A reconstrução do Brasil (com o fim do parasitismo) passa por um pacto nacional no sentido de abandonarmos definitivamente os excessos ideológicos da esquerda e da direita, dos conservadores mal-intencionados (são os que somente querem manter seus privilégios parasitários, sem pensar no país) e dos progressistas desfocados (os que não têm os pés no chão). Só podemos nos colocar de acordo com suas ideias enquanto forem boas para o país, não para a classe dominante parasitária que se mancomuna como camaleão com qualquer linha de pensamento (esquerda se une à direita, direita se une à esquerda, conservador com progressista etc.), desde que seus privilégios parasitários não sejam afetados (veja os acordos parasitários e vergonhosos que foram feitos pela pequena classe dominante na época para se decretar a independência do Brasil, em 1822).
Esquerdistas aloprados são nefastos para o Brasil. Historicamente, no entanto, os piores são os conservadores parasitas (começando pelos grandes jornais em 1964, pelo que disse O Globo, que se enfileiraram ao golpe militar). O que os conservadores parasitas querem conservar? A modernidade do país, a instrução do povo analfabeto, a melhoria da nação, dos transportes ou da saúde, o progresso ou a atualização do Estado? Nada disso querem e nada disso mudou substancialmente (continuamos com 13 milhões de analfabetos, metade das casas sem esgotos, milhões de analfabetos funcionais, centenas de cidades sem médicos, gente morrendo nas filas dos hospitais, transporte público indecente etc.). Eles querem apenas conservar. O quê? Seus privilégios parasitários.
O Brasil (tanto em 64 como hoje) é um país que tem praticamente tudo por fazer, a começar pela educação de qualidade para todos, pelo fim da política escandalosamente desonesta, pela eliminação das condições de miserabilidade e analfabetismo funcional da maioria etc. Que pretendem, então, os conservadores, preservar deste passado?
M. Bomfim (A América Latina), já em 1903, respondia: “Ele [O Brasil] é uma série de crimes [nasceu por força de um crime organizado], iniquidades, violações de direitos, resistências sistemáticas ao progresso”. Que é que pretendem conservar? “Só se é justamente a decadência, a resignação social e tudo mais que, prendendo-nos ao passado, se opõe obstinadamente à vida e ao progresso, que não é mais que a perda incessante de hábitos, a luta contra os costumes estabelecidos”.
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