Cognição é o elemento propulsor da organização na implementação de processos sistêmicos e continuados de coleta da informação, considerando neste aspecto a aplicação de tecnologia da informação que facilita a interpretação e a construção do conhecimento. Prosbst, Raub e Kai (2002)[1] apontam que, ao contrário de fazer distinções nítidas entre dados, informações e conhecimento, pode ser mais útil colocá-los em uma série contínua, com os dados em uma extremidade e o conhecimento na outra.
Assim é que sinais esparsos de dados e informações reúnem-se para formar padrões cognitivos sobre os quais as ações podem basear-se. As habilidades e o conhecimento são adquiridos gradualmente, desenvolvendo-se ao longo do tempo e por intermédio de um processo em que somas de informações são reunidas e interpretadas. Tal processo pode ser definido como uma progressão ao longo de um contínuo de dados, passando por informações, elaboração do conhecimento e a Inteligência da organização.
Segundo Hayes e Allinson (1994)[2], a cognição está relacionada à forma como as pessoas adquirem, armazenam interpretam e utilizam o conhecimento. Portanto, cognição é busca, processamento e utilização de informações, que gera um significado efetivo para a organização.
Na atividade investigativa ou preventiva a cognição é um processo mental humano dos profissionais associado à análise e ao processamento da informação para resolução de problemas e tomada de decisão. São processos desenvolvidos pela organização no tocante à busca da verdade real sobre um crime ou um fenômeno, identificação de padrões, tendências, projeções. Pela captação de dados e organização de informações em bancos de memória, realizam diagnósticos e prognósticos, produzindo conhecimento sobre as situações mais complexas do ambiente social.
A cognição está relacionada aos métodos ou procedimentos envolvidos na organização policial para ser elemento impulsionador de processos sistêmicos e continuados de coleta da informação, análise e síntese, e com a tecnologia da informação, facilitar a construção do conhecimento pertinente na atividade policial.
A infra-estrutura tecnológica que apóia a estrutura de fontes de informação amplia a capacidade de obtenção da informação, que no contexto mais genérico, significa aumentar a capacidade de gerir informação significativa e construir conhecimento. Isto promove uma visão da organização mais aberta para acesso à informação. A ênfase está na agilidade, rapidez e distribuição. A tecnologia da informação oferece coordenação e ambiente para o envolvimento de pessoas e setores em rede realizando inúmeras funções, que antes, departamentos costumavam fazer apenas poucas funções de forma centralizada.
[1] PROSBST, Gilbert; RAUB, Steffen; KAI, Romhardt. Gestão do Conhecimento: os elementos construtivos do sucesso. Editora Bookman. 2002.
[2] HAYES, J e ALLINSON, C.W. Cognitive style and its relevance for management practice. British Journal of Management, vol. 5, n.1,p.53-71,1994.
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