ANDRÉ DE PAULA VIANA
(Orientador)
RESUMO: Este artigo trará pesquisas e conceitos relevantes do tema aborto. Nos primeiros tópicos verificaremos o que a ciência diz a respeito, os meios para a sua causa, os métodos utilizados para sua concretização, as consequências para o feto e para a mãe.. Em seguida analisaremos o que a lei Brasileira dispõe sobre o assunto, e em quais casos é permitido abortar. E no final a visão da Ética Cristã, iremos encontrar passagens da Bíblia mostrando como a vida é um dom de Deus, o porque dela ser tão importante, e o porque do ser humano, não ter o poder de decisão se o bebe merece ou não viver !
Palavras-chave: Aborto. Métodos de abortos. Consequências causadas. Visão da ciência. Visão da ética Cristã.
ABSTRACT: This article will bring research and concepts relevant to abortion. In the first topics we will check what science says about it, the means for its cause, the methods used to achieve it, the consequences for the fetus and for the mother. Next we will analyze what Brazilian law has on the subject, and in which cases abortion is allowed. And in the end the vision of Christian Ethics, we will find passages from the Bible showing how life is a gift from God, why it is so important, and why man does not have the power to decide whether or not the baby deserves it to live !
Keywords: Abortion. Methods of abortion. Consequences caused. Vision of science. Vision of Christian ethics.
SUMARIO: INTRODUÇÃO. 1- O QUE É O ABORTO. 1.1- ABORTO ESPONTANEO. 1.2- ABORTO PROVOCADO. 2- ESTASTISTICAS SOBRE O ABORTO. 3- METODOS DE ABORTO. 3.1- ASPIRAÇÃO OU SUCÇÃO. 3.2- CURETAGEM. 3.3- PROSTAGLANDINA. 3.4- SOLUÇÃO SALINA. 3.5- NASCIMENTO PARCIAL. 3.6- PILULA RU-486. 3.7- POR ‘’D & X ÁS 32º SEMANAS. 3.8- DIU. 4- EFEITOS COLATERAIS DOS CHAS ABORTIVOS. 5- COMPLICAÇÕES TARDIAS DO ABORTO. 6- CONSEQUÊNCIAS SOBRE A CRIANÇA NÃO NASCIDA. 7- CONSEQUÊNCIAS PISICOLÓGICAS. 8- O ABORTO NO CONTEXTO LEGAL. 9- O ABORTO SEGUNDO A ETICA CRISTA. 9.1- CONCEITO BIBLICO DO ABORTO. 9.2- QUANDO A VIDA COMEÇA. 10- O ABORTO EM CASO DE ESTUPRO. 11- O ABORTO EM CASO DE DEFICIÊNCIA. 12- O ABORTO EM CASO DE RISCO A VIDA DA MÃE. 13- O FETO EM SEU COMEÇO É UMA PESSOA. CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS.
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa visa explanar a temática de maneira restrita, aplicando o aborto na ótica cristã. Visando o melhor conteúdo para exemplificar o assunto de maneira mais clara, é necessário que haja uma elucubração firmada no livro dos livros, a palavra de Deus, também conhecida popularmente como bíblia sagrada.
Para tanto, sabemos que o formato do direito, se deriva da bíblia sagrada, anteriormente conhecido como direito canônico, por esse e muitos outros motivos sociais, éticos e morais que são examinados os preceitos de Deus.
1. O QUE É O ABORTO?
O aborto é a morte de uma criança no ventre de sua mãe, produzida durante qualquer momento da etapa, que vai desde a fecundação (união do óvulo com o espermatozoide) até o momento prévio ao nascimento.
No entanto, há 2 tipos de aborto a saber:
1.1 ABORTO ESPONTANEO
Ocorre sem qualquer intervenção externa, sendo ocasionado por diversos fatores, entre os quais a baixa vitalidade do espermatozoide (causa paterna), afecções na placenta (causa materna), e a morte do feto por infecções sanguíneas (causa fetal), ou seja, sem desejo ou previsão da mãe e;
1.2 ABORTO PROVOCADO
Neste caso, temos o terapêutico e o criminoso. O primeiro, é recomendado pelos médicos quando a mãe corre risco de vida, e o segundo, dá-se quando se interrompe a gravidez por motivos egoístas e fúteis, ou seja , quando a morte do feto é procurada.
