RESUMO: Os Movimentos Sociais possuem uma extrema importância, não somente por lutar por mudanças e melhores condições de vida de seus associados ou filiados, mas porque atuam diretamente com o governo, reivindicam transformações, em um sentido mais amplo, os movimentos sociais possuem uma ação tecnicamente organizada de acima de tudo de caráter permanente, engajados ideologicamente na defesa de uma bandeira política. O problema é essa linha tênue entre os movimentos e a política, uma vez que a grande maioria dos movimentos tem um cunho puramente político, muitas vezes, apenas intermedia um benefício que o cidadão possui direito líquido e certo, mas devido a sua ausência de conhecimento busca em sindicatos ou associações determinadas orientações e acabam se vinculando por muitos anos e, quando obtêm êxito, serão eternamente gratos, e como na política não existe gratidão, existem apenas votos, os movimentos sociais perdem o foco e seus associados viram apenas massa de manobra política e disputas lastimáveis sem qualquer busca pelo bem comum.
Palavras-chave: Movimentos Sociais; Política disfarçada; Linha tênue.
INTRODUÇÃO
Em um sentido mais denotativo e sociológico, segundo o site http://biruelsociologia.blogspot.com.br define que “Os movimentos sociais, na pratica, é a representação da sociedade como organização, que os utiliza como instrumentos de ação num contexto histórico especifico. O conflito de classe e os acordos políticos são, consequentemente, canais dos movimentos para atingir seus fins.”.
A problemática aqui abordada, inicialmente, não possuía o condão de analisar os aspectos políticos intrínsecos na vida do cidadão brasileiro, embora estejamos passando por uma das maiores crises neste segmento, contudo, diante das observações extraídas nas entrevistas com membros dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, verificou-se um conteúdo extremamente surpreendente até então, a existência de uma linha tênue entre estas organizações sociais e a política, o que motivou a abordar a real conjuntura disfarçada que nutre, em sua maioria, a sobrevivência destas organizações.
Diante de um campo de observação regionalmente restrita, embora carente de uma análise mais aprofundada do termo, percebe-se que, na maioria dos movimentos sociais aqui de nossa região (Nordeste da Bahia) encontramos sempre Sindicatos, igrejas ou qualquer outra forma de organização social, sempre interligado a algum partido ou com algum vínculo político, por menor que seja mesmo camuflado, existe uma força que, indiretamente atua.
Criar um determinado sindicato, associação ou receber incentivos (verbas) virou uma forma de empreender, desvirtua a conjuntura a qual foi criada, hoje, é um meio político de receber incentivos bancários, máquinas, tratores, de forma gratuita do governo e, em contra partida apoiar certos políticos na época das eleições e até para conselheiros tutelares.
CONCEITUAÇÃO DA PROBLEMÁTICA NA VISÃO DE MANUEL CASTELLS NA OBRA REDES DE INDIGNAÇÃO E ESPERANÇA
Caracterizado como uma das mais impactantes formas de manifestação de pensamento, os movimentos sociais a cada dia possuem uma força incalculável e de difícil dimensão por atingir regiões que de outra forma jamais pudéssemos imaginar, impulsionando por uma linha de esperança que contagia o mundo, os movimentos sociais (Sindicatos, Igrejas, Associações etc.) utilizando meios tecnológicos ou não, ocupa um forte espaço e grande força nas tomadas de decisões políticas em todo o mundo, pode ser um meio de indignação e ao mesmo tempo armadilha, ao mesmo tempo em que aproxima também se distancia, caminha lado a lado do amor ao ódio, pode nascer um herói como transformá-lo em vilão, sua propagação demasiada é motivo de estudo, principalmente da sociedade política, uma vez que a ausência de lideranças e programas pode desencadear em diversas rebeliões que, se não controladas, tem o poder de interferir no modo de governar de muitos.
Na visão do Sociólogo Manuel Castells, um dos mais influentes pensadores do mundo, em sua obra acima precitada, é interessante observar que não necessariamente houve um planejamento para que ocorressem as principais manifestações mundo, contudo, diante da necessidade de um diálogo aberto, democrático e com a maior participação popular, mesmo iniciado pela classe acadêmica, muitas das vezes impulsionada pelo desemprego e com um mínimo de senso crítico, percebeu-se que através da internet e por meio das redes sociais poderiam propagar vozes de socorro clamando por uma política voltada aos menos desprovidos de informação.
