A globalização é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural, política, que teria sido impulsionado pelo barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países do mundo no final do século XX e início do século XXI. É um fenômeno gerado pela necessidade da dinâmica do capitalismo de formar uma aldeia global que permita maiores mercados para os países centrais (ditos desenvolvidos) cujos mercados internos já estão saturados. O processo de Globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos econômicos, sociais, culturais e políticos. Com isso, gerando a fase da expansão capitalista, onde é possível realizar transações financeiras, expandir seu negócio até então restrito ao seu mercado de atuação para mercados distantes e emergentes, sem necessariamente um investimento alto de capital financeiro, pois a comunicação no mundo globalizado permite tal expansão, porém, obtêm-se como consequência o aumento acirrado da concorrência (wikipédia).
Com a evolução tecnológica ficou muito mais rápida a propagação de idéias, as noticias espalham-se em uma rapidez instantânea, o que acontece em uma parte do mundo no mesmo instante é noticia em outra parte do mundo, as redes sociais deixam centenas ou milhares de pessoas conectadas, as trocas de experiências pessoas entre pessoas de diferentes culturas faz com que essas culturas se misturem, se tornem mais próximas umas das outras, se tornem semelhantes, todo esse progresso é bom, traz conhecimento, desenvolvimento pessoal, mas, entretanto, é preciso observar também que nesse processo de troca de informações, aqueles que têm mais poderio econômico saem ganhando, pois tem a vantagem de possuírem uma tecnologia mais desenvolvida, melhores meios de comunicação, mais influencia, em todo esse meio, bem como em todos os outros setores, político, social, econômico, dessa forma conseguem implantar suas idéias como a de que sua cultura é melhor, mais desenvolvida, do que as outras e essa idéia acaba sendo aceita e disseminada entre as pessoas e por sua vez, em escala maior, entre a população, entre as nações é nesse contexto que as superpotências pregando à expansão capitalista, a democracia visa aumentar os mercados e os lucros, com o interesse de difundir o mercado fornecedor e consumidor, tem interesse de derrubar as barreiras impostas pelas fronteiras e assim difundir seus produtos, suas idéias e explorar os demais países, suas riquezas naturais, sua mão-de-obra, seu mercado consumidor, os países com possibilidades financeiras instalam suas fábricas, suas empresas nos países pobres para lucrar se tornando uma nova forma de colonização, de exploração daqueles que estão em desenvolvimento ou sub-desenvolvidos, por assim dizer, as nações mais pobres. Trazendo como problemas uma ocidentalização monopolizadora, destruidora das culturas locais e aumento das desigualdades, pois é no ocidente que se encontra um maior desenvolvimento tecnológico, e a presença de superpotências. A globalização, a este nível, caracteriza-se por um tremendo ressurgir de injustiças e uma enorme volatilidade econômica. Os neoliberalismos reverenciam o mercado livre sem restrições. É evidente a unilateralidade do poderio do mercado do Grupo-7, com busca explícita de hegemonia por parte dos EUA:
Estados Unidos querem a hegemonia mundial. Têm perseguido esse objetivo desde a II Guerra Mundial. Porém nos países ocidentais ninguém se preocupou com isto; no final de contas, se uniram à guerra fria contra a União Soviética. Só os franceses se deram conta de que sob outras circunstâncias os norte-americanos poderiam representar um sério problema (HOBSBAWN, 2002).
Essa busca de mercado, em que empresas transnacionais impõem suas regras a governos e organismos internacionais, levando países com mão-de-obra com baixa qualificação e desequilíbrio estrutural em seu processo de desenvolvimento ao caos social. A educação é que dimensionará o tipo de participação que o Brasil terá neste mercado "globalizado" no futuro, se exportador de produtos agrícolas com preços cada vez mais baixos, ou de um país produtor de tecnologia e produtos competitivos, tão necessários para promover o bem estar social
Em A Mundialização da Cultura, Jean-Pierre Warnier (2002) problematiza a globalização, incidindo o seu enfoque na dimensão cultural, equacionando se estaremos perante um planeta finalmente democratizado, suportado por uma cultura universal ou se, paradoxalmente, estaremos a assistir à destruição progressiva das identidades regionais e consequentes referências identitárias.
