Resumo: O presente artigo trata do poder da linguagem de forma linguagem são os sinais, esta se representa, pelos desenhos definidos pelas mãos; é uma linguagem muito usada pelos mudos que faz desta uma forma curiosa e encantadora de se expressar. Uma linguagem não percebida, porém não menos importante é a mental, ela é o principio para que todas as outras se originem. Antes mesmo de você falar, um caminho incrível é percorrido, imagens são mostradas e associadas, desta maneira surge seu discurso, através dela podemos compreender e interpretar o que o outro fala.
Palavras – Chave: Linguagem; argumentação; direito.
1 INTRODUÇÃO
A linguagem é sem dúvida a melhor maneira de comunicação. Durante anos ela foi usada para transmitir e obter informações. É uma ferramenta de conhecimento, que se mostra simples e frágil; esta sofre modificações constantemente: o modo como falamos, hoje, na sociedade moderna, é muito diferente da usada na sociedade tradicional. Podemos observar essas mudanças no modo como falamos o “você” antes pronunciado “vós me cê” ou simplesmente “ôcê”.
É possível identificarmos diferentes formas de linguagem, um exemplo, que passa despercebida por nós é a linguagem corporal. Quantas vezes olhamos para alguém e emitimos opiniões precipitadas com relação a outra pessoa; isso acontece por que lemos o outro como um texto ambulante, dentro deste texto está nossa cultura, traços que se apresentam em nossas vestes, na formas de falar e andar, (“diferenças” consideradas culturais, que são identificados por regiões, que cultuam traços próprios, como sotaque arrastado dos baianos, e o tchê dos gaúchos).
2 VOCÊ É O QUE VOCÊ FALA
A maneira como falamos nos expressamos pode mostrar ao outro o que nós somos, por outro lado pode também demonstrar o que não somos. Ao trocarmos palavras sem sentido, que possuem colocações desnecessárias em uma frase por palavras que expressem melhor, o que se está querendo dizer, dá ao relator segurança e ao ouvinte confiança.
Nossa mente sempre esta dispersa e não atende ao nosso comando de imediato, se acaso pedir-te para não pensar num fundo rosa de uma bolsa branca, ou não ouvir o celular tocando, não pensar no sabor do chocolate; com certeza você imaginou tudo, a bolsa com fundo rosa, o toque do seu celular, o sabor do chocolate isso acontece por que nosso cérebro não reconhece a palavra não, e processa apenas a próxima palavra, um dos motivos que explica o uso da palavra proibido(a), ao invés do não. O mesmo ocorre com nosso discurso, se não procurarmos inovar e buscar meios, de atrair á atenção do ouvinte para o que estamos falando, acaba se tornando vago, e sem compreensão; quem nunca viajou na mente enquanto ouvia um discurso chato, que não te dava prazer, ou se quer interesse do que se estava sendo dito.
As emoções passadas para o discurso levam o convencimento em ocasiões propicias ou não. O estar sendo falado não reflete simplesmente o discurso do momento, mas as ações que possivelmente serão realizadas. Para nos ajudar a compreender esse ligamento entre a linguagem e o ser humano devemos rever um pouco sobre a origem e evolução do homem, há 2,5 milhões de anos atrás nossos primatas possuíam um cérebro muito pequeno tendo em vista o tamanho da mandíbula, pois este não se utilizava tanto do cérebro quanto a mandíbula, viviam com pequenos grupos de aproximadamente 10 pessoas estes constituíam uma família. Sem dúvida é um universo fascinante e curioso a evolução do homem e sua capacidade de adaptar-se ao meio.
Desta mesma forma, apresenta-se a oratória, o orador deve adaptar seu discurso ao meio e aos ouvintes, para que não se torne sem nexo os argumentos em que se estão sendo apresentados e a realidade que esta sendo vivida.
3 LINGUAGEM E SER HUMANO: UMA COMUNIDADE
Quem somos? O que queremos? O ser humano é cercado de suposições, de dúvidas sobre o real motivo de estar em um mundo cujas origens também se mantém inexplicáveis. O homem, pode ser comparado com as formigas ou simplesmente as abelhas. As formigas, passam o verão inteiro trabalhando para quando chegar o inverno terem alimento para toda a comunidade, durante o tempo que o inverno durar. Mas, se por acaso o inverno se prolongar por alguns dias? O que essas inofensivas criaturas podem fazer? Já as abelhas, voam o mais longe, se necessárias for na busca de pólen e néctar, para produção de mel. Sua vida pode ser muito curta, a comunidade das abelhas vive com um único propósito, a satisfação da rainha. E se a rainha morrer antes do nascimento de uma nova rainha? Se faltarem abelhas operárias?