2. ESTATISTICAS SOBRE O ABORTO
As estatísticas sobre aborto no Brasil, e receio que no mundo inteiro, são controversas e certamente impossíveis de precisar, até mesmo pelo fato de que nem toda mulher que aborta o faz pelas vias legais ou mediante acompanhamento médico. Há quem especule, que o número de abortos praticado no Brasil, varie entre um milhão a um milhão e meio por ano. Geralmente esses números mais elevados são apresentados pelos defensores da descriminalização do aborto (Pró-escolha). Os que são contrários ao aborto e favoráveis à proteção da criança desde a concepção (Pró-vida), geralmente apresentam números bem mais modestos que andam ali pela média dos cem mil abortos anuais. Seja como for, é um número altíssimo de inocentes, tendo seu direito de viver negado por suas próprias mães!
3.METODOS DE ABORTO
A Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira, em uma matéria publicada no site Aleteia em março de 2014, elencou com louvor alguns dos métodos de aborto provocados conhecidos, explicitando seu procedimento e meios, embora sendo os mesmos realizados de maneira cruel, explicitando também seus efeitos colaterais gerados nas gestantes.
3.1 ASPIRAÇÃO OU SUCÇÃO
Aplica-se no útero uma espécie de tubo vazado com uma ponta afiada . Um forte poder sucção espedaça o pequeno corpo do bebê que ali esta sendo gerado, assim como a placenta e absorve ambos. O abortista introduz logo uma pinça para extrair o crânio, que costuma não sair pelo tubo de sucção. Algumas vezes as partes mais pequenas do corpo do bebê podem ser identificadas. Quase 95% dos abortos nos países desenvolvidos são realizados desta forma.
Neste método, há grandes consequências que podem ser geradas, como:
- insuficiência do colo uterino, favorecendo abortos sucessivos no primeiro e no segundo trimestre (10% das pacientes);
- partos prematuros, na 20ª ou 30ª semana de gestação.
3.2 CURETAGEM
Neste método, é utilizada uma cureta ou faca, proveniente de uma colher afiada na ponta que extraem aos pedaços, o feto e a placenta. A princípio, a curetagem e a aspiração são realizadas no máximo até 12 semanas (2 meses e meio) de gestação.
A cureta é empregada para desmembrar o bebê, tirando-se logo em pedaços com ajuda do fórceps. Este método está se tornando o mais usual.
Ao fazer esse tipo de aborto, a mãe poderá acarretar vários tipos de problemas para a sua saúde, tais como:
- infecção e obstrução das trompas, provocando esterilidade;
- intervenção para estancar a hemorragia produzida;
- perigo de lesão no intestino, na bexiga ou nas trompas;
- a artéria do útero, nesses casos, frequentemente, é atingida, criando a necessidade de histerectomia (extirpação do útero), se não for possível estancar a hemorragia.
3.3 PROSTAGLANDINA
É o uso de fármaco por via oral ou intravaginal e provoca o aborto ou trabalho de parto, independente do tempo da gestação. Esta droga provoca um parto prematuro durante qualquer etapa da gravidez. É usado para levar a cabo o aborto à metade da gravidez e nas últimas etapas deste. Sua principal "complicação" é que o bebê às vezes sai vivo. Também pode causar graves danos à mãe. Recentemente as prostaglandinas foram usadas com a RU- 486 para aumentar a "eficácia" destas.
3.4 SOLUÇÃO SALINA
Utilizada a partir da 16ª semana de gestação, pela injeção de solução salina concentrada, para dentro do saco amniótico através de longa agulha. O feto aspira e engole este líquido que o envenena; ele se debate, às vezes apresenta convulsões em lenta agonia; nasce com queimaduras pelo sal concentrado que chega a tirar toda sua pele. Apesar disso pode nascer vivo.
