Falo não só como um futuro advogado. Falo também como um mero sonhador. Quando optei por prestar vestibular para o curso de Direito, o fiz embasando-me na ânsia de promover a Justiça, de lutar pelos meus ideais, combater a corrupção, a injustiça, oferecer o direito de defesa a outrem olvidado, cumprir o papel de representante legal da ética e da moralidade, assim como buscar destaque no concorrido mercado de trabalho. Logo, contribuir, ainda que em ínfima parcela, para a melhoria da sociedade, compondo aquela instituição que, sempre orgulhoso, sonhei em participar: Ordem dos Advogados do Brasil. Sonho? Não!
Reputo minha tão almejada profissão de advogado como uma das mais belas existentes. Vejo o advogado como um pilar fundamental na estrutura organizacional da sociedade, cabendo a ele, operar o direito, as leis, as normas, de acordo com o que é certo, justo e digno. Sempre sonhei em ser advogado e é com muita tristeza que acompanho os recentes acontecimentos que assolam nossa Seccional do Pará da OAB, questionando a moral da classe advocatícia. Publicado no dia 26 de outubro de 2011, no Diário Oficial da União, pág. 238, Seção 1, está o Acórdão assinado pelo Vice-Presidente do Conselho Federal da OAB, que decide pela intervenção do Conselho Federal no Conselho Seccional da OAB Pará, alegando denúncias de supostas irregularidades. É com profundo pesar que vejo a instituição da qual sempre sonhei fazer parte e, um dia, quiçá, presidir, envolvida em inédito e inusitado escândalo a nível nacional.
Longe de acusar a veracidade desses ilícitos ou de questionar a legitimidade ou não desta intervenção, ou ainda voltar-me contra a atual diretoria da OAB-PA, não é esta a minha intenção e não cabe a mim julgar profissionais que ocupam posições do mais alto destaque e de grandiosa importância, das quais, repise-se, pretendo um dia alçar, e sim preocupo-me com a mancha que está sendo deixada na OAB como instituição respeitada e soberana. A classe advocatícia não pode deixar que isso aconteça, a reputação da Ordem dos Advogados não pode ser manchada desta forma, a Ordem precisa ser restabelecida!
O advogado que antes era presumido como cidadão de moral indiscutível, de total confiança, está tendo esta presunção abalada. Não é esse o advogado que tanto sonhei ser! Quero ser um advogado tal qual o modelo que sempre admirei em todos os advogados, profissionais competentes e de reputação ilibada. Continuarei sonhando e debruçando-me sobre livros, dentre outros instrumentos de estudo, fomentando o meu, até então, pequeno conhecimento jurídico, para assim, em breve, tornar-me um advogado militante, um profissional respeitado que sempre sonhei ser, a serviço da Justiça.
Preocupado com o futuro da profissão de advogado, assumo o compromisso de colaborar e não deixar nunca de lutar para enriquecer a imagem do advogado perante a sociedade, resgatar sua moral, fazer valer a grandiosidade que a OAB tem, sendo um defensor, um combatente a serviço da justiça, que, ao invés de armas, utiliza-se de papel, caneta e inteligência para lograr êxito nas questões que regem todo o ordenamento jurídico de uma sociedade, dessa forma, cumprindo meu papel, sendo fiel aos princípios que do berço herdei.
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