RESUMO: O presente artigo tem como propósito evidenciar como é vista a corrupção pelo senso comum no Brasil e, de que artifícios as pessoas se utilizam e asseveram a realidade atual no país. O artigo problematiza os parâmetros utilizados em pesquisas, onde o Brasil é comparado como mais ou menos corrupto em relação ao restante do mundo.
Palavras-chave: Corrupção, Política, Senso Comum, Brasil.
ABSTRACT: This article aims to show how corruption is seen by common sense in Brazil and devices that people use and assert the current reality in the country. The article discusses the parameters used in research , where Brazil is compared as more or less corrupt compared to the rest of the world through Hermeneutics.
Keywords: Corruption, Politic, Common Sense, Brazil.
1 INTRODUÇÃO
É notório que o Brasil não é um pais intrinsicamente corrupto, não podemos afirmar que herdamos e se utilizamos da corrupção para tudo, como se diz “o velho jeitinho brasileiro”, pois para Mario Sergio Cortella “A corrupção é possível mas não é obrigatória”.
Para a população o Brasil é um país “muito corrupto” quando se pensa em corrupção logo vem em mente à política, sendo o assunto da “moda”, devido aos escândalos de desvio de recursos públicos bem como: Operação Lava jato e Petrolão estando presente diariamente em quase todas as manchetes de veículos de informação.
Acontece que a opinião das pessoas é demasiadamente influenciada pela imprensa, onde não se tem uma realidade absoluta sobre a corrupção, existindo um problema intelectual, partidário e sectário, pois enquanto a mídia não localiza um problema maior que venha servir os seus interesses, ela marginaliza o que existe de facto, emanando dados sobre o índice de corrupção de forma retorcida para o senso comum que toma isso como incontroverso.
2. ÍNDICES DE PERCEPÇÃO DE CORRUPÇÃO PELA POPULAÇÃO
Segundo Mario Sergio Cortella, hoje no Brasil nós temos uma percepção de altíssimo nível de aclaramento da corrupção, nós não temos no país mais corrupção do que nós já tivemos na nossa história anterior, o que nós temos hoje é mais evidência devido à democracia. Há 30 anos não havia imprensa livre, constituições sólidas e nem plataformas digitais. Sendo hoje os maiores artifícios utilizados pela população brasileira. Mas será se o senso comum enxerga a corrupção como um problema secular ou atual.
“Mais da metade da população mundial (53%) acha que a corrupção se agravou no mundo nos últimos dois anos e este número chega a 58% no continente americano, segundo um relatório da ONG Transparência Internacional.” BERLIM, 09 Jul 2013 (AFP)
No Brasil, o número de pessoas pesquisadas que acham que os partidos políticos são corruptos chega a 81%.
No ranking de 2014, o país apareceu na 69a posição, com 43 pontos, um ponto a mais que no ano anterior. O país encontra-se em um grande grupo intermediário que inclui dois terços dos 175 países pesquisados, todos com notas abaixo dos 50 pontos.
O Índice de Percepção da Corrupção é constituído por 12 (doze) fontes diferentes, entre elas o Banco Mundial e o Forum Econômico Mundial. Todas elas realizam pesquisas qualitativas que são convertidas em várias escalas quantitativas. A Transparência combina os resultados dessas pesquisas, converte seus valores para uma escala de 0 a 100 e, a partir desses valores, consegue calcular uma média para cada país.
O índice da TI é criticado por diversos observadores. 1 Uma primeira objeção é que não há nenhuma garantia de que as opiniões colhidas para confeccionar o índice sejam independentes entre si. Diversos críticos afirmam que, na verdade, é mais provável que não o sejam. Assim, uma pessoa a quem se pede para comparar a integridade de Brasil e Chile (por exemplo), pode muito bem não ter tido nenhuma experiência com um desses países (ou mesmo com qualquer dos dois), mas simplesmente repete o que ouviu de terceiros. Dada a natureza do objeto medido (uma opinião), não há possibilidade de se controlarem as respostas pela variável do "ouvir dizer". (Abramo 2005 apud Thina Soreide; Michel Johnston)
3. CONCLUSÃO
Concluímos que para termos uma real percepção da corrupção é necessário adotar com cautela parâmetros de interpretação da realidade histórica e atual de determinada sociedade e não apenas tomar como verídicas opiniões apresentadas em pesquisas.
REFERÊNCIAS
Atividade Teológica. Corrupção, origens e consequências - Mario Sergio Cortella. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=3ddUAU-UbHw>. Acesso em: 24 out. 2015.
JOHNSTON, M. 2000. The New Corruption Rankings : Implications for Analysis and Reform. Paper presented at the World Congress of the International Political Science Association, Quebec, Canada, from August 1st to 5 th 2000.
[1] Abramo 2005 apud Ver, por exemplo, Tina Søreide: "Estimating Corruption: Comments on Available Data", Utstein Anti-Corruption Resource Centre, 2003. Também Michael Johnston: "The New Corruption Rankings: Implications for Analysis and Reform", relatório para o 2000 World Congress of the International Political Science Association, 2000.
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