Podemos também analisar varias outras complicações muito sérias causadas por esse método:
- retenção da placenta e hemorragia (50% necessitam de curetagem).
-As mesmas complicações que uma curetagem pode produzir, com o agravante de uma possível perfuração do útero e da formação de aderências;
- infecção e endometrite (inflamação da mucosa do útero);
- coagulopatia e hemorragia abundante;
- intoxicação por retenção de água; efeitos secundários do soro salino e da pituita que podem causar falhas de funcionamento do coração e morte;
- possibilidade de gravidez mais avançada do que a informada pela mãe e, na ausência de um exame sério, poderia abortar uma criança de 2 quilos ou 2 quilos e meio. Esse tipo de aborto apresenta um perigo dez vezes superior à curetagem. A mortalidade vai de 4 a 22 por mil.
3.5 NASCIMENTO PARCIAL
Técnica usada após o 5º mês de gestação. Realiza-se o parto normal pélvico tracionando o bebê pelos membros inferiores. Ao surgir o pescoço, o médico atravessa um orifício da nuca e esvazia o cérebro, matando-o. Para concluir, só falta retirar a cabeça diminuída de volume. Nos Estados Unidos da América, a motivação deste método é de ordem legal, onde se ao nascimento, o recém-nascido esboçar o menor sinal de vida, é considerado pessoa diante da lei e deve ser protegido.”
Ainda sobre métodos abortivos, uma pesquisa liderada pelo médico Emilio Jesús Alegre del Rey, abre um conhecimento acerca da chamada pílula do dia seguinte (pílula ru-486), dos abortos de nascimento parcial (D&X) , e do dispositivo intrauterino (DIU).
3.6 PILULA RU-486
Trata-se de uma pílula abortiva, empregada conjuntamente com uma prostaglandina, que é eficiente se for empregada entre a primeira e a terceira semana depois de faltar a primeira menstruação da mãe. Por este motivo é conhecida como a "pílula do dia seguinte". Age matando de fome o diminuto bebê, privando de um elemento vital, o hormônio progesterona. O aborto é produzido depois de vários dias de dolorosas contrações.
3.7 POR "D & X" ÁS 32º SEMANAS
Este é o método mais espantoso de todos, também é conhecido como nascimento parcial. Costuma ser feito quando o bebê se encontra já muito próximo de seu nascimento. Depois de ter dilatado o colo uterino durante três dias e guiando-se por ecografia, o abortista introduz algumas pinças e agarra com elas uma perninha, depois a outra, seguida do corpo, até chegar aos ombros e braços do bebê. Assim, extrai-se parcialmente o corpo do bebê, como se este fosse nascer, salvo que deixa-se a cabeça dentro do útero. Como a cabeça é grande demais para ser extraída intacta, o abortista, enterra algumas tesouras na base do crânio do bebê que está vivo, e as abre para ampliar o orifício. Então, insere um cateter e extrai o cérebro mediante sucção.
Este procedimento faz com que o bebê morra e que sua cabeça se desabe. Em seguida extrai-se a criatura e lhe é cortada a placenta.
3.8 DIU
Por suas características anatômicas, advertem que o DIU não é um dispositivo de barreira, quer dizer, não impede a livre circulação dos espermatozóides até encontrar-se com o óvulo. Sua função, na realidade, é, como agente exógeno ao organismo feminino, produzir irritação e inflamação nas paredes internas do útero (endométrio), o que lhe torna propenso a contrair uma série de infecções muito delicadas e que impossibilitam que o óvulo fecundado pelo espermatozoide (ovo) possa nidar-se ou implantar-se nessa parede. Isto leva ao desprendimento e que provoque um sangramento intermenstrual no qual é expulso. Ou seja, ocorre um aborto.
Os estudos clínicos com o DIU portadores de cobre indicam que a fecundação se altera, quer seja porque varia o número de espermatozoides ou pela falta de viabilidade destes. Os DIU não inibem a ovulação (produção e liberação de um óvulo dos ovários). O Para Gard nem sempre evita a produção de gravidez ectópica (a gravidez fora do útero, chamado às vezes gravidez tubária). A gravidez ectópica, pode requerer cirurgia e deixar a mulher incapacitada de ter filhos, em alguns casos pode causa a morte".
