De proêmio, é de suma relevância, iniciarmos o estudo empírico tendo-se por princípios norteadores do caráter a família constitucional, inserida no artigo 226 da nossa Carta Magna de 1988, como sendo um núcleo de convivência, o sustentáculo de fundamentação de uma sociedade unida por laços afetivos, que costuma compartilhar o mesmo teto.
Data vênia, em breves linhas gerais é a definição que conhecemos, a nossa célula mater. Entretanto, esta convivência pode ser feliz ou insuportável, pois seus laços afetivos podem experimentar o encanto do amor e a tristeza do ódio. E a morada sobre o mesmo teto? Dependendo dessas fases contrastantes, ela pode ser um centro de referência, onde se busca e se vivencia o amor, ou um mero alojamento.
A fundamentação de tal tema emblemático neste cenário suso mencionado, é dito como de caráter esplendoroso quando a família não é algo que nos é dado de uma vez por todas, mas nos é dada como uma semente que necessita de cuidados constantes para crescer e desenvolver-se. Quando casamos, sabemos que, entre outras coisas, temos essa semente que pode germinar e um dia dar fruto: ser uma família de verdade, advinda dos filhos gerados no amor. Devemos, portanto, estar conscientes de que é preciso trabalhá-la e cultivá-la sempre, constantemente, e com muito cuidado, dedicação e amor.
Pedra angular que nos norteia decerto este fato jurídico ‘sub judice’ e acima inserido a família parece estar à deriva, sem referência, impotente e desprotegida diante dos embates do consumismo, bombardeada pelos meios de comunicação e incapaz de dar uma resposta a esses ataques.
De suma relevância constar e afirmar, veementemente que o denominado termo família está ficando na defensiva. A impressão que se tem é a de que ela se conserva como um reduto afetivo, baseado principalmente na segurança do amor incondicional dos pais pelos filhos.
Nessa mesma esteira de pensamento, destarte, é possível ouvir hoje arautos que falam da família em tom triunfal, enquanto que, em outros contextos, se escutam depoimentos de verdadeiras catástrofes. Infelizmente para alguns, a família é um conceito conservador, só defendido pelos retrógrados; porém é no seio familiar que são construídos os primeiros conceitos basilares de educação, humanidade, moralidade, civilidade e ética.
Em derradeira conclusão, não obstante a nobre e louvável iniciativa a família foi e ficará sempre sendo o fundamento da sociedade. Ela transcende a qualquer partido político, sociedade, associação ou a qualquer outro gênero de agrupamento humano: ela é constituída por relações de amor! Na origem de tudo, há um amor conjugal que chama a vida a participar desse amor.
De fato, é de suma importância salientarmos que a família vem de uma opção muito importante na vida de um casal. De fato, ela existirá a partir do momento em que um homem e uma mulher decidirem viver juntos, criar um mundo novo, um mundo diferente: a família. Nesse mundo novo e distinto, nascerão os filhos, que se incorporarão ao projeto de vida idealizado por seus pais.
Nesse mesmo diapasão, é na família que os filhos desenvolverão sua personalidade. Nela crescerão, encontrarão o sentido de sua existência e amadurecerão na segurança, até que um dia também eles partirão para realizar seu próprio projeto.
Na mesma seara, não podemos viver de modo aventureiro. De nada serve estarmos repletos de boas intenções, se não planejarmos bem as coisas. Nosso mundo tem mudado muito e rapidamente. Há hoje muitas coisas que não estão fixadas de antemão. Em nossa sociedade, os papéis tradicionais da mulher e do homem, antes assumidos como destino inexorável, não são mais simplesmente aceitos.
Destarte, é tempo de plena reflexão de toda nossa sociedade data vista que atualmente, o casal deve sentar-se para dialogar sobre o que realmente desejam o que buscam, para enfim elaborar, com bastante criatividade, um projeto novo e distinto que possibilite a realização de um amor pleno. É neste projeto, em constante realização, que os filhos devem poder ter a alegria de nascer e crescer até a plena maturidade.
Ao definirmos a família como uma instituição, como a célula mãe da sociedade, quando a analisamos ou defendemos os seus direitos, queremos nos referir a uma realidade bem definida, que está aí presente, diuturnamente, que desempenha um papel concreto na vida das pessoas e da sociedade.
Em conclusão, entretanto, quando adentramos no interior desta ou daquela família, deixando de lado as teorias e descendo ao palco da própria vida, observamos que a família é uma realidade dinâmica, em evolução permanente, nunca a mesma. Percebemos que cada família é um mundo à parte, com propostas e jeitos próprios e que não se repetem, mas todas dependem de muito amor para se sustentarem por toda uma vida.
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