Resumo: A literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome que vem lá de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes. No Nordeste do Brasil, herdamos o nome (embora o povo chame esta manifestação de folheto), mas a tradição do barbante não perpetuou. Ou seja, o folheto brasileiro poderia ou não estar exposto em barbantes. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.
Palavra-chave: Poesia popular, Manifestação de folheto, Rimas, Cordelistas, Tradição, Cultura.
Sumário: Resumo; 1. Introdução; 2. História da Literatura de Cordel no Estado; 3. Importância da Literatura de Cordel; 4. Projeto de Lei aprovado na Câmara de Aracaju que cria o Dia da Literatura de Cordel; 5. Conclusão; 6. Referências.
1. Introdução
O presente trabalho acadêmico tem por objetivo analisar as contribuições da Literatura de Cordel e a criação da Lei que marca um dia comemorativo para a cultura Sergipana, fazendo uma análise sobre o que é cultura, e como o cordel contribuiu para o enriquecimento do reconhecimento de nosso estado. Para tanto, pesquisa a sites, estudos de obras teóricas, foram as ferramentas metodológicas utilizadas para alcançar o objetivo proposto.
2. História da Literatura de Cordel
A literatura de cordel é um gênero literário escrito para o povo e que ao longo dos anos serviu para veicular a informação que algumas vezes era mais rápida que o jornal. O cordel originou-se em relatos orais e depois popularizou-se na forma "impresso em folhetos". Os folhetos eram pendurados em barbantes (cordéis ou barbantes em Portugal) e vendidos, por isso a popularização do seu nome literatura de cordel. O Brasil iniciou esta literatura impressa no século XIX com características próprias e com temas locais e da época. Além dos temas da época também eram escritas lendas, temas religiosos, fatos históricos. Alguns folhetos chegam a ser pérolas do cotidiano da época como por exemplo as façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado. Não há limite para a criação de temas dos folhetos. Praticamente todo e qualquer assunto pode virar cordel nas mãos de um poeta competente.
No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas.
3. Importância da Literatura de Cordel
Veículo de fabuloso fomento à identidade regional, o cordel tem nas camadas populares seus mais constantes e fiéis consumidores, sendo através dos tempos valorizado e cultuado como a verdadeira e autêntica literatura nordestina, o livro de bolso do povo da região.
4. Projeto de Lei aprovado na Câmara de Aracaju que cria o Dia da Literatura de Cordel
No dia 19 de julho de 2014, a Câmara de Vereadores da Capital aprovou um projeto de Lei que estabelece o dia 19 de julho como Dia Municipal da Literatura de Cordel.
O Projeto de Lei 51/2014, de autoria do vereador Iran Barbosa (PT) pretende homenagear os cordelistas sergipanos através de uma figura representativa da arte dos versos: o cordelista Itabaianense, João Firmino Cabral.
O dia 19 de julho foi escolhido por ser nesse dia que João Firmino sergipano, patrono da primeira Cordelteca do País – que funciona na Biblioteca Pública Clodomir Silva –, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
Falecido em 2013, João Firmino era bastante conhecido entre os admiradores do cordel que visitavam o Mercado Antônio Franco. No mercado, ele mantinha uma banca de venda de inúmeros folhetos de Cordel e recebia, com muita simpatia, poetas, estudantes, professores, pesquisadores e turistas de todas as partes.
Joelson Santana Cabral, filho do cordelista, comemorou a homenagem. “A aprovação desse projeto foi muito boa para todos nós, que vivemos do Cordel, porque vai incentivar ainda mais a cultura do Cordel”.
5. Conclusões
Apesar do processo de globalização, que busca a mundialização do espaço geográfico – tentando, através dos meios de comunicação, criar uma sociedade homogênea – aspectos locais continuam fortemente presentes. A literatura de cordel é um desses aspectos: várias comunidades continuam mantendo seus costumes e tradições.
6. Referências
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-37862015000100097&lang=pt
http://tudodocordel.blogspot.com.br/p/historia.html
http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2014/07/camara-de-aracaju-aprova-projeto-de-lei-que-cria-dia-da-literatura-de-cordel.html
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