4.EFEITOS COLATERAIS DOS CHÁS ABORTIVOS
Os chás abortivos usados por mulheres que estão grávidas, podem trazer diversos efeitos colaterais. O maior perigo de fazer o uso de chás abortivos, além de não ocasionar a expulsão do feto, é resultar na má formação do bebê. Além disso, a mulher pode sofrer dificuldades de amamentar.
Tomar chás abortivos, também podem intoxicar a mulher, que deve buscar atendimento médico urgente. O aborto, nesses casos, pode não acontecer e ainda o feto sofrer os efeitos tóxicos dessas infusões, causando efeitos colaterais como má formação, nascimento fora do peso, parto pré-maturo, entre outras complicações indesejáveis.
Outro efeito colateral, que normalmente, esses chás abortivos causam, é a elevação da pressão nas artérias. Com isso o útero pode sofrer contrações que expulsam o feto. Porém, tais contrações podem ser insuficientes e não provocar o aborto, mas fazer mal ao feto e a gestante, como fortes dores uterinas.
Mais um efeito colateral, muito perigoso, é que eles podem causar hemorragia. Tais hemorragias podem requerer atendimento médico emergencial à mulher e pode, inclusive, levar a gestante à morte por sangramento intenso.
A Associação Nacional Provida e Pró-Família, publicou um estudo acerca das complicações e consequências imediatas causadas pelo aborto.
A - Insuficiência ou incapacidade do colo uterino.
B - Aumento da taxa de nascimentos por cesariana (para permitir que o bebê consiga viver mesmo que prematuro).
C- Danos causados às trompas por possível infecção pós-aborto, causando infertilidade (em 18 % das pacientes). Maior número de complicações em mulheres grávidas que anteriormente provocaram aborto (67,5% entre as que abortaram e 13,4 entre as que não abortaram).
Dentre todas as complicações, a mais grave é a hemorragia, que transforma a nova gravidez em gravidez de alto risco.
D- O aborto pode provocar complicações placentárias novas (placenta prévia), tornando necessária uma cesariana, para salvar a vida da mãe e da criança.
E- O aborto criou novas enfermidades: síndrome de ASHERMAN e complicações tardias, que poderão provocar necessidade de cesariana ou de histerectomia.
F - Isoimunização em pacientes Rh negativo. Aumento, consequentemente, do número de gravidez de alto risco.
G - Partos complicados. Aumento do percentual de abortos espontâneos nas pacientes que já abortaram.
- dores intensas (o feto é sensível à dor);
- morte violenta;
- aborto de crianças vivas que se deixam morrer.
- abortos de repetição no primeiro e no segundo trimestre de gravidez;
- nascimento prematuro, os que sobrevivem com frequência são excepcionais (paralisia cerebral, disfunções neurológicas etc.).
- parto difícil, contrações prolongadas;
- Gravidez ectópica (fora do lugar) nas trompas, podendo ser fatal para a mãe
- malformações congênitas provocadas por uma placenta imperfeita;
- morte perinatal por prematuridade extra-uterina (50% morrem no primeiro mês de gravidez);
- queda na autoestima pessoal pela destruição do próprio filho;
- frigidez (perda do desejo sexual);
- culpabilidade ou frustração de seu instinto materno;
- desordens nervosas, insônia, neuroses diversas;
- doenças psicossomáticas;
- depressões;
O período da menopausa é um período crucial para a mulher que provocou aborto.
- atraso mental por causa de uma malformação durante a gravidez, ou nascimento prematuro.
8.O ABORTO NO CONTEXTO LEGAL
O código de Hamurabi (1810-1750 a.C.) condenava o aborto. No código de Napoleão (1769-1821) era crime hediondo. No Código Criminal do Império no Brasil (1830) era proibido. Hoje, a Legislação brasileira permite apenas nos casos de risco de morte à mulher, estupro e anencefalia. Nos demais casos o aborto ainda é crime (Artigo 124 do Código Penal). No entanto, no Congresso Nacional, Projetos de Lei tramitam com a proposta de Legalizá-lo em qualquer caso.