O homem, como as formigas e as abelhas, trabalha, constrói diversas vezes sem qualquer sentido, sendo que, também igual às formigas e as abelhas tem uma rainha, (presidente), que governa e deve manter a ordem e harmonia na comunidade, porém o homem é completamente distinto em diversos aspectos destas colônias. Somos seres sem organização ou cooperação, o que nos torna seres incapazes de uma produção sustentável.
O que nos leva a pensar que somos superiores a estas colônias? O uso da linguagem? Mas se perdêssemos essa ferramenta? O que faríamos? Seria como uma nova torre de babel? Em que ninguém saberia se comunicar? Se a perdêssemos talvez nos tornaríamos mais humanos? Ou apenas construiríamos uma colônia como as formigas e abelhas?. São perguntas das quais não possuímos respostas, por que nunca nos permitimos imaginar que somos tão incapazes, muito menos incapazes que uma erva daninha que produz seu próprio alimento.
É difícil compreender o que realmente estamos fazendo, em um mundo onde as mudanças nos tornam cada vez mais insensatos e frágeis, inertes do futuro, visando sempre um algo mais que os desejos humanos nos impregna, muitas vezes visando o individualismo do presente esquecemos de nos por a frente da razão.
4 PODER DA LINGUAGEM: A PALAVRA
Devemos nos desprender da ideia que palavra é simplesmente uma peça do quebra-cabeça do discurso, elas podem esconder mundos fantásticos a serem desvendados. A palavra dita é fonte de diversos significados e reações, a maneira como exibimos pode contribuir na mudanças no comportamento humano, Massaru Hemoto cientista japonês demonstrou como o efeito de determinados sons de palavras podem modificar as moléculas da água, será que os sentimentos, expostos pelas palavras, podem modificar o comportamento e reações humanas? Quando falamos algo de ruim de maldoso as moléculas da água não formam cristais apenas borrões sem significado algum, mas quando falamos palavras de amor e carinho, as moléculas transformam-se em cristais com traços perfeitos.
A influência da palavra transforma o sem significado, no magnífico cristal. Mais de 70% do nosso organismo é composto por água, nosso cérebro 75%, o coração 75%, os pulmões 86%, fígados 86%, rins 83%, sangue 81% e músculos 85%, se somos compostos por tanta água como fica nosso organismo, quando alguém diz, te odeio e imbecil, será realmente que as palavras exercem esse poder? Na verdade, um momento de tristeza pode ser curado com palavras de carinho. Nossas emoções podem ser simplesmente, o movimento observado pelo outro, tais emoções como o amor é o que torna possível a convivência em sociedade.
A comunicação não nos limita ela possibilita a compreensão do outro como seres pertencentes de um mesmo meio com objetivos que convergem muitas vezes com os nossos desejos. Desta forma nos tornamos consciente que, somos biologicamente capazes de nos modificar conforme exigências e necessidades como ressalta Humberto Maturana “somos como somos em congruência com nosso meio e que nosso meio é como é em congruência conosco” (1988), podemos compreender que há múltiplos domínios a cerca do que é falso ou ilusório, é ter a mesma capacidade de decifrar a incógnita de nome vida.
Mas o que é o amor? Não da para explicar de forma clara, e uma emoção que cria um elo de confiança, muito usada em uma comunidade, esta palavra tem objetivo de integrar os indivíduos ou simplesmente demonstrar apreço por algo ou alguém.
Entender que através do discursos as portas da comunicação se abrem, e compreender as facetas que a linguagem impõem. Não basta simplesmente expressar uma opinião, uma ideia, é preciso que isto seja feito de maneira a dar clareza e objetividade naquilo que esta sendo transmitido.
A metodologia auxilia de maneira significativa, apresentando-se como um cartão de visitas conferindo a dados dos quais apresentam-se reais e confiáveis
Processo que, com base em um conjunto de dados, permite descobrir e confirmar certas hipóteses e leis de caráter geral. A indução caracteriza-se principalmente pelo fato de, apoiando-se nos dados atingir os dados ou leis. (MARCONI, 2001, p. 16)
esta ferramenta se faz inigualável, uma vez que, nós seres humanos somos movidos pelos atos de compreensão do meio em que os cerca. Somos seres dotados de muito mais que instinto, por sermos racionais nossos sentimentos devem ser expressados de maneira comedida.
5 EMOÇÕES DA LINGUAGEM: INTERPRETAÇÃO
Cecilia Meireles nos revela os significados que o discurso nos revela, pois somos dotados de desejos e limites, os quais nos levam a projetar desejos, e sonhar, desta forma nos tornamos mais fortes, mais maduros; devíamos poder preparar os nossos sonhos como os artistas, as suas composições.