Enquanto que alguns defensores da globalização - como Marshall McLuhan (2005) considera um planeta reduzido pelos media às dimensões de uma aldeia global, outros há que nela vêem a causa primordial de perda de identidade própria, o que obviamente criticam. Como indica Anthony Giddens (2000), “para o melhor ou para o pior, estamos a ser empurrados para uma ordem global que ainda não compreendemos na sua totalidade, mas cujos efeitos já se fazem sentir em nós”. Para o autor a Globalização é: revolucionária, política, tecnológica e cultural, influenciada pelos progressos em termos de comunicação, origina produtos que são fruto da combinação entre as novas tecnologias da comunicação e a globalização, fenômeno interior que afeta profundamente as nossas vidas, reacende identidades culturais, levou ao culminar do comunismo.
O fenômeno da globalização tem como plataforma principal a economia. Com a impressionante afirmação das economias de mercado, criam-se complexas embora sedutoras sociedades de consumo. Nos mais variados sectores de atividade, a globalização faz-se representar, assumindo até um caráter onipresente. Assim, a globalização está definitivamente enraizada no processo de reestruturação das nossas formas de vida, afetando o nosso cotidiano e determinando fatos, eventos que se estendem a uma dimensão planetária. Nos dias de hoje, a informação encontra-se disponível em qualquer parte do mundo e de modo quase instantâneo. Cruzam-se culturas e tradições, transversalizam-se hábitos, atitudes e comportamentos, em muitos casos padronizando-se, tornando muitas vezes esbatida a distinção da dimensão local face à global, tal o processo de universalização emergente.
A globalização é fenômeno que abrange uma gama incrível de modificações na comunidade humana seja a nível interno dos Estados seja, e principalmente, nas relações internacionais fortemente desenvolvidas. Traz aspectos positivos como a evolução cultural, a mudança de conceitos, a liberdade pessoal, o desapego pelos dogmas religiosos, faz com que as pessoas buscam coisas novas, novas experiências e surjam novas necessidades, a evolução feminina, o direito das minorias todas essas idéias são difundidas e crescentes. Giddens aponta vários fatores para a transformação das famílias nestes tempos globalizados: divórcio surgem as famílias monoparentais em que os filhos passam a semana com um progenitor e o fim-de-semana com outro, acabando eventualmente por ter duas famílias, com direito a madrasta, padrasto e meios-irmãos; casamento por amor este fenômeno relativamente recente pode de algum modo ir contra a idéia de família tradicional que podemos ter, o amor com as suas vicissitudes próprias pode não ser compatível com a racionalidade necessária para construir uma família dita normal; emancipação da mulher e a realização profissional desta são incompatíveis com família tradicional, na medida em que a mãe deixa a função de doméstica a tempo inteiro, tornando-se uma profissional em que a carreira está em primeiro lugar; a homossexualidade cada vez mais assumida e legalizada em alguns países através da possibilidade de casamento leva ao surgimento de novas espécies de família.
A inserção de um país em um mercado globalizado deve ser feita de maneira gradativa para que toda a economia nacional possa estar preparada para enfrentar concorrentes internacionais, na maioria das vezes, com processos de industrialização mais eficazes e principalmente com custos mais baixos do que país que abre a suas fronteiras para a globalização. Enfim, é preciso haver uma reformulação de toda economia de um país para que desta maneira possa enfrentar, de maneira concreta e dinâmica, a concorrência trazida pela globalização sem desta feita promover a destruição do seu parque industrial e, conseqüentemente, desemprego e miséria do seu povo.
REFERENCIAS:
GIDDENS, Anthony, O Mundo na Era da Globalização, ed. Presença, 2002
McLuhan, Marshall, 2005 [1964], Os Meios de Comunicação Como Extensões do Homem, São Paulo, Editora Cultrix.
Warnier, Jean-Pierre, 2002 [2000], 2ª ed., A Mundialização da Cultura, 2ª ed., Lisboa, Editorial Notícias.
PEIXOTO, Fernando. A estetização dos media na contemporaneidade. Disponível em: http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/5sopcom/article/view/.../233. Acesso em: 11/11/2011.
HOBSBAWN, Eric. Bin Laden no es el único que quisiera tener armas nucleares. Entrevista a El País, Madrid. 24.03.2002, p. 5.
GLOBALIZAÇÃO. Dispnonível em: http//:pt.wikipedia.org/wiki/Globalização. Acesso em: 16/11/2011.
Acadêmica do Curso de Direito da faculdade Ages.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: ROSA, Graziela Matos Souza Santa. É a globalização uma nova forma de colonização, onde as superpotências impõem-se e exploram países mais pobres sob o lema do desenvolvimento? Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 07 ago 2013, 05:00. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/36203/e-a-globalizacao-uma-nova-forma-de-colonizacao-onde-as-superpotencias-impoem-se-e-exploram-paises-mais-pobres-sob-o-lema-do-desenvolvimento. Acesso em: 22 nov 2024.
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