Ao contrário do que foi declarado pelo governador Geraldo Alckmin em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, na qual disse reconhecer que os índices de criminalidade no estado estavam altíssimos, entretanto, vinham apresentando queda mês a mês (Alckmin reconhece que índices de criminalidade estão altos em SP), os números apresentados pela Secretaria de Segurança de São Paulo mostram que no primeiro trimestre de 2013 relação ao mesmo período nos últimos 5 anos, ele vem sim, crescendo.
Só no primeiro trimestre de 2013 foram registrados 1.276 homicídios no estado de são Paulo, número quase equiparado aos 1.302 mortos em 2010, ano mais violento desde 2008. Isso significa que de 2008 a 2013 houve um crescimento de 6,6% no primeiro trimestre.
Em 2008, foram registradas no primeiro trimestre 399 mortes por mês em média, 13,3 por dia, sendo uma morte a cada 1 hora e 48 minutos. Já em 2013, o estado de São Paulo registrou 425 mortes por mês, 14,2 por dia, ou seja, uma morte a cada 1 hora e 41 minutos.
Efeito um pouco diferente aconteceu, por algum tempo, com a cidade de São Paulo. A cidade, que no primeiro trimestre de 2013 registrou 325 homicídios, em 2008, no mesmo período, havia registrado 336 mortes, obtendo uma queda de 3,2%.
Mas, apesar da aparente queda, desde 2011 essas taxas vêm apresentando uma alta considerável. O número de homicídios que no primeiro trimestre de 2011 foi de 236, apresentou, no mesmo período em 2013 um crescimento de 37,7%.
A Capital foi responsável, em 2013, por 108 mortes por mês em média, 3,6 mortes por dia, ou seja, uma morte a cada 6 horas e 39 minutos. Esse índice, em 2011 era de 78,7 mortes por mês, 2,6 por dia, ou uma morte a cada 9 horas e 9 minutos.
É preciso rever com urgência as políticas de segurança públicas adotadas pelo governo do Estado de São Paulo. Tomando como base o ano de 2011, percebe-se que é possível sim reduzir o número de mortes. Mas convém entender quais as carências do estado que levaram a um crescimento como o que vem ocorrendo nos últimos anos. De qualquer modo, já se sabe desde a antiguidade que não é com violência que se combate a violência.
* Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto Avante Brasil.
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