[...] Novas vias de mudança social, mediante a capacidade autônoma de comunicar-se e organizar-se, têm sido descobertas por uma nova geração de ativistas, para além do alcance dos métodos usuais de controle empresarial e politico. E, embora já houvesse uma série de precedentes desses novos movimentos sociais na última década (particularmente na Espanha em 2004 e no Irã em 2009), podemos dizer que, em sua manifestação plena, tudo começou na Tunísia e na Islândia. (CASTELLS, 2013, p 20)
Muito embora esta obra enfatize o uso da internet como meio de propagação para a efetivação e força dos movimentos sociais, especificamente em nosso campo de estudo, não podemos abordar com maior clareza este segmento tendo em vista que os Sindicatos em nosso país são desprovidos do uso da tecnologia e dificilmente se organiza por meio destes artifícios e também porque na época de sua criação pouco de observou e menos ainda são as atitudes para informatizá-las no momento. Perfazendo, portanto, o que temos observado, que pouco importa a facilidade para se organizar e tampouco se preocupam em divulgar seus projetos na busca por melhorias dos associados, buscam apenas, apoio político quando a necessidade (eleições) se aproxima.
Ao longo da história, os movimentos sociais foram e continuam a serem as alavancas da mudança social. Geralmente se originam de uma crise nas condições de vida que torna insustentável a existência cotidiana para a maioria das pessoas. São induzidos por uma profunda desconfiança na instituição e políticos que administram a sociedade. A conjuminância de degradação das condições materiais de vida e crise de Legitimidade dos governantes encarregados de conduzir os assuntos públicos leva as pessoas a tomar as coisas em suas próprias mãos, envolvendo-se na ação coletiva fora dos canais institucionais prescritos para defender suas demandas e, no final, mudar os governantes e até as regras que moldam suas vidas. (CASTELLS, 2013, p.127)
O que se extrai, neste momento, é a presença da política, mais precisamente de políticos que se aproveitam destes meios para se insurgir contra a situação, cabendo, portanto, o correto discernimento em que mudança social é decidida conforme nível de percepção que está atrelada a capacidade de absorção daquilo que se houve e aquilo que realmente se quer ouvir, pessoas semi analfabetas, e nesse sentido os movimentos sociais em rede têm provocado grandes mudanças, são facilmente induzidas por estes políticos em comunhão de desígnios com parte da mídia, o que torna ainda mais imperceptível para aqueles desprovidos de um grau mínimo de cultura alfabetizada.
Não possuímos qualquer opinião política, neste momento, ocorre que instiga observar o que se passa por trás dos movimentos sociais isso porque, estão ferindo a liberdade de escolha política em detrimento de poucos, sem qualquer pretensão pessoal e sim coletiva, e esse é o principal problema, vivenciado em nosso sistema. Não tenho pretensão alguma em fugir do tema proposto, apenas trago indagações e reflexões diante daquilo que acabamos de descobrir, essa linha tênue entre movimentos sociais e a política, fazendo um paralelo com a nossa situação atual que diante de uma crise profunda buscamos mecanismos para futuramente nos orgulharmos da nação que pretendemos construir.
O INCONFORMISMO E O DESPERTAR PARA UMA NOVA CONJUNTURA POLÍTICA NA VISÃO DE CRISTÕVAM BUARQUE EM SUA OBRA “REAJA”
A atual situação política dispensa comentários, contudo, a inércia da população frente aos maiores problemas sociais, muitas vezes provocados pelo crescente avanço do capitalismo, sendo aqui sucinto e prolixo, traduz a atual situação do país, diante de um mar de corrupção, improbidades e demais mazelas que nos entristece ao mesmo tempo em que temos a oportunidade de mudar o direcionamento, nos instiga a reagir com tudo o que nos causa indignação.
Lute para que os filhos dos trabalhadores estudem nas mesmas escolas dos filhos dos patrões. E cada um evolua conforme seu talento, vocação e persistência – não pela sorte lotérica da genética e da renda dos pais. (BUARQUE, 2012, p.13)
Fazendo um paralelo com nossa ideia que aborda aos movimentos sociais, entendemos que determinados movimentos reagem e até certo ponto conseguem exitosas vitórias, possuem voz e vez, mais no fundo, e em contrapartida, tem muito a oferecer nas épocas de campanha, uma vez que: “Na política não existe favor, faz-se investimento e na hora certa se tem o retorno”.
