SUMÁRIO: 1 Introdução. 2 Seriais killers brasileiros: perfis criminosos sob a ótica de Ilana Casoy. 3 Notas Conclusivas. 4 Referências Bibliográficas.
RESUMO: O presente artigo visa tratar de uma temática bastante atual, mas bastante complexa, convidando o leitor a conhecer uma temática que lida como nossas certezas, fragilidades, valores, sensibilidade, lida, também, com as nossas relações no meio social.
PALAVRAS-CHAVE: Serial Killers; Certezas; Fragilidades; Relações sociais;
1 INTRODUÇÃO
Na obra analisada, a autora principia suas discussões atentando para um tema bastante complexo, bem como desafiador. Isso porque, ela nos convida a conhecer uma temática que lida como nossas certezas, fragilidades, valores, sensibilidade, lida, também, com as nossas relações no meio social. Traz-nos, através de uma linguagem clara e incisiva, casos sobre uma questão inédita, a saber, sete relatos sobre serial killers brasileiros, delimitando traços característicos sobre os aspectos psicológicos desses assassinos em série, apresentando registros da sua infância, das relações parentais, numa tentativa de entender as atividades motivadoras de agir dessas pessoas.
2 SERIAIS KILLERS BRASILEIROS: PERFIS CRIMINOSOS SOB A ÓTICA DE ILANA CASOY
Quanto ao perfil criminoso do serial killer, ainda que empiricamente, a autora mostra uma propensão maior deles em matar crianças e mulheres, isso por que a capacidade de resistência dessas vítimas é menor, inversamente proporcional ao grau de covardia dos assassinos, que é enorme. Dentro do contexto biográfico desses criminosos, destacamos características similares entre eles, a saber: uma infância negligenciada, foram vítimas de violência sexual, física e/ou psicológica, não tiveram acesso à escola, não tiveram um agente disciplinador.
Para autora, a “gestação” de um serial killers, apesar de contrapor o pensamento da sociedade em geral, que entende que essas pessoas tem essa propensão ao crime porque nascem com uma predisposição genética, é determinada por tripé cultural, psicológico e social, sendo a predisposição biológica um fator não determinante, ao contrário, assevera que o meio social é de influência ímpar.
Quanto às características que compõem um serial killers assevera que é assim considerado aquele que assassina em série mais que duas pessoas, obedecendo a um ritual específico; tendo um intervalo de tempo entre cada assassinato; agindo numa ascendente de caçar, escolher e matar a vítima e quando realiza seu intento é revestido por um enorme alívio; por fim, vive da lembrança daquele crime até que venha cometer um outro. CASOY, ainda entende que:
Suas vítimas têm o mesmo perfil, a mesma faixa etária, são escolhidas ao acaso e mortas sem razão aparente. Para criminosos desse tipo, elas são objeto da sua fantasia. Infelizmente, eles só param de matar, até onde se sabe, quando estão presos ou mortos. O serial killers “esfria” entre um crime e outro, não conhece sua vítima, tem motivo psicológico para matar e necessidade de controle e dominação. Geralmente suas vítimas são vulneráveis, e o comportamento delas não influencia a ação do assassinato. (2009, p. 23)
Como já explicitado anteriormente, o intento da autora é nos brindar com uma temática bastante em voga, atual, bem como desafiadora. A coletânea com entrevistas aos mais conhecidos e temidos serial killers brasileiros vem revelar aos leitores através de pesquisas, visitas a manicômios, penitenciárias, arquivos públicos e relatos dos próprios criminosos, um intrigante script de como, por que razão e, principalmente, com que métodos, os seriais killers atuam na morte de suas vítimas. Quanto aos elementos que vinculam os crimes em série, CASOY aponta três o modus operandi, ritual e assinatura, a saber:
O modus operandi assegura o sucesso do criminoso em sua empreitada, protege sua identidade e garante a fuga. O modo de agir é dinâmico e vai se sofisticando conforme o aprendizado do criminoso e a experiência adquirida com os crimes anteriores. O ritual é o comportamento que excede o necessário para a execução e é baseado nas necessidades psicossexuais do criminoso, imprescindível para sua satisfação emocional. A assinatura é a combinação de comportamentos, identificada pelo modus operandi e pelo ritual. Não se trata apenas de formas de agir inusitadas. (2009, p.25)
Em linhas gerais, nos são expostos os relatos de José Augusto do Amaral- O “Preto Amaral”, Febronio Índio do Brasil, Benedito Moreira de Carvalho- “Monstro de Guaianases”, Francisco Costa Rocha - o "Chico Picadinho”, Monstro do Morumbi, Marcelo Costa de Andrade - "Vampiro de Niterói" e Pedro Rodrigues Filho, o “Pedrinho Matador”.
