Desde que surgiu um vírus mundial popularmente conhecido como “coronavírus”, temos presenciado as mudanças ocorrendo em tudo aquilo que vivenciamos e sabemos. A primeira coisa que aprendemos, foi o exercício da palavra empatia, afinal, como lidar com um vírus que pode ser percebido para você como um simples resfriado, mas, que também pode ser percebido por alguém do seu convívio social como um vírus fatal? São questões que nos obrigam a refletir sobre as consequências de nossas atitudes na vida do próximo e nos levam a ter maiores cuidados para não contribuir com a propagação deste mal.
Tão logo com o início do isolamento social, se tornou viral a famosa frase: “fica em casa”, e isso veio carregado de outras informações. “usa máscara”, “álcool em gel está na bolsa?” “já lavou as mãos?”. De repente, tudo começou a girar em torno disso, artistas reinventaram os shows através de transmissão de lives, centros comerciais foram fechados, a grande maioria dos trabalhadores tiveram que se adaptar em trabalhos home office, em alguns lugares teve a decretação de lockdown e houve grande impacto na economia dos países afetados.
Aquela rotina diária tão conhecida por nós tomou novas direções, já que antes, para a grande maioria, era comum acordar ter sua rotina de trabalho e retornar para seu lar e familiares ao final do expediente, agora, vivemos em um isolamento que nos faz passar os dias enclausurados obrigatoriamente com aqueles que dividimos o lar e por isso temos mais tempo ao lado de quem amamos.
Obviamente que, isso também tem seu lado negativo, já que a maior proximidade colocou em xeque a própria sobrevivência do casamento e isso fica claro quando olhamos para os índices alarmantes de pedidos de divórcios e relatos de aumento de casos de violência doméstica em todos os países afetados pela pandemia.
Quando tratamos de violência doméstica, com as medidas de isolamento social para aqueles que podem ficar em casa, governos em todo o mundo relatam aumento nas denúncias. Segundo a ONU Mulheres, é uma das grandes preocupações durante a quarentena, já que não somente as mulheres estão afastadas de suas redes de apoio (amigos e familiares), mas estão tendo que conviver e tempo integral com o agressor.
Segundo um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceira com a empresa Decode Pulse, no Estado de Mato Grosso teve um aumento de denúncias de violência doméstica em 400% comparado ao mesmo período no ano de 2019, ou seja, o índice está 5 (cinco vezes) maior, comprovando a gravidade da situação.
Muitas mulheres estão sofrendo diariamente estando fechadas em isolamento com companheiros abusivos, e, por abusivos não nos fechemos a agressão física, pois muitas mulheres sofrem com abuso psicológico, emocional e sexual, e se veem presas na situação por, em alguns casos, serem dependentes financeiramente e a situação se agrava quando existem filhos, e cabe a nós, enquanto sociedade cuidar e proteger essas mulheres que estão sendo vítimas de violência doméstica.
Os números em relação à violência doméstica, em todo o mundo, são subnotificados, já que a maioria ainda não denuncia seus agressores. No Mato Grosso, é possível fazer a denúncia virtualmente. O telefone para denunciar é o 180. Na comarca de Rondonópolis também é possível procurar ajuda junto a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher que também conta com atendimento virtual pelo telefone (66) 9.9954 5213, e ainda, para garantir o atendimento as vítimas de violência durante a pandemia, o ambulatório VIVA estará disponível pelo telefone (66) 9.99673 6160, com atendimento online psicológico e assistencial, portanto, ao sofrer ou mesmo ao presenciar alguma mulher em situação de abuso e violência, denuncie, em briga de marido e mulher, se coloca a colher, sim.
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