Confesso que não simpatizei muito com sua obra acima citada, não somente pelo fato do autor ser um político, mais porque suas atitudes não são tão diferentes as nossas, muito me surpreende certas palavras pronunciadas por um político que possui muito mais condições de mudar alguma coisa em nosso sistema do que nós mesmos. Se nos aconselha tanto a reagir contra a corrupção, contra a desigualdade social, contra o sistema capitalista, contra a política, porque o autor, como Senador nada faz para mudar atual situação do governo? Ou melhor, fez agora no dia 27 de abril do corrente ano, ele e mais 04 Senadores de seu partido, desligaram-se da base aliada do governo, isso, reagiu!
Vejo, enfim, que existe uma saída, reagir contra todas as inúmeras mazelas a começar pela principal delas, “mudar a consciência política brasileira”, e não percebo nos movimentos sociais uma oportunidade de aproximação que fortaleça nossas necessidades, longe disso, percebo um enfraquecimento dessas organizações à medida que aumenta o nível educacional da sociedade aliado aos casos de corrupção que assolam o país e, por consequência maioria dos movimentos apoiam o governo, com isso sofrem grandes rejeições.
OS MOVIMENTOS SOCIAIS COMO FORMA DE POLÍTICA INVENTADA
Não é difícil perceber, após as leituras das obras propostas neste semestre acadêmico, que os movimentos sociais são organizações que possuem o condão de inclusão de determinados segmentos sociais compostas por diversos interesses. Em meu sentir, os movimentos sociais deveriam caminhar sem qualquer sombra política, uma coisa não deve ser cabide de campanha para outra, como os trabalhadores, os grupos de mulheres, os estudantes, os jovens etc. E tantos outros setores aparentemente unidos em busca de seus interesses serão articulados em torno de uma insatisfação comum aliado a um contexto político específico na hora que a política assim fizer.
Em uma humilde e sucinta leitura de artigos a respeito do tema, encontrei dois sociólogos Dough McAdam e Sydney Tarrow que analisam as conexões entre movimentos sociais e eleições na obra “Dinâmica de contenção” Trata os movimentos sociais como uma forma específica de política contenciosa – contenciosa, no sentido de que os movimentos sociais envolvem a elaboração coletiva de reivindicações que, alcançando sucesso, conflitariam com os interesses de outrem; política, no sentido de que governos, de um ou outro tipo, figuram de alguma forma nesse processo, seja como demandantes, alvos das reivindicações, aliados desses alvos, ou monitores da contenda. (McADAM, TARROW e TILLY, 2001).
É evidente que um Sindicato existe porque é eminente a violação de um direito de alguém, sendo assim, um aglomerado de trabalhadores, em sua maioria totalmente desprovidos de um grau mínimo de instrução se filia na busca pela solução de um problema comum, em defesa de interesses imediatos, no entanto, afastam-se ideologicamente no que diz respeito à filiação partidária.
Não obstante essas definições partidárias serem frequentemente ocultadas, elas existem de forma perversa, isso porque desvirtua a política e o modo para qual foram criadas. Neste sentido, os movimentos sociais apresentam duas faces, uma que busca uma utilidade pública, que enfatiza a igualdade e a união, e a outra totalmente oculta, que se manifesta de forma intrínseca mais quando atua em uma sociedade leiga adquire grande força política e sólida base por muitos anos.
É o exemplo do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cícero Dantas, que, embora não tenha sido objeto de estudo de nosso Projeto Integrador, uma vez que abordei o Sindicado dos Trabalhadores Rurais de Euclides da Cunha, fiz um estudo paralelo e, por já conhecer e ter certa afinidade com o Presidente e demais membros, tendo inclusive realizado trabalhos, percebi que é totalmente politizado, seu mentor intelectual é nada mais nada menos que o irmão da Deputada Estadual Fátima Nunes (PT – BA).
Fundado em 1972, inicialmente com cerca de 300 trabalhadores rurais considera-se um movimento inovador e revolucionário a época. Atualmente, com mais de 40 anos de existência, atua, sobretudo na política, apoiando representantes políticos mais “comprometidos” com nossos projetos de mudança social, como candidatos do PT, PCdoB.
Atua diretamente com a CNBB (Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil), MST, CONTAG (Confederação Nacional Dos Trabalhadores Da Agricultura) e diversas outras Associações, Cooperativas e demais movimentos relacionados à agricultura e afins.