Quanto ao caso do Preto Amaral, percebemos que a atuação de crimes em séries é algo antigo, remontando a década de vinte. Quanto ao seu perfil psicológico, ele era solitário e não possuía endereço fixo, vivia alistando-se e deserdando-se de instituições militares, o que demonstra sua resistência à disciplina. Os seus problemas sexuais, possivelmente, sobrevieram da desproporção existente entre seu tamanho e o calibre do seu pênis. CASOY, fundamentada no diagnóstico médico-psiquiátrico, realizado pelo psiquiatra Antonio Carlos Pacheco e Silva, entende que Amaral:
Trata-se, a nosso ver, de um criminoso sádico e necrófilo, cuja perversão se complica de pederose, em que a criança é objeto especial e exclusivo da disposição patológica. Teria habilidade de praticar seus crimes sem ser descoberto. Amaral enquadrou-se no grupo dos pervertidos sexuais caracterizados por aqueles que se encontram em permanente estado de hiperestesia sexual, que, sob a influência dessa excitação, que é contínua e mortificadora, são levados ao ato, mais ou menos automaticamente, sem terem a capacidade de refletir e julgar o ato impulsivo.
Quanto ao caso de Febronio Índio do Brasil, tal como Preto Amaral, não tinha residência fixa, vivia perambulando pelas ruas do Rio de Janeiro, tatuando jovens sob a justificativa de lutar contra o demônio ao tatuar as iniciais: DCVXVI. Quanto ao seu modus operandi, costumava atrair os jovens para lugares ermos através de ofertas de emprego, daí agarrava-os pelo pescoço até a sua morte, depois os despia, fazendo uma trouxa com suas roupas, onde abandonava os corpos nos matagais e partia. A devaneio dele em relação a religiosidade e ao demônio eram intensos, como prova disso CASOY cita alguns trechos do livro escrito por ele, Revelações do Príncipe de Fogo:
Em um lugar ermo vi aparecer uma moça branca de cabelos loiros e longos, que medisse que Deus não morrera e que eu teria a missão de declarar isso a todo mundo. Deveria, nesse propósito, escrever um livro e tatuar meninos com símbolo DCVXVI, que significa Deus vivo, ainda que com emprego da força.
Quanto ao caso do Monstro de Guaianases, sua infância foi marcada por crueldades sofridas pelo seu pai e sempre teve uma vida de privações. Quando adulto e após uma caxumba, passou a alegar que nunca mais pôde controlar o seu desejo sexual, isso por que a caxumba casou-lhe uma orquite (inflamação nos testículos), não secretando mais espermas. Quanto ao seu modus operandi causava sempre as mesmas lesões nas vítimas, atraindo-as para o um matagal, sempre após despi-las e satisfazer-se cobria suas vítimas com as peças de seu vestuário.
Cabe-nos relatar, o caso do Vampiro de Niterói, que nos despertou um mister de inquietude, curiosidade e repúdio. Quanto ao seu perfil era um menino tido como esquisito, costumava rir sozinho, não assimilava a realidade de forma precisa. Porém o que mais “atrai” é a motivação do crime, isso por que, ainda na infância, tinha tido a sua sexualidade despertada. A partir daí ele não se achava mais “puro”, em função disso, precisando preservar a pureza das crianças, passava a matá-las antes que chegassem aos 13 anos, idade esta que acreditava que os jovens eram puros e que poderiam ir para o céu. A característica principal do seu ritual residia no fato dele beber o sangue de suas vítimas com o intuito de ficar tão bonito quanto.
4 NOTAS CONCLUSIVAS
Finalmente, cabe salientar que a maior contribuição do livro em questão é, indubitavelmente, o convite à reflexão acerca de uma temática bastante atual, mas ainda pouco discutida, afinal a autora propõe-se a tratar da atuação do serial killers não só numa perspectiva jurídica, mas sobre o enfoque da Psicologia Jurídica, que juntamente com Psicologia Criminal, busca entender o crime, as suas motivações, bem como forma de preveni-los. Sendo assim, este livro é recomendado a todos aqueles que discutem o Direito numa perspectiva de mudança de uma realidade social, como também a estudantes e profissionais da área de Psicologia.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASOY, Ilana. Serial Killer: made in Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2009.
BACHARELANDA NO CURSO DE DIREITO DA FACULDADE AGES- PARIPIRANGA-BA.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: FONSECA, Ana Carolina Rabelo Dantas. Seriais killers brasileiros: perfis criminosos sob a ótica de Ilana Casoy Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 16 abr 2012, 06:00. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/28525/seriais-killers-brasileiros-perfis-criminosos-sob-a-otica-de-ilana-casoy. Acesso em: 22 nov 2024.
Por: LEONARDO DE SOUZA MARTINS
Por: Willian Douglas de Faria
Por: BRUNA RAPOSO JORGE
Por: IGOR DANIEL BORDINI MARTINENA
Por: PAULO BARBOSA DE ALBUQUERQUE MARANHÃO
Precisa estar logado para fazer comentários.