Natan Donadon, condenado a mais de 13 anos de prisão por desvio de mais de R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia, por meio de contratos de publicidade fraudulentos, saiu do presídio da Papuda, fez um discurso emocionado e, no final, a Câmara dos Deputados deliberou manter o seu mandato parlamentar (na verdade, não foram alcançados os votos suficientes para cassá-lo).
Para o nativo humanoide P. Karhapitzchewisky “a questão é extremamente grave, colocando o Brasil na UTI da Recuperação Ética. A decisão reforça a imagem tenebrosa de um país politicamente degenerado, porque não rompe, em pleno século XXI, com a herança da rapinagem das guerras e do parasitismo do conquistador europeu, já reluzente no século XV”.
“A decisão da Câmara dos Deputados transmite a mensagem de que a pilhagem e o parasitismo criminoso compensam; que o saque aos bens públicos não merece reprovação moral dos seus pares; que o parlamentar, mesmo estando em regime fechado, depois de condenado por corrupção, ainda conta com o apoio dos condoídos comparsas de rapinagem, que não deram seus votos para completar o quorum da cassação. É da tradição do Brasil que deu errado uma grande admiração pelos salteadores desqualificados, que saqueiam os cofres públicos e entulham cadáveres, pouco importando o partido político ou a ideologia”.
Minha análise, concluiu o nativo humanoide, é de que “Os políticos brasileiros (salvo raras exceções), engolfinhados até o último fio de cabelo na mais lamacenta corrupção, seguindo a tradição das companhias de bandoleiros do século XVI (que o Ministro da Suprema Corte, Celso de Mello, chamou de “quadrilha de bandoleiros de estrada”), sem nenhuma noção mais de pátria, de religião, de ética, de moral, de país, de futuro, que cultuam desabridamente, no cargo público, o ilícito e o enriquecimento pessoal, chamado nas ocorrências das classes baixas de ladroagem, adoram mesmo o deus do malfeito, do saque, da corrupção, em suma, do parasitismo”.
Meus amigos: O Brasil que deu errado, como se vê, está caindo de podre. Se fosse algo possível, eu diria (utopicamente) que é hora de esquecer cinco séculos de pilhagem e parasitismo e construir um novo país, apagando-se da nossa memória e da nossa tradição as barbáries do nosso obscuro passado, que comandam até hoje as ações do presente.
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