A ciência jurídica é sem dúvida a mais importante ao desenvolvimento cultural da sociedade brasileira.
Já foi o tempo em que o operador de direito se socorria de uma “trindade” lingüística, incompreensível à sociedade brasileira.
A sociedade brasileira e o direito devem caminhar juntos, com uma proximidade de igualdade de justiça, mas justiça no sentido figurativo, a justiça do alcance de todos os cidadãos, até os mais simples.
Hoje, já dispomos de bom senso dos profissionais, como a medicina, que determina em seu novo Código de Ética Médica, a determinação de que todos os profissionais da medicina, passam a ter uma relação direta com os seus pacientes, obrigando-os a utilizar uma caligrafia legível nos receituários, de forma a aproximar a sociedade da importante ciência, a medicina.
Não é diferente no direito, devemos nos aproximar da “população”, devemos aplicar em nosso vocabulário diário, no contato com a população, com os nossos clientes, na elaboração de nossas peças jurídicas, nos diálogos entre os profissionais com a presença de pessoas leigas, juridicamente, o vocabulário correto, mas simples, simplificado, sem a utilização de verbetes menos utilizados, mas que em nada denigrem o trabalho ético e moral do operador do direito, pelo contrário, aproxima os indivíduos, torna mais simples a compreensão dos fatos, fatos que são tão importantes à elaboração das nossas teses jurídicas, estas que permitiram a defesa dos direitos da população.
Tenho como exemplo a sala de aula universitária, aonde os alunos, recém chegados, na sua maioria, do nosso sistema de ensino público, não tem compreensão dos termos jurídicos aplicados na maioria das obras jurídicas.
Mas não precisamos caminhar tão longe, basta constatarmos a Obra Maior, a nossa Carta Magna, tão importante, caracterizadora de direitos e deveres cidadãos, à qual, em leitura rápida em sala de aula, constatei que a leitura pesada, linguisticamente, leva ao desânimo e desinteresse da maioria dos alunos.
Ora, simplificando as palavras e resumindo os temas, aplicando a exemplos do nosso dia-a-dia, todos ficam mais interessados, associam os temas às suas vivências diárias e passam a determinar prioridades de relacionamento social.
De certo, necessitamos simplificar a nossa comunicação, deixar os termos mais complexos, rebuscados, as definições em latim, tão sublimes nos tempos áureos de um direito distante da sociedade e, aplicar um vocabulário, simples, correto, aplicando a nossa importante língua, o português, língua reconhecida no mundo como uma das mais belas e seletas, de modo que o direito se torne um interesse do jovem, do cidadão, assim os demais.
Por que os profissionais de história, de administração, entre outros, são mais compreensíveis, próximos ao povo, à sociedade? A linguagem, a comunicação, é simples, é usual, é o dia-a-dia de todos.
O cidadão entendendo e compreendendo melhor esta importante ciência, quem ganha é o operador de direito, pensemos nisso...
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