minimizem tantos impactos danosos causados à natureza. Atenta a essa possibilidade, parte da sociedade civil, já se articula sob a denominação de “Cúpula dos Povos,” com o intuito de apresentar outras propostas concomitantemente ao evento “Rio +20”; oxalá sejam propostas tão plausíveis e viáveis, aptas a serem implementadas em curto espaço de tempo, que não tenham como serem rechaçadas pela sociedade em geral.
Não podemos esquecer, que pouco tempo depois da Copa do Mundo de 2014, teremos os Jogos Olímpicos de 2016, se toda a atenção das pessoas e da mídia, se voltarem unicamente para esse foco, como é a tendência, corremos o risco, nós e as gerações vindouras, de sofrer a falta de alimentos, de água e até de ar para respirar.
Reflitamos!
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