Métodos abortivos datam do século XXVIII a.C., tendo sido descoberto na China (uso do mercúrio para induzir o aborto). Num comparativo entre a Bíblia e o Código de Hamurabi, encontramos uma preocupação menos com o aborto propriamente dito e muito mais com o ressarcimento ou compensação do dano causado. No mundo grego, Aristóteles e Platão, pregavam a utilização do aborto como forma de controle populacional. Enquanto Sócrates também o admitia, porém sem qualquer outra justificativa, que não a de dar a gestante a liberdade de escolha.
O Código Civil Brasileiro, em seu artigo 4º, defende os direitos do nascituro, não apenas após a nidação ou implantação, mas “desde a concepção”. “A personalidade civil do homem começa do nascimento com a vida; mas a lei põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro”.
O Código Penal, instituído pelo Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, inclui a prática de aborto na parte especial, título I (crimes contra a pessoa), capítulo I (crimes contra a vida):
“Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência”
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
9. O ABORTO SEGUNDO A ETICA CRISTÃ
Agora iremos abordar o tema (aborto), segundo a ética cristã, de acordo com a interpretação de Francisco Barbosa:
O tema do aborto implica agressão à dignidade humana e a inviolabilidade do direito à vida. Em nossos dias, muitos segmentos da sociedade se mostram favoráveis ou simpatizantes à prática do aborto.
Acerca do assunto, a Bíblia assegura que Deus é o autor e a fonte da vida (Genesis 2.7; Jó 12.10), e somente Ele tem poder sobre a vida e a morte (1Samuel 2.6).
O aborto é um assassinato, um crime suavemente aceito pela sociedade pós-moderna.
A vida de um ser humano no útero, é digna de todo o esforço necessário para permitir um processo de concepção completo.
9.1CONCEITO BIBLICO DO ABORTO
Na lei mosaica, provocar a interrupção da gravidez de uma mulher era tratado como ato criminoso (Êxodo 21.22-23). No sexto mandamento, o homem foi proibido de matar (Êxodo 20.13), que significa literalmente "não assassinar". Os intérpretes do Decálogo, concordam que o aborto está incluso neste mandamento.
Assim, quem mata o embrião, ou o feto, peca contra Deus e contra o próximo. (Lição Biblica, Casa Publicadora das Assembleias de Deus-CPAD, 2º Trimestre, an 2018, Lição 4, de 22 Abril de 2018)
A ciência nos diz que a vida humana começa no momento da concepção. A partir do momento em que ocorre a fecundação, a composição genética da criança já está completa. O gênero já foi determinado, juntamente com sua altura e cor do cabelo, dos olhos e da pele. A única coisa que o embrião precisa para se tornar um ser de pleno funcionamento é o tempo de crescer e se desenvolver.
Mais importante, Deus nos revela em Sua Palavra que não só a vida começa no momento da concepção, mas que Ele sabe quem somos até mesmo antes disso (Jeremias 1:5). O rei Davi disse isso sobre o papel de Deus na nossa concepção: "Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda" (Salmos 139:13,16).
9.2 QUANDO A VIDA HUMANA COMEÇA?
A ciência responde claramente essa questão ao dizer que a vida humana começa na concepção. Mas esta resposta ainda não é capaz de convencer muita gente, inclusive pesquisadores, que continuam usando argumentos do tipo “aglomerado de células” para justificar que, dependendo do estágio da gravidez, o aborto deveria ser permitido.
A princípio, o termo “aglomerado de células” parece sugerir que o embrião não tem vida própria, não tem controle próprio e autonomia, não tem viabilidade, agindo como um “parasita” que não sobreviveria fora do útero.
Um estudo feito por Shahbazi e cols (2016), que foi publicado em uma das revistas científicas mais renomadas do mundo (grupo Nature), demonstrou que esse argumento é totalmente errôneo. Neste estudo, os pesquisadores utilizaram um aparato experimental que permitiu avaliar o desenvolvimento de embriões humanos, incluindo a transição da fase pré para a fase pós-implantação, sem utilizar qualquer tecido materno.
