A sociedade está compelida a submissão ao modelo estatal de solução de conflitos. O cidadão custa entender porque é necessário cumprir as leis e a Constituição, enquanto o próprio Estado utiliza expediente mesquinho, para não pagar seus débitos (precatórios, por exemplo).
Por outro temos as manobras protelatórias dos bancos e das companhias de telefonia que são responsáveis por 44% dos litígios cíveis em andamento. Nas demandas trabalhistas: governos, órgãos públicos, telefonia e bancos são responsáveis por 40% do lote de ações.
Para cada ano entram no sistema judiciário cerca de 1,7 mil novos processos para cada juiz. Na Itália, essa relação é de 876; na França 455 e, em Portugal, 412. "O Poder Judiciário brasileiro possui cerca de 16,5 mil magistrados, o equivalente a 8,2 juízes por 100 mil habitantes.
Comparação - - Considerando na pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, (UFRGS) a maior parte do custo é para pagar a folha de mais de 412 mil servidores da Justiça, (o equivalente a 205 para cada 100 mil habitantes), a maior relação entre os países Resultado, com grande número de servidores e um alto custo de manutenção, o Brasil tem um dos mais altos custos de decisão judicial: R$ 2,7 mil.
Na Itália, custa cerca de R$ 1,6 mil, e R$ 2 mil em Portugal. Mas "embora os magistrados sejam individualmente responsáveis por mais casos novos por ano no Brasil do que em outras partes do mundo, o fato é que eles recebem o auxílio de uma força de trabalho significativamente maior para tanto", o que não se justifica - sintetiza o estudo.
Em 2017, as despesas totais do Poder Judiciário somaram R$ 90,8 bilhões, um crescimento de 4,4% em relação ao ano anterior. Isso significa que cada brasileiro desembolsou em média R$ 437,47 para sustentar os custos da Justiça - R$ 15,2 a mais que 2016.
Morosidade - Mesmo assim em tempos de crise econômica e maior pressão popular por austeridade com os gastos públicos, o Judiciário brasileiro não conseguiu fazer o dever de casa. Para melhor avaliar em 2011, umapesquisa realizada pela Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas – FGV indicou que 89% da população consideram o Judiciário moroso.
A mesma pesquisa revelou que, 88% disseram que os custos para acessar o Poder são altos e 70% dos entrevistados acreditam que o Judiciário é difícil ou muito difícil para utilizar.
O levantamento indica também que duas em cada três pessoas consideram o Judiciário pouco ou nada honesto e sem independência. Mais da metade da população (55%) questiona a competência do Poder. Segundo pesquisa realizada pela FVG Paulista, a má avaliação do Judiciário como prestador de serviço piorou ainda mais ao longo dos últimos três anos.
Custos - No ano de 2015 a Justiça brasileira gastou R$ 79,2 bilhões, 4,7% a mais do que no ano anterior. O volume é maior do que o PIB (Produto Interno Bruto) de 14 Estados brasileiros.
média, os gastos têm crescido 3,8% ao ano, desde 2011. "Segundo o mais recente relatório “Justiça em Números”, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), as despesas totais do Judiciário – bancadas pelo conjunto dos contribuintes – somaram R$ 85 bilhões em 2016, o equivalente a 1,35% de todas as riquezas produzidas pelo Brasil naquele ano, medidas pelo Produto Interno Bruto (PIB). Em relação ao tamanho do PIB, o gasto brasileiro equivale a nove vezes o que os Estados Unidos ou a Inglaterra destinam à manutenção da Justiça. Também supera com folga os desembolsos de outras nações europeias e também sul-americanas."
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