INTRODUÇÃO
O simbolismo renascentista é marcante nas obras de arte das cidades-estados romanas identificamos as formas, as imagens, os sinais, a liberdade é vermelha de sangue, do redentor, e o branco representa a salvação, a própria pureza. A Virgem pura, a salvação (liberdade) vem com o sangue derramado pelo cristo em seus braços, onde a razão estará num estágio do altíssimo. Que volta como a luz do mundo, redenção dos mortos e pecadores.
O RENASCIMENTO, O OURO, A BURGUESIA: ENTRE A FÉ E A RAZÃO
Na arte renascentista romana a razão é fria, a salvação é estreita, mais se tocam, a fé e a razão ponto de ressureição. A Liberdade surge como uma criança no colo da mãe de trajes vermelhos, o mármore frio revela como a liberdade alcançada significa a miséria e morte de tantos. Cristo representado pela emoção, assim morreu e a deixou a seus pecadores como redentor. A emoção é amparada por anjos, brancos da fé, vem a razão para a ressureição e salvação pelo crisitianismo.
Antes tinha a fé, o renascimento une as duas mas formas, para a liberdade é preciso ter o capital, para alcançar o feminino, a liberdade, a mulher, reprodutora do bambino desnudo, a liberdade não tem dono, é pura, mas que suga o leite da mãe, e não tem dono precisa da astúcia para ser amamentado, códigos de refinamentos próprios da burguesia.
O cristo pelo cristianismo mostra o caminho da salvação: a razão, o corte nas mãos e no corpo e o sangue derramado significou a purificação para a redenção, a salvação, a liberdade que temos no pensar e agir cartesiano.
O simbolismo do capital é o refinamento, estética. Vestimenta, modo de agir, falar, comportar-se em público. Trata-se de uma ética e estética burguesa de ser que demonstra o ter. O ouro é o símbolo da leveza e da riqueza, desse período. Ao mesmo tempo em que é moldável, transforma-se constantemente renasce do fogo e brilha em variadas formas, é símbolo de poder e prestígio social e político. Essas considerações sobre a arte renascentista é reveladora da própria história humana do medievo á pós-modernidade.
O DIREITO E A JUSTIÇA COMO FATOR DE “DESEQUILÍBRIO SOCIAL”
Já não basta a beleza é preciso o código para dois mundos entre a beleza e o domínio da estética renascentista é preciso conhecer códigos de entrada no mundo burguês que se basta em si mesmo. O homem busca um deus sem intermediário, a Igreja sente, o catolicismo resiste, mas é o protestantismo que dar a senha da justiça divina e terrena a fé racional capaz de aproximar deus do homem sem intermediários. O apocalipse é fruto de metamorfose social e política renascentista calcada no ouro, no direito contratual, na predestinação, a justiça se torna ponto de equilíbrio pela balança, mas é a lei do mais forte (espada) que vence a queda de braço entre o ser e o não ser burguês, isso gera o desequilíbrio social e político, como forma de uns dominarem e escravizarem o outro pelo trabalho assalariado e a normalização.
Conhecer a arte da guerra e associá-la à beleza das formas, voz (grito), pensamento (razão) e o principal, o capital para um mundo fantástico nos país das maravilhas. Porém é com a ideia de justiça enquanto técnica de convencimento da oratória e do equilíbrio que se chega ao verdadeiro direito moderno, a técnica-ciência enquanto espírito do tempo. O direito se revela no Pacta Sunt Servanda como mundo burguês dos negócios, a dignidade da pessoa humana é medida pela riqueza tendo o homem como centro do mundo.
A difusão do conhecimento a princípio espaço privilegiado de acesso burguês ganha contorno de longo alcance e se torna um dos dilemas da humanidade: como manter pobres, burgueses e ricos no mesmo espaço quando os últimos veem seus privilégios ameaçados, e os segundos têm o pesadelo de se tornar pobres um dia, enquanto os pobres sonham com um lugar ao sol. Nesse cenário como manter distante das massas da utopia de civilidade da classe média senão o retorno ao mito Greco-romano apoiado num comportamento racional que transita entre a ficção e a realidade que beira à loucura e que o prestígio social associado aos estereótipos mantém distantes os indesejados à ordem burguesa autoritária, exploradora e destruidora de almas: a realidade do mundo moderno e pós-moderno seria o caos como regra social de manutenção de desigualdades, espaço de afirmação da loucura e da sanidade, do céu e do inferno na terra como herança cristã para que os pecadores que não tem a senha de acesso a moral e bons costumes burgueses fiquem longe da riqueza e tornem-se escravos do trabalho à custa de um salário que os mantém sob controle e a normalização disciplinar como arma em punho para mantê-los presos à condição desumana de não reconhecimento social e político assim não poderiam incomodar o poder de mando das elites. O modo de vida construído com base no dinheiro e na força se esgota é a própria crise da razão iluminista, das contradições sociais nasce uma sociedade que luta pela própria sobrevivência humana e retorno ao mito. O direito como refinamento burguês mantém as leis e códigos nas mãos de poucos que os interpretam e dizem a justiça terrena, sendo o homem o próprio Deus da vida e da morte. Essa é a herança renascentista que não escapa aos magistrados legalistas que cumprem seu grandioso papel conservador e autoritário de reproduzir desigualdades sociais, econômicas e políticas todos os dias. E que nega a ética dialógica de pluralidade de instâncias e atores sociais para além da autonomia privada a própria dignidade da pessoa humana associado à condição humana e as injustiças sociais da balança que pende para um lado apenas quebrada pela petrificação do tempo.
CONCLUSÃO
O caos instalado bate às portas da burguesia que vive trancafiada com medo de sair às ruas, as massas pedem mudança, participação política, cidadania, e os tribunais, o parlamento e os governos respondem com o pão e circo. Com mais impostos diretos e indiretos, com o enobrecimento dos centros urbanos e afastamento dos pobres para ás bordas das cidades, em nome da ordem e do progresso. Até quando a voz das ruas será ignorada? O grito das ruas continua vivo nas praças, ruas, avenidas e em breve nas urnas ainda que a contra vontade da politicagem e da burocracia estatal a serviço das elites.
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