Para entender os processos que ocorrem antes e após a implantação do embrião no útero materno, os pesquisadores colocaram os embriões humanos em incubadoras contendo apenas nutrientes necessários para o seu desenvolvimento. Com uma série de experimentos, eles demonstraram que o embrião possui uma capacidade de organização autônoma, independente da presença do útero materno, que nunca tinha sido demonstrada antes pela ciência. Estas células se organizam e se desenvolvem de forma autônoma, mesmo não estando no útero e mesmo não passando pelo processo de implantação.
A Bíblia ensina que a vida começa na concepção. As Escrituras nos revela que, não só a vida começa na concepção, mas que Deus sabe quem somos até mesmo antes disso (Jeremias 1.5). Davi descreve poeticamente: "Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda" (Salmos 139.13,16).
“Sabe quais as diferenças entre um óvulo fecundado e um bebê? O tempo de vida, o tamanho e a forma, o desenvolvimento e o tipo de nutrição
Thiago Rosas, trás um estudo esclarecendo os TIPOS DE ABORTOS E SUAS IMPLICAÇÕES ÉTICAS:
O ponto mais questionado nesse caso é o posicionamento dos cristãos acerca da gravidez resultante de um estupro. Uma relação sexual forçada é algo que nenhuma mulher jamais deveria ter que passar. Mulheres que foram vitimas desse tipo de abuso devem ser amparadas, cuidadas e amadas.
Mas quando a ética cristã se opõe ao aborto de uma gravidez nessa situação, ela não está menosprezando a vida da mulher, muito pelo contrário. Há muitos e muitos casos de mulheres que abortam uma gestação que foi fruto de um abuso, e depois não conseguem se perdoar.
Além disso, matar o embrião ou feto não apagará definitivamente o que de fato aconteceu. Na verdade essa atitude pune o filho do agressor com a pena de morte, e não o agressor.
Em casos de feto com deficiência, admitir o aborto também é ignorar e afrontar a soberania divina. Uma pessoa deficiente não significa uma criação que saiu do controle de Deus. Certa vez Moisés escutou do Senhor: “Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor?” (Êxodo 4:11).
Por mais que seja uma experiência custosa, a maioria esmagadora dos pais de filhos deficientes jamais concordará que deveriam ter praticado o abordo durante a gestação. Além disso, frequentemente temos notícias de crianças que foram desenganadas durante a gestação, e que ao nascerem desafiaram todos os prognósticos médicos.
Contudo, a situação mais complicada é aquela em que a gestação oferece sérios riscos à vida da mãe, chegando ao ponto de alguém ter que basicamente decidir por uma vida ou outra. Percentualmente esse tipo de situação é a menor entre todas as outras. A maioria dos abortos ocorre não por risco à vida da mãe, mas por risco à vida profissional, social ou estética dessa ex-futura mãe.
Mas em casos em que realmente a vida da mãe está em risco, as pessoas envolvidas devem analisar a situação com sabedoria. Elas devem orar a Deus, confiantes de que Ele tem o controle de tudo em suas mãos. Elas devem saber que nenhum fio de cabelo de suas cabeças se perde sem o consentimento do Senhor (Lucas 21:18; cf. 12:7). Por mais que não entendamos a providência divina, o final de todas as coisas é a glória de Deus.
Em casos assim, muitos médicos optam por provocar o nascimento da criança, ainda que seja um nascimento muito prematuro. Consequentemente, eles procuram oferecer todos os recursos necessários para tentar garantir sua sobrevivência. Por vezes, mesmo diante das mínimas chances, algumas crianças sobrevivem a tais condições tão adversas de parto.
