O mercado editorial assiste nos dias de hoje a um verdadeiro embate entre os que querem publicar textos e livros de caráter supostamente científico ou acadêmico e aqueles que querem vender livros e efetivamente ganhar dinheiro a partir da produção de textos que servem para facilitar ou para preparar os estudantes a enfrentarem o grande desafio dos concursos destinados ao preenchimento dos cargos públicos no contexto geral.
Os livros para concursos públicos, ressalte-se, são de grande utilidade!
As editoras cumprem o seu papel e requerem características das obras que permitirão ou garantirão venda e retorno dos seus investimentos. A pretensão de se publicar livros atualmente pode estar associada à capacidade de atingir o maior número de pessoas que vão comprar e, efetivamente, vão ler e entender os livros. Nada mais natural do que se esperar obras com linguagem clara e fácil de compreensão. A antiga prática de saber falar e escrever “difícil” cede lugar a uma linguagem cada vez mais direta e “fácil” de assimilação.
Resta aos que pretender produzir obras científicas de alta vendagem o desafio de não mais apenas trazer as opiniões de vários autores em uma verdadeira operação conhecida atualmente como a de “copia e cola” com centenas de páginas muitas vezes incapazes de transmitir as mais básicas noções aos leitores.
Os concursos públicos sempre foram previstos para o ingresso na Administração Pública em virtude de serem os mesmos aparentemente capazes de selecionar os candidatos mais preparados e, portanto, dentro da meritocracia, os que seriam os mais indicados para assumir os postos no serviço público.
Além de tudo, os professores das Universidades e Cursos Superiores em geral, obstinados em produzir ciência, passam a ser recomendados para produzir seus trabalhos apenas para as “academias”.
Os professores de cursos preparatórios para concursos, por sua vez, pelo imenso número de pessoas que alcançam até mesmo pelas aulas via satélite, passaram a ser os preferidos pelas editoras e pelos alunos em geral que buscam conhecimentos resumidos suficientes para garantir-lhes o sucesso nos seus empreendimentos.
Que fazer, então? Escrever para vender ou escrever para fazer ciência, escrever para produzir conhecimentos novos?
Como dizem os nossos antepassados, há de se encontrar um meio termo, um ponto de equilíbrio para tudo.
Nada impede que um texto científico com profundidade considerável seja esteio para que se firme um bom conhecimento da disciplina.
Principalmente porque é de se esperar que os novos servidores públicos conheçam com profundidade as suas disciplinas e os seus afazeres e não apenas dominem superficialmente os assuntos que terão que aprender para os concursos públicos e para a lida diária.
Por outro lado, assiste-se a uma tempestade de informações a circular diariamente pela rede mundial de computadores (internet), pelas redes sociais presentes em cada telefone celular, automóvel e etc.
Resta a pergunta: que fazer?
A busca incessante por conhecimentos repousa tranquilamente na leitura de um bom livro!
Quem lê bons livros sabe que a cada página que se vira, uma informação de utilidade para aquele momento de sua vida certamente surgirá e resolverá um problema vivido naquele exato momento.
Recentemente lecionei sobre dívida pública para meus alunos da FAECC, no Campus da UFMT em Cuiabá. Inobstante isto, ontem li um livro sobre a proclamação da República do Brasil em 1889 e descobri que se tivesse lido aquele livro antes das minhas aulas teria muito mais informações a passar para meus alunos.
Certa feita, no ano de 2009, ao conversar com um famoso autor da área contábil, e relatar-lhe as críticas que minha produção de artigos científicos vinha sofrendo por parte de colegas acadêmicos, ouvi que poderia continuar e me tornar autor consagrado ou simplesmente parar...e, na minha opinião, morrer!
Imbuído do desejo de repassar conhecimentos para o maior número possível de pessoas, independentemente de quaisquer fatores externos, e, principalmente, continuar vivo, decidi continuar...e escrever!
As inesquecíveis críticas, inclusive, diziam que “os artigos do Mafra não passam de três páginas”. Este artigo, também conta com apenas três páginas.
Eu acredito e prefiro no poder de síntese pois se eu não sei explicar um assunto de forma resumida é prova de que eu não domino aquilo de que falo.
Estou praticamente a seis meses sem publicar artigos. Reinicio agora a divulgar meus textos na internet. O que acontecerá doravante, somente o tempo responderá...
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