Já se foi o tempo em que o advogado era visto exclusivamente como profissional liberal, autônomo, independente e bem sucedido. Hoje os tempos são outros, cresce cada dia mais a figura do “advogado empregado”, um empregado como outro qualquer, que está regido pela CLT, recebe ordens e cumpre horário.
Com o crescimento dos grandes escritórios de advocacia, foi necessário criar a figura do “advogado empregado”, que dentro dos grandes escritórios elabora defesas, faz cálculos, verifica andamento processual e outras rotinas administrativas, porém há futuro para tal profissional?
Assim como qualquer funcionário de uma empresa qualquer o advogado quer crescer na carreira, aumentar seu salário, ganhar status e se estabilizar, porém essa não é a realidade vivida por tais empregados.
Para crescer em um escritório primeiro é necessário que o lugar queira que você cresça, pois se não houver um plano de carreira ou um sistema de promoção o advogado estará fadado a continuar elaborando defesas sem seu reconhecimento.
Em pequenos escritórios é possível crescer? Sim, pois nestes é possível encontrar até uma forma de impulsionar ainda mais sua carreira, bastando demonstrar vontade, visão jurídica, controle e coragem para falar e ouvir.
Bem, tanto nos grandes quanto nos pequenos é necessário deixar de lado o comodismo, a pontualidade britânica e principalmente o pensamento de que o escritório não é seu!
Neste sentido devemos entender como cômodo como aquele profissional que faz o famoso arroz/feijão, hoje o profissional precisa demonstrar algo mais, ele tem que se libertar do pensamento de mero tocador de processo, mas se ater ao que o cliente necessita, ele tem que enxergar a visão daquele que indiretamente lhe paga e seguir sua filosofia.
Num exemplo, se trata-se de processos de execuções movidos por bancos, o mais interessante é trazer dinheiro e não fazer que o processo leve longos anos no judiciário, pois cada mês que se passa a possibilidade de recuperação de crédito diminui e os custos processuais só aumentam, então o interessante é um sistema que faça acordos, afinal, todos saem ganhando.
Nas carteiras em que há processos de massa, tais como indenizatórias, revisionais e outros, aguardar a sentença pode ser um uma dúvida enorme, pois corre-se o risco de fazer um acordo e este ser maior que eventual condenação ou o contrário, assim, nestes casos, cabe um estudo sobre o que está acontecendo nestas demandas, verifique média de condenação, existência de teses novas, defesas mais incisivas e de menor tamanho, ou seja, estude o que esteja tutelando e passe o máximo de informações ao seu cliente, ele agradecerá da melhor forma possível.
A pontualidade britânica fica por conta daqueles que seguem rigorosamente o horário estipulado, não se tratando de chegada atrasada (neste caso tudo que fizer de bom pode ruir), mas de terminar seu trabalho, ficar um pouco mais para colocar tudo em ordem.
Todos possuem uma rotina fora do trabalho, mas lembre-se que tal rotina depende de seu trabalho, então quando necessário fique um pouco mais, voltar para trabalhar no dia seguinte com a “casa em ordem” faz o trabalho render e tira qualquer peso da consciência.
Quebre o velho dogma que somente o dono irá lucrar, dedique-se, mostre serviço, literalmente vista a camisa do lugar, pode ter certeza que alguém está vendo e você será recompensado.
E o crescimento individual, neste ponto o advogado deve lembrar: “quem não é visto não é lembrado”, informe todos seus êxitos ao cliente e ao seus coordenadores, escute críticas e transforme-as em combustível motivador para sua ascensão, ou seja, mostre resultados!
No mundo atual o ditado deixe a vida me levar é só para quem não tem ambição, não é seu caso, é?
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