Aos defensores do Aborto, a grosso modo, parece-lhes que se uma mulher estiver em perigo de vida, por causa da gravidez, é lícito matar o bebê e ponto final. Deus tem dado à humanidade a capacidade de avançar tecnologicamente, e hoje, os extraordinários recursos de que dispõe a Medicina oferecem meios para prosseguir na luta em busca do fim almejado, isto é, a salvação do binômio mãe-filho. É lógico que não podemos ser irracionais e engessados, cada caso é um caso, mas em geral, a luta deve ser pela manutenção da vida, sempre, diz Francisco Barbosa.
Entendemos que a alma e o espírito são colocados por Deus no embrião, com a concepção.
É oportuno dizer aqui que a vida humana, do seu início ao fim, está em grande parte encoberta por um véu de mistério que só o próprio Criador e Sustentador conhece. “Peso da Palavra do Senhor sobre Israel. Fala o Senhor, o que estende o céu, e que funda a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele” (Zacarias 12.1);
E mais, “Porque para sempre não contenderei, nem continuamente me indignarei; porque o espírito perante mim se enfraqueceria, e as almas que eu fiz” (Isaías 57.16).
Ao que tudo indica, Maria, a mãe de Jesus, já o tinha no ventre há um mês (quatro semanas), quando foi visitar Isabel, sua prima. Esta já estava com seis meses de grávida de João Batista (Lucas 1.36), tendo, nela, um feto de vinte e quatro semanas.
A Bíblia nos mostra que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, “a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo” (Lucas 1.41).
No ventre de Maria, não estava “uma coisa”, mas o Salvador do Mundo; no ventre de Isabel não estava um ser desprovido de alma, mas uma “criancinha” que pulou de alegria ao ouvir a bendita saudação. O Espírito Santo agiu ali através de uma “criancinha” ainda em formação (v.41).
Mesmo sem ser uma pessoa completa, não é subumano. É uma pessoa em formação, em potencial. Da primeira à oitava semana (2 meses), completam-se todos os órgãos, apresentando inclusive as impressões digitais.
Aos três meses, no útero, o bebê já está formado esperando crescer para vir à luz. Mesmo como ovo, ou feto, desde a concepção, cremos que o bebê não só tem vida, mas possui alma e espírito dentro dele (ver Zacarias 12.1b).
O aborto é conhecido também como feiticídio, definido por Houais como o ‘crime no qual, através do aborto provocado, ocorre a morte do feto que se presume com a vida’.
Se nos dermos ao trabalho de examinar a etimologia do vocábulo ‘feto’, constataremos que o aborto é um crime não somente hediondo, mas tremendamente covarde. No latim, a palavra fetus significa pequenino.
O Dicionário Latino-Português de F. R. dos Santos Saraiva define a palavra simplesmente como filho no ventre.
O teólogo americano Willian Lane Craig aprofunda-se no significado do termo: ‘Assim, como eu digo, parece virtualmente inegável que o feto – que é apenas a palavra Latina referente a ‘pequenino’ – é um ser humano nos primeiros estágios do seu desenvolvimento. Seja um ‘pequeno’, um recém-nascido, um adolescente ou um adulto, ele é, em cada período, um ser humano nos diferentes estágios do seu desenvolvimento’.
Diferentemente de outras alternativas éticas, a ética cristã é fundamentada na Palavra Deus. Então isto significa que em nenhuma hipótese a ética cristã irá aprovar o aborto. As Escrituras não enxergam o homem como mais uma espécie resultada de um processo de evolução. Elas dizem que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus.
Portanto, além de o aborto ser classificado como um assassinato, é também um atentado contra a imagem do próprio Deus representada naquele embrião ou feto. Claro que quando a ética cristã se opõe ao aborto, ela não ignora o fato de existirem casos extremamente complexos.
Enquanto há mulheres que simplesmente abortam por concluírem que no momento há coisas mais interessantes a se fazer do que ser mãe, há outras que enfrentam dramas realmente difíceis. Existem mães que enfrentam casos de gravidez de alto risco. Outras carregam um feto desenganado pela medicina. Por fim, há aquelas que foram vitimas de relações abusivas, como o estupro.