A capacidade de sonhar, nos permite a descoberta, o poder de rasgarmos o sonho como se rasga um texto. Os sonhos nada mais são, se não um texto incompreendido de nós mesmos, o qual esta constantemente em adaptação e mudança. Para entendermos as múltiplas facetas, tomemos como exemplo muito usado no cotidiano é a palavra amor, que modifica seu significado a todo instante, se alguém diz eu te amo também diz eu amo chocolate, amo meu carro, amo meu bichinho de estimação, amo meus amigos, amo meus pais, amo meu trabalho, amo até a minha sogra, todo esse amor tem significados diferentes.
5.1 FRACOS E FORTES
Os fracos choram,Os fortes suam pelos olhos;Os fracos amam,Os fortes nunca amam;Os fracos têm sentimentos,Os fortes sabem que tem coração;Os fracos sofrem,Os fortes excluem emoções;Os fracos vivem intensamente,os fortes apenas vivem;Os fracos têm sonhos, os fortes almejam;Os fracos se esforçam,os fortes aprendem;Os fracos têm amigos,os fortes tem colegas; Os fracos têm dificuldadesos fortes tem fazes;Os fracos dizem te amo,os fortes nunca falam;Os fracos se arrependem do feito,os fortes não fizeram o bastante;Os fracos se desculpam,os fortes não encontram a palavra;Os fracos dão o seu máximo,
5.2 OS FORTES SÃO MÁXIMOS
Os fracos choram o tempo perdido os fortes não veem o tempo passar;Os fracos se lamentam,os fortes não tem esse tempo;Os fracos procuram algo, os fortes encontram;Os fracos ficam depressivos,os fortes vivem com a depressão;Os fracos têm felicidade,os fortes não sabe o significado; Os fracos renegam a tristeza,os fortes a tem como aliada;Os fracos odeiam a solidão,os fortes a encaram de frente;Os fracos possuem bens,os fortes possuem objetos;
Os fracos sentem saudade,os fortes não a viu chegar,;Os fracos têm pessoas especiais,os fortes não encontraram essas pessoas;Os fracos amam, sofrem, iludem-se, choram por um amor perdido, os fortes nada amam, nada buscam, podem até privar-se da dor, do sofrimento, da desilusão. Não é preciso ser sempre fraco, mas é preciso ser forte quando necessário.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Talvez o verso da folha, não seja tão bonita quanto a folha anterior, mas as coisas que parecem sem importância, que passam despercebidas por nós são as que mais fazem sentido no diário da vida. A interpretação é a fonte de coerência do discurso. O que parece ser o verso da folha para uns, pode ser a folha anterior para outros. O forte pode ser fraco, e o fraco pode ser forte dependendo de como os vemos; os sentimentos podem ser sinais de fraqueza, mas o que é ser forte para considerarmos fracos aqueles que não possuem mesma maneira de ver o mundo.
Correr riscos pode ser uma maneira de se sentir livre, porém o que é liberdade? Posso me sentir preso em um lugar sem paredes sem grades, mas também posso me sentir livre em meio a guerra, acorrentado, sem locomoção.
Porquê fácil, é estar sempre julgando os outros pelos que eles são, chamá-los de fracos sem reconhecer nossas próprias fraquezas, tentar modificar o mundo sem nos modificarmos primeiro, não ter a capacidade de enxergar os erros dos outros como lição para não cometer nossos próprios erros, julgar alguém por jogar um papel de bala no chão, sendo difícil enxergar os caminhões de lixo que jogamos no berço de nossos filhos, criticar é sempre mais fácil quanto parte de nós, sábio é aquele que ouve a critica e transformá-la em elogio.
REFERÊNCIAS:
MARCONI, Marina de Andrade .Metodologia Científica para o curso de Direito. 2ª Edição. Editora Atlas S. A. 2001.São Paulo.
MARURANA R., Humberto. Emoções de linguagem na educação e na política; tradução: José Fernando Campos Fortes. -Belo Horizonte: ed. UFMG, 1998. 98 p.
ROLAND, Barthes. O prazer do texto. Ed. perspectiva, 1987. São Paulo.
MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho. 21° ed. Rio de Janeiro; Record, 1998.
Bacharelando em Direito pela Faculdade de ciências humanas e sociais AGES.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: ANDRADE, José Ueslles Souza de. Direito e argumentação através da linguagem Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 19 jun 2014, 04:30. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/39836/direito-e-argumentacao-atraves-da-linguagem. Acesso em: 22 nov 2024.
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