Em momento onde a Presidenta Dilma ganha críticas, quero dizer que mantenho minha apreciação pelo que ela vem fazendo. Com todo respeito, ela vem se saindo muito “melhor que a encomenda”. Esperava menos dela, mas as surpresas vêm sendo bastante positivas. Se vem sofrendo ataques, é or tentar fazer a “faxina” pela qual tento esperamos. Preocupa que a popularidade da Presidenta caia, justamente, quando ela está cumprindo seu dever.
Polêmica desde a campanha, trouxe à tona a questão do gênero e do papel da mulher na sociedade, o que foi levado, inclusive, para a nomenclatura de sua própria função e gerando a dúvida: presidente ou presidenta? Particularmente, sempre preferi presidente. Acho a palavra “presidenta”, quando menos, pouco eufônica.
Porém, reparem: ela já começou bem, visitando a Região Serrana quando da tragédia das chuvas do início do ano. Além do mais, deixou claro para o presidente iraniano que não seria conivente ou tolerante com o apedrejamento de mulheres. Em seguida, colocou os ministros para trabalhar, encerrou a farra no uso dos aviões da FAB, vem demitindo os suspeitos de corrupção e investigando desvios de verba, e assim por diante. E, se tem recebido críticas, elas são exatamente porque está fazendo seu dever.
Falando ainda sobre posicionamento surpreendente, encheu-me de orgulho e respeito ver sua preocupação com as minorias - e isso têm ficado cada vez mais evidente. No mês de julho, adotou cotas para negros e indígenas também na concessão de 100 mil bolsas do “Programa de Bolsas no Exterior Ciência sem Fronteiras”. Em seu anúncio deixou claro que, na concessão das bolsas, não só a etnia será levada em consideração, mas também o gênero. Como cidadão e integrante do movimento negro, fiquei muito feliz.
Dentro do tema financiamento e apoio, destaca-se ainda a aproximação com os Estados Unidos, desde a visita do Presidente Barack Obama ao Brasil. Apesar de estarem enfrentando uma crise, são importantes aliados comerciais e mais ainda em nossa campanha para o assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. No plano internacional, não mostrou tibieza na defesa dos interesses nacionais.
Voltando à política interna, elogio a presidenta, que soube reconhecer em FHC o “arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica”, utilizando suas próprias palavras. Arrisco falar que apenas uma personalidade muito forte e uma verdadeira estadista é capaz de reconhecer as qualidades e contribuições de seu principal opositor político. Fazê-lo perante a sociedade mostra uma grandeza infelizmente rara e que marca, de forma indelével, uma nova forma de lidar com os adversários políticos.
Não que ela apenas acerte. Ainda há muito a reparar, interna e internacionalmente. Exemplos são a equivocada suspensão dos concursos e das nomeações, o que prejudica o funcionamento do serviço público, e a relativização das exigências para licitações para a Copa do Mundo, que pode virar uma poço de desvios.
No geral, porém, declaro que o novo gênero na Presidência parece mostrar um novo jeito e uma nova postura que, de tanto mais acertar do que errar, me fez, nem que por respeito, começar a usar “Presidenta” para me referir a ela, Dilma. Ela merece. Apenas espero que as forças do atraso, da corrupção e da malversação de cargos e verbas não consigam iludir a população sobre os rumos do governo. Eles têm sido elogiáveis, e que se diga isso.
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