No entanto, sempre estão apoiando algum candidato, seja nas eleições Proporcionais (Vereadores, Deputados Estaduais, Deputados Federais) e Majoritárias (Prefeitos, Governadores, Senadores e Presidentes) e até, inclusive Membros dos Conselhos Tutelares neste Município de Cícero Dantas, ou seja, a política está enraizada totalmente, e caso não fosse essa força, não existiria este Sindicato.
Entendo que algumas organizações sociais tendem a perder sua autonomia, uma vez que de alguma forma ou de outra estão sempre filiados a algum partido e sua saída podem acarretar inúmeros prejuízos aos seus filiados, também vejo como difícil à desvinculação partidária de suas organizações.
A LINHA TÊNUE ENTRE A IGREJA COMO FORMA DE MOVIMENTO SOCIAL E A POLÍTICA EM CÍCERO DANTAS-BA
É latente que A MAIORIA ESMAGADORA dos movimentos sociais possui um cunho político, digo a maioria porque alguma delas, ainda não as conhece, na realidade conheço muito pouco, contudo, imaginava que não participava desta corrente a classe religiosa denominada “Evangélica”, digo não imaginava ver uma relação entre elas, contudo, em Cícero Dantas, no último dia 25 de Agosto do corrente ano, foi publicada a lei nº 262/2015 que institui o “dia do Evangélico”.
Pasmem senhores leitores! Isso aconteceu em pleno estado laico.
Instigado, fui pesquisar e constatei que esse projeto de lei foi proposto pela bancada Evangélica da Câmara Municipal, mais precisamente por um vereador que é Evangélico, daí percebi que nem essa classe social está fora da política, uma vez que, certamente atraiu olhares de um público que antes não era percebido, conquistou votos, conseguiu instituir um feriado que boa parte da sociedade cícero-dantense agradece não que seja um povo preguiçoso, mais um feriadinho é sempre bom, e com isso há uma forma de política camuflada, oculta e perceptível somente aos nossos olhares, que, a partir de agora vejo outro mundo, ou melhor, consigo visualizar determinados interesses que talvez, de alguma outra forma jamais fosse possuir.
O “CARINHO” COM QUE O ATUAL GOVERNO TRATA DETERMINADOS MOVIMENTOS SOCIAIS
Porque, em ano de crise, o Governo acelerou repasses as entidades sindicais, somente de Janeiro a Abril, cerca de 166 Milhões de reais?
Embora não seja suspeito, fizemos uma singela pesquisa e trago algumas organizações sociais que recebem incentivos do governo, mais precisamente da Petrobras, somente para clarificar ainda mais as descobertas do presente estudo dentre as principais encontradas, destacamos:
MOVIMENTOS SOCIAIS QUE MAIS RECEBEM INCENTIVOS DO GOVERNO
Segundo o site http://spotniks.com/ O sindicato consta na lista de patrocínios do BNDES, com o valor de R$ 100 mil, mas no sistema do Ministério da Cultura, existe um patrocínio no mesmo valor em nome da Petrobras. Além do patrocínio público, o Sindicato recebeu mais R$ 161.300,00 da Petroquímica União S.A., atualmente controlada pela Braskem, empresa do conglomerado Odebrecht, e mais R$ 32.281,66 da Companhia Brasileira de Cartuchos, que atua sob o sistema de economia mista (contrato 074992).
Segundo o Site a manifestação teve apoio do MST e da CUT, movimentos que também constam na folha de patrocínios das estatais. Segundo apontam os documentos públicos, o BNDES patrocinou a marcha deste ano com R$ 400.000,00. Em 2011, a Petrobras cedeu também R$ 200.000,00 para a Marcha (contrato 4600356109)
Assim como a CUT, a UNE recebe poupudos patrocínios estatais – só pela Lei Rouanet (parte 1 e parte 2) já captou R$ 11.351.662,40, grande parte através do Fundo Nacional da Cultura ou de repasses do Tesouro. O BNDES (2007 e 2009) e a Petrobras (contratos 4600328715, 4600346795 e 4600323752 e projetos 067426 e 045612) são seus principais financiadores – juntos, desde 2007, já repassaram 910 mil para a entidade.
Em 2013, a Petrobras (contrato 4600426602) realizou um patrocínio ao Cunhã Coletivo Feminista no valor R$ 1,4 milhão.
