A presente pesquisa teve o intuito de apresentar um breve, suscinto e superficial conceito de bom professor sob olhar dos alunos da EJA no contexto real de sua escolaridade. O tema é atual e relevante na esfera educacional, pois trata-se de avaliação de indicação de qualidade  docente e práxis pedagógica, área que necessita de uma estrutura organizada em critérios sólidos de forma a poder fornecer dados fidedignos e possibilitar a conversão destes resultados em qualidade de ensino.

Quais são as qualidades mais apreciadas ou esperadas em um professor da EJA? Após constatar estas qualidades, seria possível afirmar se há professores com estas qualidades?      

Quem educa o educador da EJA? Pinto (2007) defende que o problema da formação do educador de adultos é da mais alta importância e quem educa o educador é outro educador. Já

O professor Arroyo (2006) afirma que ainda não existe um perfil para docente da EJA, ele está e deve estar em construção.

No artigo de Schön (1998) encontramos que este  entende que os bons profissionais devem ter estratégias com criatividade para resolver problemas no dia-a-dia e que valorize a interação interpessoal entre professor e o aluno.

O objetivo deste trabalho foi apresentar quais as expectativas dos alunos da EJA quanto às qualidades de um bom professor, bem como destacar a importância para o professor identificar estas qualidades esperadas pelos alunos e voltar suas buscas em adquirir estas características de forma a poder atender a esta estreita camada de expectadores estudantes no intuito de alcançar a melhoria do ensino neste segmento.

Realizou–se a pesquisa com a participação direta dos alunos do terceiro ano do ensino médio da EJA, de um colégio em Cuiabá MT,apresentado-se a eles, um quadro com variedade de 89 adjetivos, de forma que pudessem apontar quais as qualidades desejadas em um bom professor.

Houve a participação de 91 alunos do curso da EJA de um colégio em Cuiabá/MT, sendo 33 do período matutino e 58 do período noturno. Utilizamos para coleta de dados o método de estudo do meio e estes dados foram analisados á luz da teoria de análise de conteúdo.

Dentre os dados coletados, encontramos a identificação por sexo, idade e período estudantil, bem como as qualidades mais apontadas por estes alunos, sendo possível destas forma, apontar um perfil de professor para cada turno de aula.

Assim com os dados coletados e analisados, podemos afirmar que os resultados quanto ao  período matutino indicaram que quanto ao sexo temos 79% mulheres contra 21% homens, com idade predominante entre 15 a 20 anos (34% do total). Para este turno as cinco qualidades mais apreciadas foram: Professor que ajuda o aluno (25%) amigo (20%) criativo (20%) explica bem (18%) Atualizado (17%).

Para o período noturno foram quanto a sexo foi detectado a quantia de  62% mulheres a 38% homens, com idade predominante 21 a 30 (43% do total). Quanto às qualidades mais indicadas foram: profissional (28%) educado (19%) bom comunicador (19%) estabelece limites (18%) e disciplinador (16%).  

Desta pesquisa constatou-se que a turma da manhã apresentou idade predominante de 15 a 20 anos e à noite predominou a idade entre de 21 a 30 anos. Com massiva presença feminina entre os alunos.

Assim podemos afirmar que entre os dois turnos, os estudantes do periodo noturno possui maior maturidade, talvez por isso, somente podemos dizer talvez, porque não se pode afirmar com certeza absoluta, que em razão desta “maioridade” ou “maturidade” as qualidades indicadas por estes alunos são contrastantes com as qualidades indicadas pelos alunos da manhã.

Para os alunos da manhã prevaleceu a opinião de que bom professor é aquele amigo e que ajuda o aluno, enquanto para a turma da noite, bom professor é aquele profissional, educado e que estabelece limites. Os resultados demonstram que estes alunos da EJA, independente da idade, sexo ou turno, são alunos críticos, reflexivos e exigentes, que valorizam o professor profissional, mas não deixam de valorizar aqueles professores que apresentam boas atitudes e mantém com eles uma relação interpessoal, contribuindo assim na melhoria do processo ensino aprendizagem.