Por mais que sejam situações complicadas, a ética cristã, conforme a Palavra de Deus, sempre defenderá a vida. Por exemplo, se a ética cristã aceitasse o aborto em casos de deficiência do feto, ela fatalmente deixaria de ser cristã. No fim ela se harmonizaria a outras formas éticas contrárias a Deus, como a ética naturalística que defende a eliminação dos mais fracos.
O mesmo também pode ser dito do aborto em caso de estupro, onde esse tipo de pensamento se fundamenta em éticas humanísticas que colocam a satisfação individual acima de qualquer coisa, até mesmo da vida do próximo. Nesse caso, o próximo é sempre um feto indefeso no ventre.
CONCLUSÃO
Aqueles que dizem ser a favor do aborto, eu afirmo a quem interessar, que é fácil ser a favor e que em muitas das circunstancias é até inspirador, digo ainda como ser humano, é fácil sermos a favor do aborto, pois afinal de contas, já nascemos.
O ponto a ser abordado é: E se fossemos nós aguardando o tão esperado dia do nascimento, prontos e formados para vivermos uma vida intensa e com liberdade, completos e cheios de vigor, quando decidem nos abortar, decidem tirar a nossa vida.
Acredito que sobreviver seja o objetivo de todos que estão no mundo, afinal, todos lutamos dia após dia por isso, e assim afirma Jesus o “CRISTO” homem relatado na bíblia sagrada como sendo o “MESSIAS”, “amarás o teu próximo como a ti mesmo”(Marcos 12-31), como pode alguém não querer ser abortado, porém querer abortar?
De acordo com a ética cristã o aborto é considerado um pecado, pois um dos mandamentos é: “não mataras”(êxodo 20-13) vislumbramos que sendo um pecado tirar uma vida ainda que informe, ferimos uma das leis de Deus executando o aborto, sendo assim sem meios termos o aborto independentemente em que circunstancias ele seja efetuado, é pecado.
Entende-se que o mundo em que vivemos, esta a cada dia que se passa mais e mais corrompido, e que as leis estão a cada dia mais desfavoráveis a vida, decretando pena de morte ao feto que foi concebido em circunstancias de abuso, tendo em vista que aquele que abusou terá uma pena mais branda.
Um mecanismo que aparenta caminhar para uma aceitação total de atos reprovados por parte ou um todo da sociedade, do que antes era totalmente proibido, foi deliberado em caso de estupro, posteriormente em casos em que a gravidez oferece risco a vida de mãe e ainda em caso de anencefalia, seguidos de um projeto de lei que legaliza o aborto em toda e qualquer situação.
O que se vê aqui não pode ser considerado evolução e sim uma desvalorização da vida, pois algo que gera apenas prejuízos físicos e psicológicos não pode ser considerado evolutivo e sim degradativo.
Não obstante, concluo que aborto ainda é caracterizado como matar alguém elencado no artigo 121 do código penal brasileiro, considerando os direitos do nascituro, caminho vislumbrado pela ótica cristã.
REFERÊNCIAS
Alan Pallister. Ética Cristã hoje, Shedd Publicações, p. 153
Claudionor de Andrade. As novas fronteiras da Ética Cristã, CPAD, p. 53
Claudionor de Andrade. Op. cit., p. 69
Claudionor de Andrade. Op. cit., p. 77
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Hank Hanegraaff. O livro das respostas bíblicas, CPAD, p. 430
Hank Hanegraaff. Op. cit., p. 107
Raul Marinho Jr. Em busca de uma Bioética global: princípios para uma moral mundial e universal e uma Medicina mais humana, Hagnus, p. 194
Raul Marinho Jr. Op. cit., p. 195
William L. Craig. Apologética para questões difíceis da vida, Vida Nova, p. 13
William L. Craig. Op. cit, p. 124
William L. Craig. Op. cit, p. 126
William L. Craig. Op. cit, p. 139
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Bacharelanda do Curso de Direito pela UNIBRASIL - Universidade Brasil.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: DIAS, Denise Nalini de Oliveira. Ética Cristã e o Aborto Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 11 jun 2018, 04:00. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/ArtigOs/51868/etica-crista-e-o-aborto. Acesso em: 02 nov 2024.
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