Conforme publicado no site acima citado só no ano passado, o BNDES e a Petrobras (contrato 4600428133) destinaram R$ 1.199.000,00 para a Associação Brasil Popular (Abrapo) apresentar a Mostra Nacional de Cultura e Produção Camponesa, que o ocorreu durante o 6º Congresso Nacional do MST. O evento ainda contou com um repasse de R$ 448 milhão INCRA para montar sua estrutura e mais um patrocínio da Caixa Econômica Federal no valor de R$ 200 mil.
A Central Única dos Trabalhadores, a CUT, é campeã em receber repasses de estatais. Só do BNDES e da Petrobras foram R$ 2,3 milhões desde 2007. Destes, R$ 496 mil foram captados através da Lei Rouanet, pagos integralmente pela Petrobras. O restante ficou dividido entre R$ 150 mil do BNDES em 2010 para o “1º de Maio Latino Americano da CUT” – que contou com a presença do ex-presidente Lula – e outros R$ 1,7 milhões em patrocínios diversos da Petrobras desde 2011.
Não é atoa que estas organizações rotineiramente manifestam apoio ao governo, há interesses escusos que, caso persista o Impeachment da Presidente do Brasil, literalmente a casa vai cair para muita gente que utiliza dinheiro público para diversas finalidades, exceto o bem social.
Importante frisar que tais repasses estão sendo objeto de ADIN perante o STF, isso porque existe uma lei que autoriza o Governo a efetuar estes e outros repasses.
Segundo site estadão.com/politica desde 2008, as entidades sindicais já receberam mais de um bilhão de reais. E quando de fala em vultosas quantias logo vem à tona o mau caráter do gestor, aliado a corrupção que tanto nos envergonha. Neste sentido, diante dos inúmeros repasses um dos maiores articuladores dos movimentos sociais o conhecido “Paulinho da força sindical” Deputado Federal pelo Estado de São Paulo, atual presidente da força sindical, está envolvido em escândalos de corrupção, tendo inclusive sido condenado pela prática de improbidade administrativa conforme se depreende do processo nº 00046298220024036125 1 Vr OURINHOS/SP, na qual transcrevemos a emenda:
LIMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. FAZENDA CERES. ASSENTAMENTO DE TRABALHADORES RURAIS. PROGRAMA DO BANCO DA TERRA. AGRAVO RETIDO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO ESPÓLIO. IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. LAUDO PERICIAL. PROVA TÉCNICA. PERITO JUDICIAL COMO ÓRGÃO AUXILIAR DO JUÍZO. DEPOIMENTOS PESSOAIS E PROVA TESTEMUNHAL. FARTA PROVA DOCUMENTAL. COMPROVAÇÃO DA PRÁTICA DOS ATOS DE IMPROBIDADE DOS ARTIGOS 9º, 10 E 11 DA LEI Nº 8.429/92. RESPONSABILIDADE PESSOAL DE CADA RÉU. ARTIGO 12 DA LEI Nº 8.429/92. RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE NA APLICAÇÃO DAS PENAS. MULTA CIVIL. SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS. GRAVIDADE DO ATO E EXTENSÃO DO DANO.
Ademais, segundo o site estadão.com, no último dia 08-11-15 o STF aceitou denuncia oferecida pelo MPF contra o citado Deputado Paulo Pereira da Silva “Paulinho da Força Sindical”. O Deputado é acusado de fazer parte de um esquema de corrupção que desviava recursos do BNDES. A PGR pede a condenação do parlamentar por ter cometido crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
POSICIONAMENTO DO STF ACERCA DA LEI QUE AUTORIZA OS REPASSES AS ENTIDADES SOCIAIS.
Tramita no STF uma ADIN que questiona os repasses do governo, em forma de dinheiro, para as entidades sindicais, ocorre que, até o presente momento, o resultado está empatado.
Segundo informa o site senado.gov.br, o Supremo Tribunal Federal (STF) julga desde 2009 a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4.067, em que o DEM questiona o repasse de 10% do imposto sindical às centrais sindicais, como passou a ser feito a partir de 2008. Por enquanto, o placar é de três ministros do STF contra o repasse (Joaquim Barbosa, Cezar Peluso e Ricardo Lewandowski) e três a favor (Marco Aurélio Mello, Cármen Lúcia e Eros Grau - esses dois ainda não haviam se aposentado).
Aguardamos o deslinde deste impasse principalmente sob a ótima moral diante da eminência da sangria do dinheiro público mais uma vez escoando pelo ralo em detrimento de poucos beneficiados, estando o país necessitando de uma profunda reformulação de consciência.
IMPLICAÇÕES FINAIS
Diante do que abordamos neste humilde estudo, verifica-se que não é a intenção chegar a qualquer resposta acerca do deslinde que acabamos de instigar, tampouco limitar os entendimentos contrários acerca da problemática acima referenciada, principalmente porque a base de estudo ficou muito pouco restrita e carente neste momento, isto porque tomamos um viés imprevisível mais pertinente em face da atual situação política pela qual passa nosso país.
De todo o que se extrai, em que pese a tamanha importância que possui todas as formas de movimentos sociais, e aqui não me oponho contra qualquer delas, mais de forma objetiva é que sempre estão em apoio a algum político ou partido em todos os níveis, seja Municipal, Estadual, ou Federal, exemplo disso é o Deputado Federal Paulinho da Força Sindical.
Por incrível que pareça, até para conselheiro tutelar, ou qualquer outra forma que seja possível angariar votos, está presente algum movimento social, seja sindicato ou não, e sempre possui uma força considerável que, dificilmente é um filiado, contudo, adquire ainda assim uma expressiva votação.
Não questiono a importância dos movimentos sociais, afinal de contas Karl Marx já defendia que mudanças na sociedade ocorrem a partir da ebulição dos movimentos sociais, reconhecemos sua influência no cenário nacional e sua extrema contribuição evolutiva, critico apenas sua interferência política, aproveitadores camuflados se infiltram desde o nascimento, os movimentos devem se voltar para os anseios dos filiados, de um modo geral, a qual pertence e não angariar votos para as eleições como forma de agradecimento ou hipocritamente sob a justificativa de que “apoiamos o Deputado que está de acordo com os nossos projetos” pura falácia.
Outro ponto que merece destaque é quando percebemos pessoas defendendo fulano ou sicrano do sindicato porque o mesmo o “aposentou”, absurdo isso, em uma população extremamente leiga, culturalmente e politicamente, usar esse artifício deveria ser um crime. Aproveitar-se da fragilidade do pobre trabalhador rural que almeja um salário mínimo, embora tenha esse direito, ser utilizado como massa de manobra política, é inaceitável. Contudo, se o Sindicato liberta-se da política, em regra se choca com os interesses do governo, jamais vai conseguir verbas para algum programa, em tese em benefício dos seus associados.
O Sindicato deve representar a força do trabalhador ou associado legitimamente organizado na defesa de seus direitos, ou ao menos, na busca deles mais a realidade é outra, existe uma linha tênue entre os movimentos e a política, e, principalmente os interesses destes últimos sobrepõe ao primeiro.
REFERÊNCIAS
BUARQUE, Cristovam. Reaja. Rio de Janeiro: Garamond, 2012
CASTELLS, Manuel. Rede de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
MCADAM, Doug; Tarrow, Sidney & Tilly, Charles. 2001. Dynamics of contention.
Cambridge: Cambridge University Press.
Consultas à internet:
<http://biruelsociologia.blogspot.com.br> Acessado em 10 de nov. 2015
<http://spotniks.com/estes-7-movimentos-sociais-apoiam-o-governo-e-receberam-estes-repasses-do-bndes-e-da-petrobras/> Acessado em 05 de nov. 2015
<http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,em-ano-de-crise--governo-acelera-repasses-as-centrais-sindicais,1729524> Acessado em 10 de nov. 2015.
<http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,paulinho-da-forca-vira-reu-no-stf-acusado-de-desviar-dinheiro-do-bndes,1758516> Acessado em 10 de nov. 2015.
<http://www12.senado.gov.br/jornal/edicoes/2012/03/05/placar-empatado-em-julgamento-do-stf-sobre-repasse> Acessado em 10 de nov. 2015
Acadêmica.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: SOLANIELE CALDAS VARJãO, . Movimentos sociais: uma forma disfarçada de se fazer política Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 24 maio 2016, 04:15. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/46724/movimentos-sociais-uma-forma-disfarcada-de-se-fazer-politica. Acesso em: 23 dez 2024.
Por: SABRINA GONÇALVES RODRIGUES
Por: DANIELA ALAÍNE SILVA NOGUEIRA
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